quinta-feira, 30 de abril de 2009

HOJE SÃO GAZELAS INATINGÍVEIS

ARNALDO JABOR






O Fashion Week é a semana da utopia moderna. O mundo é ruim? A moda é bela. A vida é dura? A moda é o ideal de sucesso impossível para nós. Depois do prêt-a-porter, as manequins são o front de um mercado de bilhões de dólares.

As manequins mudaram com os tempos. Já foram oferecidas, já fizeram beicinho, já foram chics e hoje são gazelas inatingíveis marchando como soldados diante de nossa solidão comum.

Gisele Bündchen, por exemplo, parece dizer: "Minha beleza é solitária, não preciso ser posse de ninguém, sou amante de mim mesma." O amor e o sexo estragariam sua perfeição.

Para a manequim moderna não há o outro, só ela, faminta e sem amor. Ao contrário da mulher das revistas Sexy, que é mulher para homem, a manequim é mulher para mulher.

Ela aspira a uma independência inatingível, a uma espécie de feminismo imaginário. Ninguém veste as roupas que elas desfilam. Nem precisa. Elas são os raros símbolos de felicidade de um mundo em crise. A verdadeira Gisele Bündchen não quer existir. Ela quer ser um fruto de nossa imaginação.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Teoria da extinção dos dinossauros por asteróide leva impacto fulminante





Agência Fapesp
27/04/2009

Teoria do fim dos dinossauros por conta da queda de um asteróide no México leva grande baque por conta de novo estudo que aponta que extinção teria ocorrido pelo menos 300 mil anos após impacto.[Imagem: NASA]

A conhecida teoria de que os dinossauros teriam sido extintos pelas consequências da queda de um asteroide há 65 milhões de anos acaba de levar um importante golpe.

Segundo um novo estudo, o impacto que formou a cratera de Chicxulub, no México, com 180 quilômetros de diâmetro, não levou à extinção em massa no fim do período Cretáceo, quando desapareceu uma enorme quantidade de espécies de animais e plantas.

Contra a corrente

Em artigo publicado na edição desta segunda (27/4) do Journal of the Geological Society, um grupo internacional de pesquisadores descreve que a queda do asteroide teria ocorrido pelo menos 300 mil anos antes da extinção.

O estudo, feito a partir de análises em cortes de sedimentos rochosos, foi coordenado por uma das principais opositoras da teoria de que a extinção teria sido provocada pelo impacto, Gerta Keller, da universidade Princeton, nos Estados Unidos.

"Keller e colegas continuam a reunir informações estratigráficas [ramo da geologia que estuda a sucessão das camadas ou estratos que aparecem em um corte geológico] detalhadas que confirmam uma nova compreensão a respeito do impacto de Chicxulub e a extinção no fim do Cretáceo. Os dois eventos podem não ter qualquer relação", disse Richard Lane, diretor da Divisão de Ciências da Terra da National Science Foundation (NSF), que apoiou o estudo.

Evidências distantes

"Verificamos que entre 4 e 9 metros de sedimentos foram depositados a cerca de 2 ou 3 centímetros a cada mil anos após o impacto. O nível da extinção em massa pode ser observado em sedimentos bem acima desse intervalo", disse Gerta.

Defensores da teoria de Chicxulub apontam que a cratera e o evento de extinção aparecem distantes no registro sedimentar por conta de distúrbios provocados pelo terremoto ou por um tsunami resultante do impacto do asteroide.

"O problema com essa ideia é que o complexo de arenito não foi depositado por horas e dias, como seria o caso em um tsunami, mas sim por um período muito longo", disse Keller. O estudo verificou que os sedimentos que separam os dois eventos são característicos de sedimentação normal, sem evidência de distúrbios estruturais.

Impacto desprezível

Os cientistas também encontraram evidências de que o impacto de Chicxulub não teve o efeito dramático na diversidade de espécies tal qual se estimava. Em escavação na região de El Penon, o grupo encontrou registros de 52 espécies em sedimentos abaixo da camada do período do impacto e as mesmas 52 em sedimentos acima, ou mais recentes.

"Não encontramos sinal de uma única espécie que foi extinta como resultado do impacto de Chicxulub", afirmou Gerta.

A pesquisadora sugere que a extinção poderia ter sido causada por erupções vulcânicas massivas ocorridas na atual Índia. Os eventos teriam liberado enormes quantidades de gases e poeira que poderiam ter bloqueado grande parte da luz solar e causado efeito estufa de grande dimensão.

Fonte: Inovação Tecnológica, link: http://www.inovacao tecnologica. com.br/noticias/ noticia.php? artigo=teoria- da-extincao- dos-dinossauros- por-asteroide- leva-impacto- fulminante&id=010125090427

domingo, 26 de abril de 2009

Introdução à Psicologia do Ser, de Abraham H. Maslow

Motivação de Deficiência e Motivação de Crescimento

O conceito de "necessidade básica" pode ser definido em função das perguntas a que responde e das operações que o desvendam (97). A minha interrogação original foi sobre psicopatogênese. "O que é que faz as pessoas neuróticas?" A minha resposta (uma modificação e, penso eu, um progresso em relação à resposta analítica) foi, em re­sumo, que a neurose parecia ser, em seu núcleo e em seu começo, uma doença de deficiência; que se originava na privação de certas satisfações, a que chamei necessidades, no mesmo sentido em que a água, os aminoácidos e o cál­cio são necessidades, isto é, a sua ausência produz doença. A maioria das neuroses envolve, a par de outras determi­nantes complexas, desejos insatisfeitos de segurança, de filiação e de identificação, de estreitas relações de amor, de respeito e prestígio. Os meus "dados" foram reunidos ao longo de doze anos de trabalho piscoterapêutico e pes­quisa, e de vinte anos de estudo da personalidade. Uma óbvia pesquisa de controle (feita ao mesmo tempo e na mesma operação) foi sobre o efeito da terapia de substi­tuição, a qual mostrou, com muitas complexidades, que as doenças tendiam a desaparecer quando essas deficiên­cias eram eliminadas.

Essas conclusões, que hoje, de fato, são compartilha­das pela maioria dos psicólogos clínicos, dos psicoterapeutas e dos psicólogos infantis (muitos deles usariam [pág. 47] uma fraseologia diferente da minha) tornaram mais possíveis, ano após ano, definir necessidade, de uma forma natural, fácil e espontânea, como uma generalização dos dados experienciais concretos (em vez de, arbitrária e prematuramente, por "decreta", antes da acumulação de co­nhecimentos e não subseqüentemente (141), tão-só por uma questão de maior objetividade) .

As características de deficiência são, pois, a longo prazo, as seguintes. Ela é uma necessidade básica ou instintóide se

1. a sua ausência gerar doença,

2. a sua presença evitar a doença,

3. a sua restauração curar a doença,

4. em certas situações (muito complexas) de livre es­colha, for preferida a outras satisfações pela pessoa privada,

5. for comprovadamente inativa, num baixo nível, ou funcionalmente ausente na pessoa sadia.

Duas características adicionais são subjetivas, a saber, o anseio e desejo consciente ou inconsciente, e a sensação de carência ou deficiência, como de algo que falta, por uma parte, e, por outra, de palatabilidade. ("Isso sabe bem.")

Uma última palavra sobre definição. Muitos dos pro­blemas que têm flagelado os autores nessa área, quando tentaram definir e delimitar a motivação, é uma con­seqüência da demanda exclusiva de critérios comportamentais, externamente observáveis. O critério original de motivação e aquele que ainda é usado por todos os seres humanos, exceto os psicólogos behavioristas, é o subjetivo. Sou motivado quando sinto desejo, ou carência, ou anseio, ou desejo, ou falta. Ainda não foi descoberto qualquer estado objetivamente observável que se correlacione decen­temente com essas informações subjetivas, isto é, ainda não foi encontrada uma boa definição comportamental de motivação.

Ora, evidentemente, nós devemos persistir na procura de correlatos ou indicadores objetivos de estados subjetivos. No dia em que descobrirmos um tal indicador público e externo do prazer, da ansiedade ou do desejo, a Psicologia terá avançado um século. Mas, até que o descubramos, não devemos fazer crer que já o conseguimos. Nem devemos [pág. 48] negligenciar os dados subjetivos de que dispomos. É uma pena que não possamos pedir a um rato que nos forneça informações subjetivas. Felizmente, porém, podemos pedi-las ao ser humano e não existe razão alguma no mundo que nos impeça de fazê-lo, enquanto não dispuser-mos de melhor fonte de dados.

Essas necessidades é que constituem, essencialmente, deficits no organismo, por assim dizer, buracos vazios que devem ser preenchidos a bem da saúde e, além disso, devem ser preenchidos de fora por outros seres humanos que não sejam o próprio sujeito; e é às que eu chamo neces­sidades por deficit ou de deficiência para os fins dessa exposição e para situá-las em contraste com outra e muito diferente espécie de motivação.

Não ocorreria a ninguém pôr em dúvida a afirmação de que "necessitamos" de iodo ou vitamina C. Quero lem­brar que a prova de que "necessitamos" de amor é exa­tamente do mesmo tipo.

