terça-feira, 18 de junho de 2019

OS VÉUS DO EGO

Primeiro, concebemos o “eu” e nos apegamos a ele.
Depois concebemos o “meu” e nos apegamos ao mundo material.
Como água cativa na roda do moinho, giramos em círculos, impotentes.
Presto homenagem à compaixão que envolve todos os seres.
CHANDRAKIRTI
download (3)A confusão mental é um véu que nos impede de ver claramente a realidade, obscurecendo a nossa compreensão da verdadeira natureza das coisas. Na prática, essa confusão nos incapacita de identificar o comportamento que nos permitiria encontrar a felicidade e evitar o sofrimento. Quando olhamos para fora, solidificamos o mundo, projetando nele atributos que de modo algum lhes são inerentes. Ao olhar para dentro, congelamos o fluxo de consciência quando concebemos um “eu” entronizado entre um passado que não existe mais e um futuro que ainda não existe. Acreditamos que vemos as coisas como elas são e quase nunca colocamos em dúvida essa opinião. Atribuímos qualidades às coisas e pessoas e acreditamos que são intrínsecas a elas, pensando “isto é bonito, isto é feio”, sem nos darmos conta de que a nossa mente confere esses atributos àquilo que percebemos.
Dividimos o mundo inteiro em “desejável” e “indesejável”; atribuímos permanência ao que é efêmero e vemos entidades independentes naquilo que é uma rede de relações que se transformam. Tendemos a isolar aspectos particulares de eventos, situações e pessoas, focalizando apenas essas particularidades. É assim que rotulamos os outros como “inimigos”, “bons”, “maus” e assim por diante, e consideramos essas atribuições permanentes. No entanto, se avaliarmos bem a realidade, essa complexidade se torna óbvia.
Se uma coisa fosse verdadeiramente bela e agradável, se essas qualidades de fato pertencessem a ela, nós a veríamos como desejável em todos os momentos e lugares. Mas existe algo neste mundo que seja considerado belo por todos? Como diz o verso budista: “Para aquele que ama, a bela mulher objeto de desejo; para o eremita, é uma tentação; para o lobo, uma boa refeição.” Da mesma forma, se um objeto fosse intrinsecamente repulsivo, todos teriam uma boa razão para evitá-lo. Mas tudo muda se reconhecermos que estamos apenas atribuindo essas qualidades às coisas e pessoas. Não há, em um belo objeto, nenhuma qualidade intrínseca que o torne benéfico para a mente, assim como também não há nada em um objeto feio que, por causa dessa qualidade, cause dano a ela.
pessimismo-otimismo-palmeirasDo mesmo modo, uma pessoa que hoje percebemos como inimiga com toda a certeza é, para outro, objeto de afeição, e poderemos um dia criar laços de amizade com esse mesmíssimo indivíduo. Reagimos como se as características fossem inseparáveis da pessoa e do objeto sobre os quais as depositamos. Assim, distanciamo-nos da realidade e somos arrastados pelo mecanismo de atração e repulsão, mantido em constante movimento por nossas projeções mentais. Nossos conceitos congelam as coisas em entidades artificiais, fazendo-nos perder nossa liberdade interior, do mesmo modo que a água perde sua fluidez quando se torna gelo.

terça-feira, 4 de junho de 2019

LIBERALISMO E DESTINO MANIFESTO


1. INTRODUÇÃO
Desde o mito bíblico da Gênese, resta claro que a ânsia do homem no mundo prende-se à vontade de ser Deus e tudo dominar. Nietzsche expede o atestado de óbito de Deus e transpõe a sua imanência para o seu Super-homem (übermensch). Neste, o homem se faz Deus para criar e dominar. As pieguices religiosas, com as suas crendices, são obras de gente fraca e desprovida da vontade de poder. É o rebanho dominado pelo Super-homem nietzscheriano.
