sábado, 18 de agosto de 2012

Relembre os casos mais famosos do juiz Baltasar Garzón

Ele já atuou em casos envolvendo Pinochet, al-Qaeda e o Batasuna, ligado ao ETA

Reuters
MADRI — Relembre os casos mais emblemáticos de Baltasar Garzón durante sua carreira, que o tornaram mundialmente famoso. Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal da Espanha determinou que o juiz fique 11 anos sem exercer a profissão, por ter ordenado a gravação de conversas entre acusados de um acaso de corrupção.
GENERAL FRANCO
— Em 2005, Garzón pediu a abertura de uma comissão da verdade para investigar crimes contra a Humanidade cometidos durante a ditadura do general Francisco Franco, que comandou a Espanha do fim da Guerra Civil, em 1939, até a sua morte, em 1975.
— Em 2010, Garzón chegou a ser suspenso do cargo por conta da investigação sobre os crimes do franquismo. Ele é julgado por abuso de poder por ter ordenado, a pedido de parentes de vítimas, um inquérito sobre as mortes nos três anos de guerra. Ele deixou o caso, citando a oposição de procuradores do Estado. Partidos políticos espanhóis alegaram que Garzón violou a lei de anistia, em vigor desde 1977. Agora, ele enfrenta um julgamento sobre o caso, em que pode ser condenado a mais alguns anos de afastamento da profissão.
CHILE E AUGUSTO PINOCHET
— Em outubro de 1998, Garzón ordenou a prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet em Londres e pediu sua extradição para que fosse julgado por crimes contra a Humanidade. Ele agiu sob a jurisdição universal da Espanha, que autorizava a perseguição de indivíduos fora do território espanhol.
— Depois de Pinochet ficar preso durante meses no Reino Unido, a Suprema Corte ordenou que o governo liberasse assistência médica para o ex-ditador. Em março de 2000, Pinochet voltou ao Chile após o Reino Unido decidir que ele não tinha condições de saúde para enfrentar um julgamento.
— Em 2005, Garzón garantiu um acordo de US$ 8 milhões para as vítimas da ditadura de Pinochet com a Riggs National Corp, que admitiu ter ajudado o ditador a lavar dinheiro.
AL-QAEDA
— Em abril de 2005, no maior caso da História da Justiça espanhola envolvendo o terrorismo islâmico, o suposto líder da al-Qaeda no país, acusado de, a partir de Madri, ajudar os terroristas do 11 de Setembro, foi a julgamento com outros 23 suspeitos. O caso foi preparado por Garzón, que vinha investigando terroristas muçulmanos desde 1991. Dos 24 acusados, 18 foram condenados, mas os três principais suspeitos foram absolvidos.
ESQUADRÕES DA MORTE
— Garzón conduziu investigações sobre os esquadrões da morte dos Grupos Antiterroristas de Libertação, organizados por membros do governo socialista na década de 1980 para combater os separatistas bascos do ETA. O inquérito foi considerado peça importante na vitória do Partido Popular, de centro-direita, sobre os socialistas na eleição de 1996.
ARGENTINA, VOOS DA MORTE
— Em abril de 2005, o Supremo Tribunal da Espanha sentenciou Adolfo Scilingo, um ex-capitão da Marinha argentina, a 640 anos de prisão por crimes contra a Humanidade. Ele foi condenado por ter atirado presos políticos de aviões durante a ditadura argentina, no que ficou conhecido como “voos da morte”. Garzón era o juiz espanhol que participou do caso.
BATASUNA
— Em 2002, Garzón suspendeu as atividades do Batasuna por pelo menos três anos, sob acusação de que o partido teria fundado e ajudado o grupo separatista ETA.
GUANTÁNAMO
— Em 2009, Garzón abriu um processo detalhando as denúncias de torturas de quatro presos, depois de passarem por atendimento médico ao serem liberados da prisão americana em Cuba. Segundo o juiz, a intenção do processo é investigar "os autores, indutores, cooperadores e cúmplices de crimes de tortura cometidos em Guantánamo".

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