Em anos recentes, um número cada vez maior de psicólogos viu-se compelido a postular alguma tendência para o crescimento ou autoperfeição, a fim de suplementar os conceitos de equilíbrio, homeostase, redução de tensão, defesa e outras motivações conservadoras. Isso ocorreu por várias razões.

1. Psicoterapia. A pressão no sentido da saúde tor­na possível a terapia. É um sine qua non absoluto. Se não existisse tal tendência, a terapia seria inexplicável, na medida em que vai além da construção de defesas contra a dor e a ansiedade (6, 142, 50, 67).

2. Soldados com lesões cerebrais. O trabalho de Goldstein (55) é bem conhecido de todos. Ele considerou necessário inventar o conceito de individuação para ex­plicar a reorganização das capacidades da pessoa, depois da lesão.

3. Psicanálise. Alguns analistas, notadamente, Fromm (50) e Horney (67), consideraram impossível com­preender até as neuroses, a menos que se postule que elas são uma versão destorcida de um impulso para o cresci­mento, a perfeição do desenvolvimento, a plena realização das possibilidades da pessoa. [pág. 49]

4. Criatividade. Muita luz está sendo projetada so­bre a questão geral da criatividade pelo estudo do cresci­mento de pessoas sadias, especialmente em contraste com pessoas doentes. Em particular, a teoria da arte e da educação artística requer um conceito de crescimento e espontaneidade (179, 180).

5. Psicologia Infantil. A observação de crianças mos­tra-nos cada vez mais claramente que as crianças sadias comprazem-se no crescimento e no movimento para diante ou progresso, na aquisição de novas aptidões, capacidades e poderes. Isso está em franca contradição com aquela versão da teoria freudiana que concebe cada criança como se ela se aterrasse desesperadamente a cada ajustamento que realiza e a cada estado de repouso ou equilíbrio. Segundo essa teoria, a criança relutante e conservadora tem que ser continuamente espicaçada para cima, desalojando- a do seu confortável e preferido estado de repouso para jogá-la numa nova e aterradora situação.

Conquanto essa concepção freudiana seja continua­mente confirmada pelos clínicos, ela é predominantemente verdadeira no caso de crianças inseguras e assustadas; e, se bem que seja parcialmente verdadeira para todos os seres humanos, ela é substancialmente inverídica no caso de crianças sadias, felizes e seguras. Nessas crianças, ob­servamos claramente uma ânsia de crescer, de amadu­recer, de abandonar o velho ajustamento como algo im­prestável e gasto, como um velho par de sapatos. Vemos nelas, com especial clareza, não só a avidez de novas apti­dões, mas também o mais óbvio prazer em desfrutá-las repetidamente, aquilo a que Karl Buhler (24) chamou Funktionslust [prazer de função.]

Para os autores nesses vários grupos, notadamente, Fromm (50), Horney (67), Jung (73), C. Buhler (22), Angyal (6), Rogers (143) e G. Allport (2), Schachtel (147) e Lynd (92), e, recentemente, alguns psicólogos católi­cos (9, 128), crescimento, autonomia, auto-atualizaçã o, individuação, autodesenvolvimento , produtividade, auto-realizaçã o, são todos sinônimos, de uma forma rudimentar, designando mais uma área vagamente percebida do que um conceito nitidamente definido. Na minha opinião, não é possível definir atualmente essa área em termos precisos. [pág. 50] Tampouco é desejável fazê-lo, visto que uma definição que não surge fácil e naturalmente de fatos bem conhecidos é mais suscetível de inibir e destorcer do que de ajudar, porquanto é bem provável que esteja errada ou equivocada se tiver sido estabelecida por um ato de vontade, em bases apriorísticas. Simplesmente, ainda não sabemos o bas­tante sobre crescimento para podermos defini-lo bem.

O seu significado pode ser mais indicado do que defi­nido, em parte assinalando positivamente e em parte con­trastando negativamente, isto é, indicando o que não é. Por exemplo, não é o mesmo que equilíbrio, homeostase, redução de tensão etc.

A sua necessidade apresentou-se aos seus proponentes, em parte, por causa da insatisfação decorrente do fato de certos fenômenos recém-observados não serem, simples­mente, cobertos pelas teorias existentes; e, em parte, pela necessidade positiva de teorias e conceitos que servissem melhor aos novos sistemas humanistas de valor que esta­vam surgindo do colapso dos antigos sistemas de valor.

Contudo, esse tratamento atual deriva, em grande parte, de um estudo direto de indivíduos psicologicamente sadios. Esse estudo foi empreendido não só por razões de interesse pessoal e intrínseco, mas também para fornecer uma base mais sólida à teoria da terapia, da patologia e, portanto, de valores. As verdadeiras metas da educação, do adestramento familiar, da psicoterapia e do desenvol­vimento do eu só podem ser descobertas, segundo me parece, por meio desse ataque direto. O produto final do crescimento nos ensina muito sobre os processos de cres­cimento. Num livro recente (97), descrevi o que era aprendido através desse estudo e, além disso, teorizei muito livremente sobre várias conseqüências possíveis, para a Psicologia Geral, desse gênero de estudo direto dos seres humanos bons, em vez de maus, de pessoas sadias, em vez de doentes, do positivo assim como do negativo. (Devo advertir que os dados só podem ser considerados idôneos quando o estudo for repetido por outrem. As possibili­dades de projeção são muito concretas num tal estudo e, é claro, têm poucas probabilidades de ser percebidas pelo próprio investigador. ) Quero agora examinar algumas das diferenças cuja existência observei entre a vida motivacional de pessoas sadias e outras, isto é, pessoas motivadas [pág. 51] por necessidades de crescimento, em contraste com as que são motivadas pelas necessidades básicas.

No que diz respeito ao status motivacional, as pessoas sadias satisfizeram suficientemente as suas necessida­des básicas de segurança, filiação, amor, respeito e amor-próprio, de modo que são primordialmente motivadas pelas tendências para a individuação (definida como o processo de realização de potenciais, capacidades e talen­tos, como realização plena de missão (ou vocação, destino, apelo), como um conhecimento mais completo e a aceita­ção da própria natureza intrínseca da pessoa, como uma tendência incessante para a unidade, a integração ou si­nergia, dentro da própria pessoa).

A essa definição genérica seria muito preferível uma definição de caráter descritivo e operacional, que por mim já foi publicada (97). Essas pessoas sadias são aí definidas mediante a descrição de suas características clinicamente observadas. São elas:

1. Percepção superior da realidade.

2. Aceitação crescente do eu, dos outros e da natureza.

3. Espontaneidade crescente.

4. Aumento de concentração no problema.

5. Crescente distanciamento e desejo de intimidade.

6. Crescente autonomia e resistência à enculturação.

7. Maior originalidade de apreciação e riqueza de rea­ção emocional.

8. Maior freqüência de experiências culminantes.

9. Maior identificação com a espécie humana.

10. Relações interpessoais mudadas (o clínico diria, neste caso, melhoradas).

11. Estrutura de caráter mais democrática.

12. Grande aumento de criatividade.

13. Certas mudanças no sistema de valores.

Além disso, também descrevemos neste livro as limi­tações impostas à definição por inevitáveis deficiências na amostragem e na acessibilidade dos dados.

Uma grande dificuldade nessa concepção, tal como foi apresentada até agora, consiste no seu caráter algo estático. A individuação, dado que a tenho estudado sobretudo em pessoas mais velhas, tende a ser vista como um estado final ou último de coisas, uma meta distante, em vez de um processo dinâmico e ativo durante a vida inteira, Ser em vez de Vir a Ser. [pág. 52]

Se definirmos o crescimento como os vários processos que levam a pessoa no sentido da sua individuação final, então isso ajusta-se melhor ao fato observado que se está desenrolando o tempo todo, na biografia do indivíduo. Também desencoraja a concepção gradativa, saltante, de tudo ou nada, da progressão motivacional para a indivi­duação, em que as necessidades básicas são completamente satisfeitas, uma por uma, antes de surgir na consciência a necessidade seguinte e mais elevada. Assim, o cresci­mento é visto não só como a satisfação progressiva de necessidades básicas, até ao ponto em que elas "desapa­recem" , mas também na forma de motivações específicas do crescimento, além e acima dessas necessidades básicas, por exemplo, talentos, capacidades, tendências criadoras, potencialidades constitucionais. Dessa maneira, somos também ajudados a compreender que necessidades básicas e individuação não se contradizem entre si mais do que a infância e a maturidade. Uma pessoa transita de uma para a outra e a primeira é condição prévia e necessária da segunda.

A diferenciação entre essas necessidades de crescimen­to e as necessidades básicas, que iremos explorar aqui, é uma conseqüência da percepção clínica de diferenças qua­litativas entre a vida motivacional dos que conquistaram a sua própria autonomia ou individuação e das outras pes­soas. Essas diferenças, abaixo enumeradas, são razoavel­mente, ainda que não perfeitamente, descritas pelos nomes de necessidades por deficiências e necessidades de cresci­mento. É claro que nem todas as necessidades fisiológicas são deficits, por exemplo, sexo, eliminação, sono e re­pouso.