A busca da dominação se faz às escondidas e não raro vem camuflada em “nobres ideais” que irão libertar o homem e conduzi-lo à mais ampla felicidade, sob o amparo do forte e libertador. A ideologia que legitima tudo isso é o individualismo, ou a sua denominação mais suave, o liberalismo. Trata-se de um sofisma que traz embutido o rótulo de liberdade, tornando-o mais palatável.
A doutrina do liberalismo é uma das mais antigas e já ocupou espaço nas maiores mentes do gênero humano. A Revolução Francesa se fez sob a égide da liberdade. Discursava a elite burguesa propugnando a liberdade dos servos da gleba contra as elites aristocrática e eclesiástica. No entanto, o que procurava era tomar o lugar dessa nobreza e se apossar dos seus privilégios. O manto que ocultava seus propósitos era a doutrina liberal. Diz o mestre Paulo Freire no seu clássico A Pedagogia do Oprimido: o oprimido introjeta a figura do opressor e o que deseja é derrubá-lo para tomar o seu lugar e também oprimir. Era este o objetivo colimado pela burguesia, que conduziu o movimento revolucionário.
2. A REVOLUÇÃO FRANCESA
A burguesia, enriquecida no exercício da mercancia e da usura, se via alijada das benesses do poder, fustigada pela ira divina encarnada no clero, que condenava seu enriquecimento construído ao arrepio do evangelho. Os servos, libertos da vassalagem da gleba e sem saber como seria o seu amanhã, festejavam a prisão do seu senhor, agora à mercê dos revolucionários.
Destarte, a Revolução Francesa, vista sob este viés, explica a razão porque o Estado não faliu e caiu em desgraça sem o comando da nobreza. Paretto e Mosca expõem seus temores de que o Estado, nas mãos dessa gente inculta e desprovida de capacidade administrativa, incapaz de comandar, caísse em desgraça, sucumbindo nessa nova ordem. A Teoria das Elites, criada por eles, é um libelo contra a Revolução Francesa que expungia do comando a nobreza e o clero, levando o Estado a uma situação de perigo, em mãos inábeis para a condução dos negócios públicos.
Todavia, tal fato não se deu e a explicação para isso está na verdade que vinha oculta no comando revolucionário. Aclamada como uma revolução desse povo, oprimido pela servidão imposta pelo regime feudal, era conduzida pela burguesia enriquecida e que, agora vencedora, seria o novo senhor dessa massa que festejava essa hipotética liberdade. Logo mais eles veriam o contrato de vassalagem ser sucedido pelo contrato de trabalho, tão cáustico quanto o anterior.
A burguesia condutora da revolução era composta por uma elite econômica, embora não fosse nobre. Mas, era tão ou mais culta do que a nobreza aristocrática. Portanto, a condução do país não ficou a cargo do servo da gleba, ficou nas mãos de advogados, médicos, engenheiros e financistas.
Rousseau afirma que "o homem só aliena sua liberdade pela força ou pelo contrato (O contrato social). Em sustentação ao que é dito pelo filósofo, Joaquim Pimenta escreve: "O nível de capacidade legal de agir, de contratar, em que se defrontavam operário e patrão, ambos iguais porque ambos soberanos no seu direito, cedia e se tornava em mera ficção com a evidente inferioridade econômica do primeiro em face do segundo. Se a categoria de cidadão colocava os dois no plano de igualdade, não impedia essa igualdade, como alguém observou, que o cidadão - proletário, politicamente soberano no Estado, acabasse, economicamente, escravo na fábrica." in “Sociologia Econômica e Jurídica do Trabalho”. Aqui nos deparamos com a essência do liberalismo.
Também detectamos porque a classe endinheirada, notadamente, os argentários do mundo das finanças, tem um apego religioso ao dogma liberal. Eles pugnam pela liberdade de contratar que lhes confere o direito de subjugar e espoliar o mais fraco. Contando, ainda, com o braço forte do Estado para garantir esse direito a manu militari, se preciso for.