Em qualquer dos casos, a vida psicológica da pessoa, em muitos dos seus aspectos, é vivida de forma diferente quando ela é propensa à satisfação das necessidades de deficiência e quando é dominada pelo crescimento, ou "metamotivada" , ou motivada pelo crescimento ou pela necessidade de individuação. As seguintes diferenças dei­xam isso bem claro.

1. Atitude em Relação ao Impulso: Rejeição de Impulso e Aceitação de Impulso

Praticamente, todas as teorias históricas e contempo­râneas de motivação se unem na consideração das necessidades, [pág. 53] impulsos e estados motivadores, em geral, como importunos, irritantes, indesejáveis, desagradáveis, enfim, como algo de que nos devemos livrar. O comportamento motivado, a procura de metas, as respostas consumatórias, são técnicas para reduzir esses tipos de desconforto. Essa atitude é assumida, de maneira muito explícita, em nume­rosas descrições amplamente usadas da motivação como redução de necessidade, redução de tensão, redução de impulso e redução de ansiedade.

Tal abordagem é compreensível na Psicologia Animal e no Behaviorismo, que se baseia tão substancialmente no trabalho com animais. É possível que os animais tenham unicamente necessidades por deficiência. Se assim é ou não, temos tratado os animais, em todo o caso, como se assim fosse, a bem da objetividade. Um objeto-meta tem de ser algo fora do organismo animal, para que possamos medir o esforço despendido pelo animal na realização desse objetivo.

Também é compreensível que a Psicologia Freudiana tenha sido erguida sobre a mesma atitude em relação à motivação, ou seja, que os impulsos são perigosos e devem ser combatidos. No fim de contas, essa Psicologia baseia-se, toda ela, na experiência com pessoas doentes, pessoas que, de fato, sofrem de más experiências com as suas ne­cessidades, e com as suas satisfações e frustrações. Não admira, pois, que essas pessoas temam ou odeiem até os seus impulsos que lhes causaram tais perturbações e que elas manipulam tão mal; e que uma forma usual de ma­nipulação seja a repressão.

Essa degradação do desejo e da necessidade tem sido, é claro, um tema constante ao longo da história da Filosofia, Teologia e Psicologia. Os estóicos, a maioria dos hedonis­tas, praticamente todos os teólogos, muitos filósofos polí­ticos e a maior parte dos teorizadores econômicos uniram-se na afirmação do fato de que o bem, ou felicidade, ou prazer, é essencialmente a conseqüência da melhoria desse desagradável estado de coisas de carência, de desejo, de necessidade.

Para dizê-lo da maneira mais sucinta possível, todas essas pessoas acham que o desejo ou impulso é um incon­veniente ou mesmo uma ameaça; e, portanto, tentarão livrar-se dela, negá-lo ou evitá-lo. [pág. 54]

Essa asserção é, por vezes, uma explicação exata do caso. As necessidades fisiológicas, as necessidades de se­gurança, amor, respeito, informação, constituem, de fato, com freqüência, inconvenientes para muitas pessoas, fato­res de perturbação psíquica e geradores de problemas, es­pecialmente para aquelas que tiveram experiências mal sucedidas na tentativa de satisfazê-las e para aquelas que não podem contar agora com a sua satisfação.

Contudo, mesmo no caso dessas deficiências, as ale­gações não sublinham adequadamente o que se passa: podemos aceitar e desfrutar as nossas necessidades e aco­lhê-las na consciência se a) a experiência passada com elas foi satisfatória e b) se podemos contar com a satisfa­ção presente e futura. Por exemplo, se uma pessoa sentiu, em geral, prazer em comer e se dispõe agora de boa co­mida, o surgimento de apetite na consciência é bem rece­bido, em vez de ser temido. ("O inconveniente de comer é que mata o meu apetite.") Algo do mesmo gênero é ver­dadeiro no tocante à sede, ao sono, ao sexo, às necessidades de dependência e às necessidades de amor. Contudo, uma refutação muito mais poderosa da teoria da "necessidade-é -um-inconvenient e" é encontrada na consciência emer­gente da motivação de crescimento (individuação) e na preocupação com esta.

A multidão de motivos idiossincrásicos que é abran­gida pela designação geral de "individuação" dificilmente pode ser enumerada, visto que cada pessoa tem diferentes talentos, capacidades e potencialidades. Mas algumas ca­racterísticas são gerais para todas elas. E uma é que esses impulsos são desejados e bem acolhidos, são desfrutáveis e agradáveis, a pessoa prefere mais do que menos desses impulsos e, se acaso constituem tensões, são tensões agra­dáveis. Usualmente, o criador acolhe favoravelmente os seus impulsos criadores; a pessoa talentosa gosta de usar e expandir os seus talentos.

É simplesmente inexato falar, nesses casos, de redução de tensão, subentendendo com isso que a pessoa se desenvencilha de um estado incômodo. Pois esses estados não são, em absoluto, incômodos.

2. Efeitos Diferenciais da Satisfação

Quase sempre associada às atitudes negativas em relação à necessidade está a concepção de que a finalidade [pág. 55] primordial do organismo é livrar-se da necessidade incô­moda e, por conseguinte, lograr uma cessação de tensão, um equilíbrio, uma homeostase, uma aquietação, um esta­do de repouso, uma ausência de dor.

O impulso ou necessidade pressiona no sentido da sua própria eliminação. O seu único esforço é para a cessação, para a sua própria extinção, para um estado de inexis­tência. Levado ao seu extremo lógico, vamos acabar no instinto de morte de Freud.

Angyal, Goldstein, G. Allport, C. Buhler, Schachtel e outros criticaram com eficácia essa posição essencialmente circular. Se a vida motivacional consiste, em sua essência, numa remoção defensiva de tensões irritantes e se o único produto final da redução de tensão é um estado de ex­pectativa passiva de que surjam mais irritações indese­jáveis que, por seu turno, terão de ser dissipadas, então como é que ocorrem mudanças, como se dá o desenvolvi­mento, ou movimento, ou se define uma direção? Por que é que as pessoas melhoram ou se aperfeiçoam ou progridem? Como ficam mais experientes ou mais criteriosas? O que significa o gosto pela vida?

Charlotte Buhler (22) sublinhou que a teoria da ho­meostase é diferente da teoria do repouso. Esta última teoria fala, simplesmente, de remoção de tensão, o que implica que a tensão zero é a melhor. Homeostase signi­fica chegar, não a zero, mas a um nível ótimo. Isso quer dizer por vezes, redução da tensão, outras vezes aumento da tensão, por exemplo, a pressão sanguínea pode ser ex­cessivamente baixa ou excessivamente elevada.

Num caso ou noutro, a falta de direção constante durante o período de vida é óbvia. Em ambos os casos, o crescimento da personalidade, os aumentos em sabedoria, individuação, fortalecimento do caráter e o planejamento da nossa própria vida não estão nem podem ser explicados. Algum vetor a longo prazo ou tendência direcional terá de ser invocado para dar sentido ao desenvolvimento du­rante todo o tempo de vida (72).

Essa teoria deve ser abandonada como uma descrição inadequada até da própria motivação por deficiência. O que está faltando, neste caso, é a conscientizaçã o do prin­cípio dinâmico que conjuga e relaciona entre si todos esses distintos episódios motivacionais. As diferentes necessidades [pág. 56] básicas estão mutuamente relacionadas numa ordem hierárquica, de tal modo que a satisfação de uma neces­sidade e sua conseqüente remoção do centro do palco provocam não um estado de repouso ou de apatia estóica, mas, antes, o aparecimento na consciência de outra neces­sidade "mais alta"; a carência e o desejo continuam, mas em nível "superior". Assim, a teoria de "retorno ao re­pouso" não é adequada nem mesmo para a motivação por deficiência.

Contudo, quando examinamos pessoas que são predo­minantemente motivadas para o crescimento, a concep­ção motivacional de "retorno ao repouso" torna-se comple­tamente inútil. Em tais pessoas, a satisfação gera uma crescente, não decrescente, motivação, uma excitação in­tensificada, não atenuada. Os apetites são intensificados. Avolumam-se e, em vez de querer cada vez menos, a pessoa quer cada vez mais, por exemplo, educação. Em vez de chegar a um estado de repouso, a pessoa torna-se mais ativa. O apetite de crescimento é estimulado pela satis­fação, não aliviado. O crescimento é, em si mesmo, um processo compensador e excitante, por exemplo, a reali­zação de anseios e ambições, como ser um bom médico; a aquisição de aptidões admiradas, como tocar violino ou ser um bom carpinteiro; o recrudescimento constante da compreensão sobre outras pessoas ou sobre o universo, ou sobre nós próprios; o desenvolvimento da criatividade em qualquer campo ou, mais importante ainda, a simples ambição de ser um bom ser humano?

Wertheimer (172) salientou há muito tempo outro aspecto dessa mesma diferenciação, ao afirmar, num apa­rente paradoxo, que a atividade para a realização de autênticos objetivos cobre menos de 10% do seu tempo. A atividade pode ser desfrutada intrinsecamente (a ativi­dade pela atividade) ou então só tem valor porque cons­titui um instrumento para gerar uma satisfação desejada. Neste último caso, perde o seu valor e deixa de ser agra­dável quando não consegue ser eficiente ou bem sucedida. Mais freqüentemente, não é motivo de prazer algum, visto que só o objetivo é saboreado. Isso é semelhante àquela atitude em relação à vida que a aprecia menos pelo que ela é o pelo que nos oferece do que pelo fato de, no fim dela, irmos para o Céu. A observação em que se baseia essa generalização é que as pessoas dotadas de capacidade; [pág. 57] de individuação desfrutam a vida em geral e, praticamente, em todos os seus aspectos, enquanto que as outras pessoas gozam apenas de momentos dispersos de triunfo, de rea­lização ou de clímax ou experiências culminantes.

Em parte, essa validade intrínseca da existência pro­vém da natureza inerentemente agradável do crescimento e do ser crescido. Mas também promana da capacidade das pessoas sadias para transformarem a atividade-meio em experiência-fim, de modo que até a atividade instru­mental é desfrutada como se fosse uma atividade final (97). A motivação do crescimento pode ter um caráter a longo prazo. A maioria do tempo de vida poderá estar envol­vida em tornarmo-nos bons psicólogos ou bons artistas. Todas as teorias de equilíbrio, ou homeostase, ou repouso, tratam apenas de episódios a curto prazo, cada um dos quais nada tem a ver com os outros. Allport, em parti­cular, sublinhou esse ponto. Traçar planos e pensar no futuro, acentuou ele, fazem parte da substância central ou da natureza humana sadia. Concorda Allport (2) que "os motivos de déficit requerem, de fato, a redução de tensão e a restauração do equilíbrio. Os motivos de crescimento, por outro lado, mantêm a tensão no interesse de objetivos distantes e freqüentemente inatingíveis. Como tal, eles fazem distinção entre o devir animal e o devir humano, e entre o devir infantil e o do adulto".

3. Efeitos Clínicos e Personológicos da Satisfação

As satisfações da necessidade por déficit e as satisfa­ções da necessidade de crescimento têm efeitos subjetivos e objetivos diferenciais sobre a personalidade. Se me per­mitem enunciar o que pretendo dizer aqui de uma forma generalizada, os termos são os seguintes: a satisfação de deficiências evita a doença; as satisfações do crescimento produzem a saúde positiva. Devo reconhecer que, no pre­sente, isso será difícil de fixar para fins de pesquisa. Entretanto, existe uma verdadeira diferença clínica entre rechaçar ameaças ou ataques e o triunfo e a realização positivos; entre proteger, defender e preservar o eu e es­forçar-se por atingir a plena realização, a excitação e a ampliação do eu. Tentei expressar isso como um con­traste entre viver plenamente e a preparação para viver plenamente, entre crescer e ser crescido. Outro contraste [pág. 58] que usei (94, capítulo 10) foi entre mecanismos de defesa (para eliminar a dor) e mecanismos de interação (para triunfar e superar as dificuldades) .

sábado, 25 de abril de 2009

A Vida Muda

Luiz Fernando Veríssimo


A vida muda, quando "você muda"


Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito:
" Faleceu ontem a pessoa que impedia seu crescimento na empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".
No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava bloqueando seu crescimento na empresa.
A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório.
Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:
-Quem será que estava atrapalhando o meu progresso?
-Ainda bem que esse infeliz morreu!
Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam o defunto e engoliam em seco.
Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma.
No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo...


Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento:
Você mesmo!
Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida.
Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida.
Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo.


"Sua vida não muda quando seu chefe muda;
Quando sua empresa muda;
Quando seus pais mudam;
Quando seu(sua) namorado(o) muda;


Sua vida muda... Quando você muda!
Você é o único responsável por ela."

Borodin - Prince Igor - Polovtsian dances

Herbert Viana - fantástico (clique na figura)

O bonequinho deu umas dormidinhas

João Ubaldo Ribeiro


Na quarta-feira passada, sabedor de que, no Senado da República, estaria sendo travada a grande batalha democrática da CPMF, liguei a TV cedo, mandei buscar farto suprimento de pipoca e, juro a vocês, assisti a todo o espetáculo, com exceção dos comparativamente raros momentos em que caí no sono e fui logo despertado por um dos muitos brados retumbantes dados no plenário. Eu não me perdoaria se perdesse aquelas cenas, que, para começar, só podiam acontecer no Brasil mesmo. Imagino que, em qualquer outro país, o espanto seria absoluto e muita gente não ia acreditar nem vendo.

Explico a razão do espanto. Por que estranhar que um tributo criado como "provisório" venha a ser exatamente isso - provisório? Se era para ser provisório, era para ser provisório, a não ser que isto seja compreendido nos mesmos termos em que o sistema solar é provisório, ou seja, um dia vai acabar, mas só quando não puder mais. Claro, estou fazendo um pouquinho de ironia, porque se sabe que ninguém aqui leva a sério essas bobagens e tacaram o "provisório" sabendo que suportamos bem o deboche, já temos até o vício de sermos passados para trás e em tudo se dá um jeitinho. Nome não tem importância, como já observou o poeta, acrescentando que, com qualquer outro nome, a rosa teria o mesmo perfume. Em nossa política, qualquer coisa, com qualquer outro nome, tem o mesmo fedor - e aí botaram "provisório".

De modo geral, o espetáculo apresentou altos e baixos. Algumas das falas foram muito boas e, mesmo quando se mentiu ou se distorceu a verdade, houve momentos inesquecíveis. O senador Mercadante fez tal estentor emocional pelos pobres que abafaria no Municipal. Suspeito que com ele não perderíamos um senador, mas ganharíamos um Plácido Domingo. Primeiro, desmentiu o presidente, que poucos dias antes, como já dissera que a saúde pública brasileira estava próxima da perfeição, disse também que o atendimento médico presidencial estava ao alcance de qualquer brasileiro. Ao contrário disso, entre esgares terríficos, ademanes trágicos e semitons magistrais, mencionou o miserê da saúde em seu Estado, que é o mais rico da federação - imaginem o resto. Não argumentou nada defensável, como fazia no tempo em que era senador mesmo, mas foi uma bela performance, vai para o trono.

Já outros e outras fizeram Camões e Machado rebolar nas tumbas. Isso quanto à linguagem usada, que às vezes, de tão estropiada, tartamudeada, violentada e desfavoravelmente comparável ao baixo neandertalês, se tornava ininteligível. Quanto aos argumentos, cheguei a começar a me ofender de novo, por ser considerado, como todos os outros governados, muito mais burro do que sou. Mas me veio um consolo, que partilho com vocês, os que são atingidos pela mesma ofensa. Não é que eles achem que nós sejamos burros, eles é que são burros. E assim, ao nos dirigirem seus solecismos enrolões, acham que estão se dirigindo a seus co-burros.

Mas não somos tão burros e já desconfiamos, com certeza com razão, que nada vai mudar, CPMF ou não CPMF. Dr. Mercadante, por exemplo, sabe perfeitamente, sim, que o percentual da CPMF "pago" pelas grandes empresas não é pago por elas e o que realmente vale como argumentação é o peso relativo que esse "pagamento" tem para quem o realiza. O que as grandes empresas fazem é desembolsar momentaneamente a CPMF, não pagá-la, porque não sai nenhum dinheiro dos ativos delas. O pagamento elas repassam e só pagam impostos quando compram algo, ou seja, quando estão na ponta do consumo. De resto, aqui como em quase toda parte (o exemplo dos bancos não vale, pornografia aqui não), rico não paga imposto, quem paga é quem está no fim da linha do repasse. Não vem ao caso o volume desembolsado pelas empresas, porque isso é incluído em seus custos e repassado. Só quem não pode repassar é quem paga, ou seja, assalariado e pobre mesmo. Arrenego da transferência de renda que está havendo com isso.

Uma resenha completa do evento, requereria várias colunas destas, o que não farei, porque prezo os leitores que tenho conseguido conservar. Não posso, contudo furtar-me à menção habitual ao presidente da República. Não quero referir-me à inépcia de sua negociação desde o começo, culminando com aquela carta vexatória, já no fim dos debates. Fico tendo alucinações em que, no futuro, o presidente mande seus projetos (aliás, isto é difícil, pois aqui nesta ditamole o negócio é medida provisória até para regulamentar o cafezinho) acompanhados de uma cartinha súplice. No caso do atual presidente, que não tem fama de ser um grande pagador de promessas e nem sempre faz o que diz que vai fazer, deve ser acrescido o pormenor de que quem acredita em promessa dele deve ter residido incomunicável no Nepal durante os últimos 15 anos, ou estar internado num hospício porque, depois dos 40, ainda crê em Papai Noel ou imagina que todo barbudo é santo.