Vencidos os percalços do período pós-revolucionário, Napoleão Bonaparte assume o comando do governo francês e, após a sua nomeação como Cônsul, assume cinco anos depois como Imperador da França. Em 1804, ele festeja a promulgação do seu Código Civil (Code Napoleón), onde restava consagrada a doutrina liberal. O liberalismo no plano jurídico tem por base o princípio do pacta sunt servanda (os contratos são para ser cumpridos). Desta forma, uma vez que as partes, legítimas e capazes, pactuaram a avença, esta tem que ser cumprida tal como foi pactuado. Não importa o teor dessas cláusulas, uma vez assinado, o contrato faz lei entre as partes e nenhuma justificativa tem força suficiente para obstar o seu integral cumprimento.
O governo de Napoleão passou, a França adotou o Presidencialismo parlamentar e adentrou na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Com o fim da Primeira Guerra mundial e uma Europa devastada, incluindo a França, o governo francês percebeu que as regras impostas pelo liberalismo insculpidas no Código de Napoleão, inviabilizava a recuperação da economia e reduziria todos os produtores agrícolas à miséria, e o que via pela frente era a fome. Sendo assim, o governo francês foi buscar nas lições de Santo Tomás de Aquino a regra rebus sic stantibus e, fundado nela, editou a Lei Faillot (MÁRIO, Caio da Silva Pereira) possibilitando a revisão destes contratos e até mesmo a sua total nulidade. Estas regras vieram até o Brasil, onde foram adotadas pela doutrina jurídica, ficando conhecida como a Teoria da Imprevisão.
Numa outra vertente, menos feliz, os EEUU enfrentam em 1929 uma terrível crise econômica produzida por uma euforia exacerbada que culminou com uma maciça desvalorização das ações nas bolsas de valores, provocando uma falência generalizada em pessoas físicas e jurídicas. Este episódio ficou conhecido como o crack da bolsa de Nova York. É ilustrativo o romance de John Steinbeck, “As vinhas da ira”, que relata a tragédia dos proprietários de terra que as perdem para os bancos como pagamento de dívidas. Diferente do governo francês, os EEUU não abrem mão do dogma liberal e preferem assistir à desgraça dos endividados que não contribuíram para a crise, do que criar um precedente contrário à doutrina capitalista liberal.
3. DESTINO MANIFESTO
A Doutrina do Destino Manifesto, surgida no nascedouro da nação americana com fincas nas lições de Thomas Payne, apregoa a ideia de que aos EUA estava destinado ser o farol do mundo e a conduzir o planeta. Enfim, era a versão bíblica do “povo escolhido” que caracterizava os judeus no antigo testamento, transposta para o continente americano, visto agora como uma nova Canaã. Por mais bisonha que pareça, esta doutrina sempre foi levada a sério por eles e está assente como um dogma no Departamento de Estado desde a sua criação. Dessa forma tem início a construção do império e o primeiro ponto destacado é no comércio internacional, onde ficou assente que eles não celebrariam nenhum contrato em outra moeda que não fosse a dele. É fácil deduzir que isto foi fundamental para transformar o dólar em moeda internacional, carregando ipso facto a língua inglesa já bastante difundida pelo império britânico.
Respaldado por essa doutrina, eles dão início ao expansionismo americano começando pelas terras virgens do oeste, promovendo a extinção dos indígenas para ocupar suas terras; em outra frente, compra as possessões francesa e holandesa insertas em seu território, culminando com a compra do Alasca na vizinhança do polo Ártico, feita à Rússia em 1867. Dentro dessa mesma linha expansionista, eles anexaram parte substancial do México, aumentando a sua fronteira ao sul.