Se ele, desde o primeiro mandato, tivesse iniciado as reformas que prometia com fogo às ventas e das quais não promoveu nenhuma, o vexame não teria acontecido. Já passou tempo mais do que suficiente para que se fizessem diversas reformas antes tidas como inadiáveis, a exemplo da tributária. Mas ele não fez as reformas (aliás, não fez nada, como veremos mais cedo ou mais tarde) e agora seu governo continua a funcionar como barata tonta, sem programas, sem investimentos e reagindo aos acontecimentos atabalhoadamente. E, finalmente, uma palavra às carpideiras da CPMF: não chorem, não. Não vai fazer falta nenhuma. Eles não precisam, mas num instante são capazes de um emprestimozinho compulsório, um confiscozinho à la Collor, algo assim bem meu Brasil brasileiro. A gente engole qualquer coisa e eles sabem disto.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

ANTES QUE A NOITE TERMINE

Feche os olhos e me traga prá junto de você.
Sinta meu perfume que se mistura com o cheiro da noite
Que te inebria...
Que te penetra...
Ouça a nossa música ao fundo
Dance comigo
Sussurre prá mim aquelas palavras loucas, que só você sabe dizer, trazidas de dentro de seu coração.
Me envolva nesse clima nostálgico.
Me absorva por inteira.
Deixe o luar iluminar nosso palco, ser nosso cúmplice... nosso elo... nossa fuga.
E me tome em seus braços mais uma vez.
Me ame mais uma vez.
Me diga que sou única... só tua.
Vamos caminhar juntos, abraçados, sentindo a suave brisa da noite, o calor gostoso desta noite de verão.
Noite só nossa...
Noite longa...
Noite de sonhos e magias.
Veja o brilho das estrelas refletido em meus olhos.
Na sombra que se forma ao nosso redor.
Silhuetas a se perder nesta noite de amor e paixão.
E vamos sonhando juntos.
Amando juntos.
Eternizando esses momentos... só nosso...
Acompanhando essa cadência, esse ritmo.
Antes que a noite termine e eu me perca em você.

Autora
Regina Bertoccelli

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A arte de conviver com pessoas insuportáveis no trabalho

Por: Marcela Tavares

Não importa qual o ramo de atividade que exercemos, mais cedo ou mais tarde temos que conviver com pessoas com um temperamento difícil. O que fazer? Entrevistamos Bruna Gasgon, consultora em comunicação e recursos humanos, que criou apelidos para os tipinhos insólitos que aparecem nos escritórios e ensinar de uma maneira divertida como neutralizar as más influências.

Os insuportáveis podem ser de dois tipos. O primeiro deles é a pessoa é insuportável e pode até precisar de terapia porque não sabe que é assim. No segundo, a pessoa está insuportável porque teve uma semana ruim, está se sentindo mal. "Pelo menos um dia na vida a gente é insuportável", disse Bruna

"A primeira providência é perceber que você também é uma pessoa insuportável. Eu mesma sou a insuportável número um!", brincou a consultora. Ela frisa que todo o exercício de lidar com pessoas com quem você não se dá bem tem como primeiro momento o autoconhecimento. "Pode ter certeza, em algum momento de sua vida você foi (ou é) insuportável para alguém. Então você tem que refletir sobre as suas atitudes para que o clima do escritório não piore".

Num segundo momento, tente entender a chatice de seu colega descobrindo o que o leva a agir assim. "Se você sabe que alguém dormiu mal, está com uma mãe doente e essa pessoa te dá uma patada, você acaba relevando. É claro que isso não pode acontecer sempre, mas se você está ciente de que a irritação não é com você, a sua dor de cabeça ou sua raiva evaporam", aconselha Bruna.

Finalmente, tente sinalizar que esse tipo de atitude incomoda e muito. "Quando você percebe que está sendo chato e por isso as pessoas se afastam de você, não há quem não tente melhorar", disse a consultora.

Conheça os principais tipinhos difíceis de escritório e aprenda a lidar com eles


Brucutu

Perfil
É aquele que sente prazer especial em humilhar as pessoas, principalmente os subordinados. Ele grita, dá respostas grosseiras e parece que nem percebe o quanto magoa os que estão ao seu redor. Geralmente, ou você engole, ou vira brucutu também. Nenhuma das duas alternativas é interessante.

Por que ele é assim?
Um brucutu pode ter acordado com o pé esquerdo, estar de TPM, "a Tendência Para Matar", disse Bruna. Geralmente tratam mal os subordinados porque acham que têm poder suficiente para escapar de protestos.

O que fazer
Quando alguém estiver explodindo com você, deixe que a pessoa fale tudo o que quer. "Espere acabar a corda", explica Bruna. Fique parado na mesma posição. "É estranho, mas em todas as pesquisas que fiz, quando alguém se move numa situação dessas, a pessoa que está explodindo fica ainda mais brava".

Finalmente, depois que o brucutu se calar, diga em um tom de voz calmo e baixo que você é um profissional, que merece ser respeitado e de gostaria muito que isso não acontecesse mais. "Pode acreditar, o brucutu se desmonta na hora porque ele percebe que reagiu de forma errada".


Sabe-tudo

Perfil
Sabe aquele chato que sempre te corta no meio de uma reunião porque ele tem certeza de que sabe muito mais sobre o assunto? Também é aquele que fica o tempo todo contando vantagem, falando da viagem sensacional que fez, do melhor restaurante da cidade que só ele conhece, do carrão que comprou.

Por que ele é assim?
Pessoas que tentam mostrar o tempo todo o como são melhores têm um profundo complexo de inferioridade, são muito inseguras, diz Bruna.

O que fazer?
Vire o melhor ouvinte do mundo. Não tente dizer que o seu é melhor ou que você não acha a nova camisa dele tão fantástica assim. Quanto mais você der corda, mais ele vai querer se exibir.


Kid Tocaia

Perfil
O mais nocivo de todos. É aquele colega que faz de tudo para que você fique mal diante dos olhos do seu chefe e que comemora secretamente cada falha que ele vê em você. Fofoqueiro, costuma dar umas alfinetadas em você no meio de uma rodinha e depois solta um "eu tava brincando, amiga!".

Por que ele é assim?
O Kid Tocaia quer alguma coisa que você tem. Pode ser seu cargo, seu cabelo, seu namorado. São patologicamente invejosos.

O que fazer?
É preciso estar atento para que as mentiras espalhadas pelo Kid Tocaia não acabem com a sua imagem na empresa. "O mais complicado é segurar a vontade de sair no braço com o invejoso, mas não adianta revidar. Se você estiver explodindo, vá ao banheiro mais próximo e dê uns gritos de caratê para aliviar a tensão", aconselha Bruna.

Não adianta ficar remoendo o ódio, afinal de contas você não é culpado pela inveja do Kid. "Dedique-se ao seu lazer. Pegue um dia para dar um passeio sozinho. Não adianta ficar acumulando a raiva porque isso faz mal à saúde e atrapalha ainda mais o seu trabalho", disse a consultora.


Frente fria

Perfil
Uma nuvem preta paira apenas sobre a cabeça dele. Tudo está ruim e a pessoa se sente tão mal com tudo e todos que contamina o escritório.

Por que ele é assim?
Os frente fria são pessoas muito melancólicas, que optaram por olhar sempre para o lado negativo das coisas. Sabe aquela história de ver que o copo está meio vazio?

O que fazer
Não tente argumentar ou brincar de "Jogo do Contente". Eles vão inverter tudo que você disser e achar ainda mais "provas" de que o mundo vai acabar antes das seis da tarde. Principalmente, NUNCA mude seus planos por causa de uma opinião do frente fria.


Disque problema

Perfil
Primo do frente fria, é viciado em reclamar. Se trocam os computadores, reclama que não vai saber mexer nos programas novos. Se pintam as paredes, reclama que o ambiente ficou muito claro.

Por que ele é assim?
Para essas pessoas, reclamar é um vício. É impressionante como eles conseguem estragar a melhor das intenções.

O que fazer
Chame a pessoa para conversar e fale francamente o que você acha das atitudes dela. Não tente atacar, a conversa tem que ser bastante amigável. Você pode até começar brincando, chamando a pessoa de reclamona. "Na hora o Disque Problema pode fugir da conversa, mas com certeza no dia seguinte ele vai falar com você e tentar reclamar menos", disse Bruna.


Agradecimentos
Bruna Gasgon
Consultora em comunicação e RH
(11) 5052-9124

visite: www.matrimonio.webs.com

Mestre iogue receita 'amor' contra a crise financeira mundial



Joseph Michael Levry, o Gurunam, trocou Wall Street pela vida espiritual.
Ensinada de NY a Israel, nova forma de ioga usa elementos de cabala.
Diego Assis Do G1, em São Paulo


Joseph Michael Levry, o Gurunam (ao centro, vestido de preto e branco), durante evento de Naam Yoga no México. Ele não gosta de mostrar seu rosto em fotos (Foto: Divulgação)
Que pacote trilionário de resgate, que nada. A receita para tirar o mundo do colapso financeiro em que se meteu, segundo Joseph Michael Levry, ex-executivo de Wall Street e propositor de uma nova filosofia de vida chamada de Naam Yoga, custa bem menos do que isso. Para ele, basta ao homem "abrir o coração".

"Essas pessoas [ligadas às instituições envolvidas na crise] vieram das melhores escolas econômicas, mas ninguém parece entender o que está se passando. No mercado financeiro, parece que há essa cobra, e todos estão tentando encontrar a cabeça do animal, mas não conseguem. Tudo foi construído sobre falsas verdades, e se não nos movermos para uma era de amor, de sabedoria e de verdade, o que não for construído sobre isso vai ruir, e é o que está acontecendo. Entender o quão interconectados estamos vai ajudar as pessoas a esquecer a si próprias um pouco e começar a servir os outros. E isso vem quando o coração está aberto", propõe Levry, que antes de adotar o nome espiritual Gurunam formou-se em engenharia industrial pela Politécnica de Nova York.

Extremamente reservado - "a entrevista não tem de ser sobre mim, mas sobre a sabedoria espiritual divina" -, Levry se recusa a dar detalhes muito precisos de sua vida pessoal, para além do fato de que nasceu na Costa do Marfim, trabalhou no "mundo do dinheiro" cerca de 20 anos atrás e que "estava indo bem" financeiramente quando decidiu largar a vida de executivo e se dedicar à elaboração de sua doutrina, uma mistura de Kundalini, "considerada a mãe de todos os iogas", com cabala, nome dado aos estudos milenares judaicos que procuram desvendar a relação entre Deus e suas criações no universo.

"Esta é a primeira vez na história que essas duas metades são colocadas juntas. A cabala é a ciência mística do mundo ocidental. E o ioga é a ciência mística do mundo oriental. O Naam Yoga junta o aspecto da ioga que toma conta do seu sistema nervoso e sanguíneo com o da cabala, que trata das leis da natureza, de como o universo funciona, para que você tome as decisões certas", explica. Há uma diferença, entretanto, entre o que Levry chama de Cabala Universal - praticada por ele desde a infância - e a cabala tradicional.

"Cabala Universal é a cabala tradicional [do judaísmo] menos as bobagens religiosas e as várias coisas que não fazem sentido. É muito prática, qualquer um pode usar", sugere, frisando que entre os alunos que frequentam o seu Universal Force Healing Center, em Nova York, ou as palestras que faz pelo mundo, da Espanha a Israel, - o Brasil deve recebê-lo em novembro - estão "políticos, advogados, médicos, cientistas e gente de Wall Street".

Além dos exercícios típicos de ioga e do estudo da Cabala Universal, Levry aposta na importância do uso da música e da palavra em sua disciplina. "Naam, em português, é o verbo, a palavra. Como no Gênesis, em que no início era o verbo, você traz o poder da palavra à prática do ioga. Ela tem um grande efeito sobre o cérebro", garante.


Místico cético

Apesar da crença na espiritualidade, o mestre do Naam Yoga se define, sem esconder a gargalhada, como "um cético". Ele descreve sua doutrina como uma "tecnologia" e usa com frequência metáforas desse mesmo universo para expor suas ideias. "Imagine que há dois computadores, o menor, que é o homem, e o grande computador, que é o universo. Quando o seu computador está desconectado do computador maior, você não tem luz. E sem luz nada funciona. Mas, uma vez que você alinha o pequeno computador com o grande, automaticamente, tudo passa a funcionar", defende.. "O Naam Yoga é a ciência de se ligar a Deus usando o seu computador, de fazer o link entre você e o poder que governa e dá vida ao universo inteiro."

Segundo o Universal Force Healing Center, aulas de Levry pelo mundo costumam atrair de 600 até 1.500 participantes, dependendo do evento (Foto: Divulgação)

Da mesma forma, Levry não acredita que "você tem de se mudar para uma montanha" para alcançar a iluminação. "Se o que chamamos de Deus não quisesse que tivéssemos uma experiência humana, ele não nos teria mandado para a Terra. Teríamos ficado no céu ou onde quer de que tenhamos vindo. Você não está encarando suas responsabilidades se se torna esse cara que se deixa perder completamente. Por isso que a maioria das pessoas pensa que espirituais são lunáticos, que não sabem o que estão fazendo. Para mim, elevar a consciência é se responsabilizar por sua vida. Você decide o certo e o errado, e faz a coisa certa por ser espiritual. Se torna um cidadão responsável porque vive no caminho da verdade e tenta o quanto puder ajudar os outros", diz o Gurunam que, aliás, detesta ser chamado de guru.

"Eu não acredito em gurus. Isso é resultado de um erro de conceito do Ocidente. 'Gu' significa escuridão, 'ru' significa luz. Então, guru é a sabedoria que o move da escuridão à luz. Nos nossos ensinamentos, não acreditamos em gurus, mas que você deve procurar as respostas em seu próprio coração. É lá que você encontra seus professores. Eu tenho um nome especial, Gurunam, e as pessoas pensam que isso é porque eu sou um guru, mas Deus me perdoe, eu não quero ser um guru, é a última coisa que quero ser. Gurunam é a pessoa que usa a palavra (naam) para se mover da escuridão (gu) à luz (ru)."

Ampliar Foto Foto: Reprodução Foto: Reprodução
Capas de alguns dos livros de Levry. Obras vão desde explicar os fundamentos da Naam Yoga até dar dicas de como curar doenças e relacionamentos usando a espiritualidade (Foto: Reprodução)
Limites do dinheiro

Além do cargo de CEO do Universal Force Healing Center, centro de meditação e estudos na região central de Nova York que descreve como uma entidade sem fins lucrativos, Levry é também dono da Rootlight, Inc., a editora e gravadora responsável por publicar seus até agora quatro livros e uma série de CDs de meditação. Cobrando cerca de US$ 20 a aula ou US$ 5.000 para um pacote completo de treinamento de professores, o iogue e executivo diz que enriquecer não é seu objetivo mas nem por isso renega a importância do papel-moeda. "Acho que há um mal-entendido sobre o dinheiro. Dinheiro, em si, é só energia. O uso que você faz do dinheiro é que determina a pessoa por trás dele. É possível ser bem-sucedido e ser muito espiritualizado."

Levry é otimista. Pensa que em 2012, graças a um alinhamento especial entre o planeta Terra e o Sol, finalmente os países entrarão em uma frequência de vibração superior, e o mundo vai sair do buraco. Até lá, despejar rios de dinheiro nos cofres dos bancos e nas economias em apuros, opina, dificilmente resolveria o problema.

"Você pode colocar milhões de dólares lá, mas se não mudar a mentalidade das pessoas e elevar sua consciência para que pensem com responsabilidade, não terá efeito. A cabala diz que é melhor não fazer nada do que fazer algo que vá se transformar em nada. Injetar milhões de dólares é o equivalente, na cabala, a fazer algo que vai se transformar em nada. É preciso assegurar que se você fizer belas ações elas se transformarão em consequências curadoras e construtivas. E, para o homem fazer isso, ele tem de se mover da cabeça ao coração."

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Meditaciones sobre la Vida Oculta, Geofrey Hodson (16)



EL FRAGMENTO Y EL CONJUNTO

EL MANANTIAL DE LA VIDA

LA NATURALEZA DE LA BELLEZA


La relación entre el Absoluto y lo condicionado, entre lo infinito y lo finito, es un misterio para la mente condicionada. El cambio desde el Ser al devenir, y desde la Eternidad al tiempo, presenta un problema cuya solución elude a la inteligencia finita.

La no-manifestación no implica no-existencia; es existencia transmutada, potencia estática, energía despolarizada, consciencia en reposo, espíritu inmovilizado. Simbólicamente se representa la manifestación por una pirámide. La no-manifestación podría representarse por el punto, que es lo único que queda cuando los lados de la pirámide se recogen en el ápice y la base ha desaparecido.

La no-manifestación es la esencia más alta de la existencia, y en ningún sentido está separada de lo manifestado. En realidad estos dos estados son contemporáneos en que siempre hay un aspecto inmanifestado de la vida manifestada. Esto es cierto de toda expresión de la vida; cada reino de la Naturaleza está representado en el aspecto inmanifestado de la Vida omnipenetrante.

El hombre -que es un epitome del conjunto- tiene un aspecto suyo que está inexpresado. La personalidad no representa sino un fragmento del ego, y el ego sólo un fragmento de la Mónada, mientras que la Mónada no es sino una manifestación en el tiempo, como positiva y negativa, de aquello que es eterno y no-polarizado. La Mónada está en movimiento; lo inmanifestado no se mueve.

La evolución es un viaje que emprende aquello que no evoluciona, que no tiene tiempo, que no se mueve ni tiene dimensiones ---el Absoluto, desde lo inmanifestado pasando por lo manifestado, para regresar otra vez a lo inmanifestado.

En el amanecer de la manifestación Aquello que era Uno se vuelve Dos. Estos dos son espíritu y materia, vida y forma. Al proseguir la evolución, se hace más íntima la relación entre estos dos. Gradualmente la vida encuentra un modo cada vez más perfecto de expresarse por medio de la forma, mientras que la forma se hace más y más adaptable como vehículo para la vida. Ha-blando en términos de tiempo, la expresión de los impulsos vitales por medio de la forma se hace más rápida, hasta que llega a ser instantánea cuando la resistencia de la forma a la vida se ha reducido al mínimo. La vida aumenta firmemente en plenitud y poder de expresarse, gracias en parte a la experiencia que obtiene por medio de la forma, y en parte a que en realidad aumenta la
medida de vida que se manifiesta en la forma. Esto es tan cierto del sistema solar como del conjunto y del individuo.