Acreditando firmemente nos cânones do Destino Manifesto, eles alavancaram o mito de herói e xerife do mundo, transformando assassinos de índios como Búfalo Bill e Custer em heróis, quando a história registra coisas bem diferentes onde tais heróis são vistos como gente de má fama e moral duvidosa. Búfalo Bill era alcoólatra e segundo consta o verdadeiro matador de índios era um capitão da cavalaria; sobre Custer paira a acusação de ter levado o seu regimento a uma armadilha durante a guerra civil, de onde ele foi o único que escapou. Os índios armados de arco e flecha que tinham a guerra como um ritual, eram o inimigo ideal para levá-lo à glória e alcandorá-lo à condição de herói. As revistas em quadrinhos e o cinema foram o motor da difusão do mito pelo mundo. Despiciendo dizer que estas revistas e o cinema sempre foram a grande arma da propaganda americana.
4. EXPANSIONISMO AMERICANO
Os EUA sempre extraíram grandes lucros dos conflitos armados. Na Primeira Guerra Mundial (1914/1918), a Europa se endividava com eles, enquanto se mantinham distantes alegando neutralidade. Após a guerra ter levado os países envolvidos à exaustão, eles ingressam no conflito em 1917, de onde saem vitoriosos.
Após a Primeira Guerra Mundial, as indústrias americanas contabilizaram os altos lucros gerados pelo endividamento europeu e uma exportação maciça de bens para uma Europa em ruínas com um mercado inteiramente dependente do mercado externo. Isso gerou uma superprodução americana com as ações em franca ascensão nas Bolsas. No entanto, a Europa inicia a sua recuperação e vai retomando o comando do seu mercado, provocando a estagnação dos produtos americanos. Este fato gerou o desaceleramento da indústria americana com a consequente baixa das suas ações. A euforia cessou e iniciou a corrida nas bolsas para a venda de ações, provocando a sua queda vertiginosa.
Na Segunda Guerra não foi muito diferente e enquanto Hitler bombardeava seus aliados, eles se mantinham neutros porque o senado não aprovava o seu ingresso. Essa decisão era muito importante para a indústria americana que trabalhava a todo vapor para abastecer uma Europa que se endividava por causa da guerra.
Churchill gastava sua retórica para controlar a revolta dos britânicos, enquanto os EUA lhes passavam sucata da primeira guerra mundial em troca das possessões britânicas espalhadas pelo mundo. Hoje elas são bases militares americanas.
Os japoneses vieram tirá-los da neutralidade quando atacaram a base naval de Pearl Harbor no pacífico, em 7 de dezembro de 1941, forçando-os a ingressarem no conflito. Mas, ainda com a guerra em ebulição, os EEUU convocam a Conferência de Bretton-Woods, num momento extremamente inadequado para o restante do mundo, mas que lhe era altamente favorável para impor condições que não seriam aceitáveis em tempos normais. Uma delas previa a retirada do lastro-ouro da moeda americana. O general De Gaulle se insurgiu contra esta medida, uma vez que ela pretendia na prática tornar a moeda americana ainda mais privilegiada em detrimento das demais. Por outro lado, a medida fazia com que os Bancos Centrais dos demais países bancassem a moeda americana, sustentando o seu déficit, forçando-os a manter divisas em dólar. A moeda americana iria se transformar em lastro, sucedendo o ouro. Isto aconteceu de fato, após o Presidente Nixon declarar unilateralmente que os EEUU não mais converteria a sua moeda em ouro. 
Na Convenção de Bretton-Woods foram criados o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional – FMI. Também foi criado o GATT, com a finalidade de preparar o terreno para a Organização Mundial do Comércio – OMC, implantada oficialmente em 1º de janeiro de 1995.