El aumento en la medida de vida que se manifiesta, se efectúa por el mayor aflujo de vida desde su fuente y a través de una dimensión interior. En el corazón de la existencia, que está oculto pero dentro del sistema solar, hay un manantial de vida, por el cual afluye otra vida externa dentro del sistema solar a medida que este es capaz de recibirla. Cuanto mayor sea la facilidad y perfección con que la vida se exprese por medio de la forma, menor es la presión de la vida dentro del sistema. Al disminuir la presión, se abre la válvula solar dando entrada a nueva vida. Esta entrada continúa hasta copar el límite de la capacidad de la forma para la expresión de la vida. Puesto que este principio es universal, existe en lo más íntimo del hombre un manantial de vida, una válvula por la cual penetra la vida en su Mónada y su ego y su personalidad. Cada una de estas recibe de su fuente interior una medida de vida que va aumentando gradualmente según sea capaz la forma de recibirla y expresarla.

Modificada desde adentro por la presencia y la presión de la vida, y desde afuera por la experiencia, la forma se convierte gradualmente en un vehículo más perfecto, un canal más libre por el cual la vida pueda expresarse. Así se establece una relación más y más perfecta entre la vida y la forma.

La norma para medir esta relación es la señal externa de su armoniosa expresión de la Belleza. La belleza de la forma es la vida inmanente. Sin esa armonía interna no puede existir verdadera belleza. Cuánto más perfecta la relación, mayor la belleza.

La resistencia de la forma a la manifestación de la vida se reduce gradualmente según avanza la evolución. Al fin se alcanza la sincronización y los impulsos vitales internos encuentran expresión inmediata y completa por medio de la forma. Bajo esta condición tanto la forma como la expresión son supremamente bellas. Por tanto la belleza es la norma para medir el grado de evolución, es el sello de marca de la forma espiritualizada en cualquier reino de la Naturaleza.

El hombre espiritual se distinguirá por la belleza de sentimientos y pensamientos, expresada espontáneamente como belleza en la conducta de la vida.

La fealdad deliberada es una negación de la divinidad, una sumisión a la ley del Caos. Negar la belleza es negar a Dios. Quien cae en estos errores niega a Dios y por lo tanto lo aprisiona más profundamente dentro de si. Es un desertor que se ha pasado a la filas del Caos, un traidor al gobierno de la Ley.

Reflexiones sobre la Verdad, Mahatma Ganhdi (3)


REFLEXIONES SOBRE LA VERDAD



Mis sueños no se ciñen a sentimientos inconsistentes: hago lo posible para con­vertirlos en realidad.



*

No soy otra cosa que un buscador de la verdad. Considero que encontré un sende­ro que me conduce hacia ella, y hago todo lo posible para concretar mi propósito. Aunque confieso que no la alcancé todavía. El hecho en sí de descubrir la verdad signi­fica que uno ha alcanzado la perfección y ha cumplido su destino. Conozco bastante bien mis lamentables defectos, pero toda la fuerza me viene de tal conocimiento.



SOY UN SER INVENCIBLE



Tal vez sea digno de desprecio, pero dado que la verdad se sirve de mí para expresar­se, soy un ser invencible... Finalmente, se­senta años de lucha me han permitido rea­lizar el ideal de verdad y de pureza que me había fijado desde el comienzo.

*

La fortaleza no brota de una capacidad física, emana de una voluntad indomable. Una persona que haya realizado el princi­pio de la no violencia, tiene como "arma" una energía concedida por Dios, y el mun­do todavía no conoció algo que pueda equipararla.

*

Olvidé casi toda la enseñanza que mis maestros sacaron de sus libros, pero re­ cuerdo muy bien todo lo que me enseña­ron fuera de sus manuales



REFLEXIONES SOBRE LA VERDAD



Hay diferencias entre la no cooperación y la desobediencia civil, pero son ramas dei mismo árbol que denomino satyagraha [fuerza de la verdad]. Para ser "civil", esa de­sobediencia debe ser abierta y no violenta.

*

No cooperar con el mal es tanto un de­ber como la cooperación con el bien. La acción no violenta sin la intervención del corazón y la cabeza no puede producir el resultado que se busca.

*



No hay belleza sin verdad. Por otra par­te, puede ser que la verdad se manifieste de modo tal que, externamente, no revele belleza alguna. Dicen que Sócrates era el mayor amigo de la verdad en su época y, entretanto, consta que sus facciones eran Ias más feas de Grecia. En mi opinión, él era bello, porque toda su vida estaba em­peñada en la búsqueda de la verdad.



LA BELLEZA VERDADERA



La belleza verdadera consiste, sobre to­do, en la pureza del corazón. El arte, para ser arte, debe promover la serenidad. Quiero un arte y una literatura que puedan hablarles a millones de hombres.

*

Su yo fuera un dictador, exigiría la sepa­ración entre la religión y el Estado. Mi ra­zón de vivir emana de la religión. Por ella, estoy dispuesto a morir. Pero se trata de un asunto puramente personal. El Estado nada tiene que ver con ello. Su territorio es el del bienestar, la salud, las comunicacio­nes, los asuntos extranjeros, la hacienda y demás problemas netamente temporales. No tiene que preocuparse de tu religión o Ia mía. Este es un asunto de cada uno.

*

La vida es la mayor de todas las artes. Quisiera ir más lejos y decir que el hombre que más se acerca a la perfección es el mayor artista. Pues, ¿qué sería el arte si le faltaran el cimiento y la estructura de una vida noble?

*

Estoy contra la violencia porque sus apa­rentes ventajas, a veces impresionantes, no son más que temporales, mientras que el mal que ocasiona deja sus huellas para siempre. Aunque se matase a todos los in­gleses sin excepción Ia India no sacaría de eso el mínimo provecho. No será la matan­za de todos los ingleses lo que librará de su miseria a millones de hombres. La respon­sabilidad de nuestra situación actual nos incumbe mucho más que a los propios in­gleses. Ellos no podrían hacernos el menor mal si en nosotros todo fuera bueno. De allí mi insistencia en que nos reformemos interiormente a nosotros mismos.





HAY UNA SOLA RELIGIÓN



Así como un árbol tiene un único tronco pero muchas ramas y hojas, así hay una sola religión -la humana- pero cual­quier cantidad de expresiones de fe.

*

El devoto de la verdad jamás debe hacer nada por mero acatamiento a las conven­ciones reinantes. Debe estar siempre pre­dispuesto a corregirse, y cuando descubra que está equivocado, tiene que confesarlo a toda costa y pagar por ello.

*

No soy muy culto, conozco poco la lite­ratura y no he visto mucho mundo. Con­centré mi atención en escasas cosas, y ex­cluí todo interés por lo demás.

*

Evitemos la intimidad con aquellos cuyas costumbres sociales sean diferentes a las nuestras. No se debe entrelazar la vida con la de hombres o pueblos cuyo ideal está en desacuerdo con el nuestro. Cada hom­bre es un arroyo. Cada hombre es un río. Y todos y cada uno deben seguir su curso, límpidos y sin mácula, hasta tanto lleguen al mar de la Salvación, donde todos ha­brán de mezclarse.

Reflexiones sobre la Verdad, Mahatma Ganhdi (2)



CÓDIGO DE CONDUCTA



1. No albergues rencor y sufre la ira del opo­nente. Rehúsa responder a sus ataques.

2. No te sometas a orden alguna dictada por la ira, aunque haya algún serio cas­tigo a esa desobediencia

3. Evita insultar o maldecir.

4. Protege al oponente del insulto o el ata­que, aun a riesgo de tu vida.

5. No resistas el arresto ni te aferres a propie­dades, salvo como delegado del dueño.

6. Niégate a entregar la propiedad que te confiaron, aun a riesgo de tu vida.

7. Si te toman prisionero, compórtate de modo ejemplar.

8. Como miembro de una unidad satya­graha, obedece las órdenes de los líde­res satyagraha, y en caso de serio desa­cuerdo renuncia a integrar la unidad.

9. No esperes garantías para el sustento de dependientes.

*

Los pasos siguientes rigen para toda campaña satyagraha, en la confrontación con un orden establecido:

1. Negociación y arbitraje

2. Preparación del grupo para la acción di­recta

3. Agitación

4. Emisión de un ultimátum

5. Boicoteo económico y medidas de huelga 6. No cooperación

7. Desobediencia civil

8. Usurpación de las funciones de gobier­no

9. Gobierno paralelo

*

Pese a la humillación, a la tempestad, y a eso llamado derrota, soy capaz de con­servar mi serenidad, porque mi fe en el Dios-verdad es más profunda que esos re­molinos de la superficie. Puede describirse a Dios de mil maneras, pero prefiero adop­tar esta fórmula: "La verdad es Dios".



EL CARÁCTER



Estoy predispuesto a repetirlo mil veces para que todos lo sepan. Me identifico hasta tal punto con la causa de la no vio­lencia que preferiría el suicidio a la más íntima infidelidad. Cuando digo esto, no me olvido en absoluto del punto de vista de la verdad. Por cierto, la no violencia permite que la verdad se exprese plena­mente.