Desta forma, os EUA vinham consagrar no plano internacional a doutrina do laissez-faire, bem antes do previsto pelo general Ulisses Grant em 1865, quando afirmou: “Durante séculos a Inglaterra confiou na proteção, levando-a até seus extremos e obtendo disso resultados satisfatórios. Não resta dúvida que deve sua força presente a este sistema. Depois de dois séculos, a Inglaterra achou conveniente adotar o comércio livre, porque pensa que a proteção não pode oferecer mais nada. Muito bem, então, cavalheiros, meu conhecimento de meu país me conduz a crer que dentro de duzentos anos, quando a América tiver obtido da proteção tudo que a proteção pode oferecer, adotará também o livre-comércio”. GALEANO Eduardo in “As Veias Abertas da América Latina”.
A OMC tem por finalidade quebrar as barreiras alfandegárias, possibilitando o livre comércio em todo o mundo. Também resta incluso, a impossibilidade da criação de artifícios tributários que visem inibir a entrada do produto estrangeiro, ou a desoneração do produto nacional lhe possibilitando oferecer melhores preços no comércio externo. Estas medidas ganharam espaço no cenário mundial sobre o nome genérico de Globalização e, para um público mais restrito, é o chamado neo-liberalismo que, rigorosamente falando, nada tem de novo.
No entanto, estas medidas têm por embrião o antigo livre-cambismo de origem britânica, onde eles buscavam legitimar suas intervenções militares pelo mundo, tendo, por exemplo, a invasão da China na chamada Guerra do Ópio, quando impuseram a manutenção deste comércio em terras do Império Chinês. É dessa época a ocupação de Hong-Kong que vigorou até o ano de 1997, quando foi devolvido à China.
Razões semelhantes marcaram a Guerra Civil americana, quando o norte industrializado e necessitando ampliar o mercado consumidor, viu na emancipação dos escravos o caminho para esta ampliação. O sul desguarnecido de indústrias e dependente da produção agrícola e, com ela, da mão de obra escrava, não viu com os mesmos olhos a medida proposta pelo irmão do norte. Esse desentendimento mercadológico, travestido numa causa humanitária, conduziu a nação a uma guerra de grandes proporções. E a prova maior de tudo isto está no fato de que até hoje a nação americana é marcada pelo racismo, malgrado o amparo legal advindo das leis civis que marcaram as lutas dos anos 60.
Após a Segunda Guerra Mundial, os EEUU e seus aliados tinham pela frente outro poderoso adversário: o comunismo. Este sistema fez a sua estreia inaugural em 1917, quando foi implantado na Rússia. Esta, que figurou como aliada contra o nazismo, saiu fortalecida da guerra, incorporando os países por ela libertos ao Bloco Comunista. Para conter uma debandada de importantes países para este Bloco, os EEUU adotaram a estratégia de ajudá-los a superar as dificuldades do pós-guerra e, também, para usá-los como propaganda contra o comunismo.
O Japão foi esmagado por duas bombas atômicas, arma com que os EEUU pretendiam fazer a Rússia e os demais adversários se dobrarem aos seus pés, utilizando o Japão como cobaia do seu novo poderio. A alegria americana durou pouco e em agosto de 1949, a Rússia anunciava ao mundo e, em especial, aos americanos, que haviam testado com sucesso a sua bomba atômica. A pretensão americana virava um pesadelo.
No entanto, o Japão era muito importante para que corressem o risco de vê-lo nos braços dos comunistas. Diante disso, os EEUU lhes forneceram dinheiro, mercado e tecnologia, visando propiciar o seu desenvolvimento e integração na comunidade capitalista ocidental. Pela mesma forma trataram a Coréia do Sul, Taiwan e Alemanha Democrática.
Estes países se desenvolveram bem mais do que o esperado pelos americanos e, hoje, em tempos de globalização com a qual os EEUU esperavam dominar o mundo, estes países turvam o seu caminho e representam a maior concorrência que eles têm, depois da China. A China é um gigante que brotou do comunismo e ameaça a liderança mundial dos EEUU, colocando em xeque a sua doutrina do Destino Manifesto.
5. CONCLUSÃO
O liberalismo, ao longo da sua história, sempre foi absorvido como a expressão maior da liberdade do homem. No entanto, ao aprofundar no tema, verificamos que, a pretexto de liberdade, o liberalismo é a arma dos fortes contra os mais fracos economicamente.
É possível verificar que o livre-cambismo do império britânico era o sofisma que legitimava a sua vampiragem contra países mais fracos belicamente. A modalidade insculpida no Código Napoleão levaria a França a um caos como o produzido pelo crack da bolsa nos EEUU nos anos 30. Os EEUU são os fabricantes do dólar e, por isso mesmo, muito mais fortes.  Dessa forma, eles puderam superar as suas dificuldades adotando o new deal de inspiração keynesiana. No entanto, a França, sem a couraça do dólar, se veria indefesa contra o aparato legal herdado de Napoleão. Portanto, agiram corretamente em promover a alteração necessária em sua legislação.
A Doutrina do Destino Manifesto legitima o expansionismo americano e as suas intervenções militares ao longo da história. Ela foi produzida sob a inspiração profética de Thomas Payne, que anteviu o poderio americano que os fatos corroboram ao longo do tempo. No entanto, a sua construção maior estaria consolidada com os acordos de Bretton-Woods, de onde emanam a OMC e a Globalização. O que Payne não previu, e isso pode derrubar o arcabouço previsto na doutrina, foi o surgimento de uma China, poderosa econômica e belicamente, figurando no rol das superpotências. Em outra vertente, os países amparados pelos EEUU, desde o fim da segunda guerra mundial, aproveitaram essa ajuda e hoje são as potências econômicas que minam o projeto previsto em Bretton-Woods.
Em que pesem todos estes transtornos, a nação americana tem se mostrado à altura dos desafios que atravessaram o seu caminho ao longo de toda a sua existência. Independentemente da simpatia ou antipatia que ela possa despertar, é um fato palpável que o ideal da Doutrina do Destino Manifesto tem obtido a sua comprovação até os tempos atuais. O tripé da escola americana se assenta no capitalismo, liberalismo e o seu destino manifesto.

Antônio Amâncio de Oliveira

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Flagrantes da Vida Real
O C... conta que o irmão dele servia o exército qdo estourou a revolução de 64. Por uma fatalidade, logo no início, e sem que ninguém estivesse entendendo muita coisa, o irmão dele foi destacado para sentinela com uma senha imposta a todo ser humano que pretendesse entrar no batalhão. Altas horas da noite, aparece um jipe cheio de militares com divisas revelando serem de alto escalão. O nosso sentinela pediu a senha... ninguém conhecia a tal senha e um general que seguia á frente mandou tocar. O sentinela fez o que mandaram: abriu fogo. E tinha que acertar precisamente o general. Armou o alvoroço, correram com o general para o hospital e com o sentinela pra cadeia. A sorte do nosso sentinela, "cujo nome agora me some", é que a bala atingiu o ombro e nenhum órgão vital. O general convalescia no hospital e o sentinela amargava a sua desdita na prisão. Mas, o Deus protetor dos sentinelas lhe enviou um recurso. Servia com ele um jovem talentoso e já famoso em todo o Brasil como uma das vozes mais promissoras da nossa música romântica: Altemar Dutra. Os colegas do desventurado sentinela foram até o nosso canoro recruta... Pediram a ele, que era a estrela que abrilhantava os bailes dos oficiais e tinha cartaz com o alto comando, para interceder pelo colega em má situação. Altemar assentiu e foi visitar o general no hospital. Falou com ele que o rapaz não tinha culpa, apenas cumpria ordens ... O general sensibilizou com o caso e mandou soltar o preso. O comando do Batalhão expediu um certificado militar entregou ao liberto e o mandou embora.
Polícia - Confira as principais ocorrências Policiais de Arcos http://www.arcosnoticias.com.br/noticia/333/Confira-as-principais-ocorrencias-Policiais-de-Arcos