*

Tu carácter debe estar por encima de to­da sospecha, debes ser verídico y tener siempre autocontrol. La prueba más autén­tica de civilización, cultura y dignidad es el carácter, no las vestimentas. El lenguaje es un reflejo exacto del carácter y del índi­ce de crecimiento de quien habla.

*

Para mí, el silencio se ha vuelto una ne­cesidad física y espiritual. Al principio, me quedaba en silencio para superar cierta sensación de apremio. En esos días anhe­laba tiempo para escribir. No obstante, después de practicarlo durante un tiempo, entendí su valor espiritual. De repente se me cruzó por la cabeza que en esos mo­mentos era cuando podía tener una mejor comunicación con Dios. Ahora, siento co­mo si estuviera naturalmente configurado para el silencio.

*

Los hombres de carácter intachable inspi­ran confianza con facilidad y automática­mente purifican la atmósfera circundante.





LA VERDAD ES UN PRINCIPIO SOBERANO



Todos tus estudios serán en vano si al mis­mo tiempo no edificas tu carácter y lograr la maestría de tus pensamientos y acciones.

*

Cualquier coerción sólo puede desem­bocar en el caos: quien la práctica es cul­pable de violencia deliberada. La coerción es inhumana.

*

Para mí, la verdad es un principio sobera­no, que abarca una amplia variedad de otros principios. Esta veracidad no se refiere ape­nas a la palabra, sino también a los pensa­mientos, y no sólo a la relativa verdad de nuestra concepción, sino a la verdad abso­luta, el principio eterno, o sea, a Dios.

*

Resulta difícil definir a Dios, pero la de­finición de la verdad está inscripta en el corazón de cada cual. La verdad es lo que cada uno considera verdadero en este con­creto instante. Ese es su Dios. Si un hom­bre adora esa verdad relativa, con seguri­dad, al cabo de cierto tiempo, llegará a la verdad absoluta, o sea, a Dios.

*

Satyagraha, la desobediencia civil y los ayunos no tienen nada en común con el uso de la fuerza, velada o abierta.

*

Existen innumerables definiciones de Dios, ya que sus manifestaciones son ili­mitadas. Todas ellas me colman de admi­ración y de temor; algunas veces, por un instante, me causan estupor. Pero yo no venero a Dios más que bajo su aspecto de verdad. Todavía no lo he hallado, pero mi búsqueda prosigue. Para llegar a él, estoy dispuesto a sacrificar lo más querido. Si tu­viese que sacrificar mi vida, creo que esta­ría dispuesto a ello. Pero mientras no logre descubrir la verdad absoluta, deberé seguir siendo fiel a la verdad relativa, así como se me presenta.

*

Dios no se encuentra en el cielo ni en el infierno, sino en cada uno de nosotros. En consecuencia, podré ver algún día a Dios, si me consagro al servicio de la humanidad.

Satyagraha es un proceso de educar a la opinión pública, que abarca todos los ele­mentos de la sociedad y que al final se vuelve irresistible... Jamás promueve la venganza: sostiene la conversión, no la destrucción. Sus fracasos se deben a las fragilidades del satyagrahi [defensor no violento de la verdad), no a defecto algu­no de la ley en sí.

Reflexiones sobre la Verdad, Mahatma Ganhdi (1)


¿Qué es la verdad?





¿Qué es la verdad? El asunto contiene sus dificultades. En lo que me concierne, las he resuelto diciendo que es la voz interna que nos habla. Me preguntarán: ¿Cómo sucede entonces que hay diversos espíritus que conciben verdades disímiles y hasta opues­tas? Ocurre que el espíritu humano tiene que pasar por innumerables intermediarios antes de elaborar una conclusión, y su evo­lución no es la misma en todos.

*

La verdad jamás daña a una causa justa.

*

En la verdad, percibo la belleza: La des­cubro a través de la verdad. Todo lo que es verdad, no apenas las ideas exactas, sino también los rostros francos, los retratos fie­les y los cantos más naturales son objetos de belleza, e inclusive de inmensa belleza a veces. Son poquísimos los que saben dis­cernir la belleza que emana de la verdad.

*

Sin duda, lo que a uno puede parecer un yerro manifiesto, a otro puede parecerle sabiduría pura. Y nada puede hacer, aun­que sea víctima de una alucinación.

*

No tengo nada nuevo para enseñarle al mundo. La verdad y la no violencia son tan antiguas como las montañas. Todo lo que hice fue tratar de experimentarlas en la mayor escala posible.

*

El silencio ayuda mucho a quien, como yo, procura la verdad. En un estado de si­lencio, el alma encuentra el sendero ilu­minado por la luz más clara, y lo que era esquivo y engañoso, es resuelto por una claridad cristalina. Nuestra vida es una prolongada y ardua búsqueda de la ver­dad. Y para alcanzar la cima más elevada, el alma requiere reposo interior.

*

Las creaciones realmente bellas apare­cen cuando surge la comprensión verda­dera. Si estos momentos son raros en la vi­da, también son raros en las artes.

*

La verdad es como un inmenso árbol que brinda más y más frutos cuanto más se lo nutre. Cuando más hondo se excava en la mina de la verdad, más ricos son los des­cubrimientos de las gemas allí existentes, lo cual abre todavía mayores variedades de servicio al prójimo.

*

Cuando la contención y la cortesía se unen a la fortaleza, esta última se vuelve irresistible.

*

Si aspiramos a ser hombres que caminan con la cabeza erguida y no sobre cuatro patas, comprendamos de una vez por to­das que debemos someternos voluntaria­mente a la disciplina y a las restricciones... Satyagraha no comienza ni termina con la desobediencia civil.

*

En todas partes veo que cunden la exa­geración y la mentira. Pese a todos mis es­fuerzos, no alcanzo a saber dónde se es­conde la verdad. No obstante, tengo la im­presión de que me aproximo a ella, a me­dida que disminuye la distancia que me separa de Dios.



SATYAGRAHA



Satyagraha es gentil, jamás lastima. No puede ser resultado de la ira o la malicia. ja­más hace estrépito, nunca es impaciente ni vocifera. Es el opuesto directo de la com­pulsión. Se concibió como sustituto com­pleto de la violencia.

*

Si tuviéramos una visión plena de la ver­dad, ya no buscaríamos a Dios, sino que seríamos uno con él, porque la verdad es Dios. Mientras no lo logremos, seremos imperfectos. Por consiguiente, la religión -tal como ia concebimos- también tiene que ser imperfecta: está sujeta a evolución.

*

La palabra satya (verdad) deriva de sat que significa "ser". Nada es o existe real­mente, excepto la verdad. Tal es el motivo de que sat o verdad sea quizás el nombre más importante de Dios. En efecto, es más correcto decir que la verdad es Dios que decir Dios es la verdad.

*

Satyagraha es una fortaleza que pueden ejercer tanto los individuos como las comu­nidades, tanto para cuestiones políticas co­mo domésticas. Su aplicabilidad universal demuestra lo perdurable e invencible que es. Pueden usarla indistintamente hombres, mujeres y niños. Y es absolutamente falso decir que a esta fuerza la utilizan solamen­te los débiles mientras son incapaces de en­frentar a la violencia con violencia.

*

La devoción a esa verdad es la única jus­tificación de nuestra existencia. Todas nuestras actividades deberían estar centra­das en la verdad. La verdad debería ser nuestro aliento de vida. Una vez que el pe­regrino llegue a esa etapa de su evolución, las demás reglas del correcto vivir surgirán sin esfuerzo, siendo instintiva la obedien­cia a tales reglas. Sin embargo, sin la ver­dad sería imposible observar ninguna regla o principio de vida.

*

Verdad (satya), que implica amor, y fir­meza (agraha), confluyen y por lo tanto sir­ven como sinónimo de fortaleza. De ese modo comencé a llamar al movimiento hindú, es decir, satyagraha, la fuerza no violenta que nace de la verdad y el amor, y desistí de usar la denominación "resis­tencia pasiva".

*

Al haberme iniciado en satyagraha, he advertido que si se quiere alcanzar la ver­dad, en vez de recurrir a la fuerza hay que apartar al adversario de su error, con pa­ciencia y bondad. Porque lo que a unos les parece verdad, a otros puede parecerles falso. Por otra parte, esa obra de paciencia significa que uno debe hacer recaer sobre sí todos los padecimientos necesarios. De este modo, la verdad se da a conocer, no por sufrimientos infligidos a los demás, si­no por los que uno se impone.

*

La belleza de satyagraha es que viene hacia ti, no hace falta que salgas en su búsqueda.

domingo, 19 de abril de 2009

Evgeny Kissin & Karajan - Tchaikovsky Piano Concerto nº1

Quando falar sobre amor,

finja nada conhecer, para absorver cada frase que brota em seu coração.

Quando falar sobre a dor,

deixe abertas as janelas da alma para compreender que amor e dor são tão

parecidos que até os confundimos, ao vê-los bem

Quando falar sobre a paz,

faça-o no rumor da guerra, para ser ouvido na mais alta voz.

Quando falar sobre sonhos,

acorde, para vivê-los na melhor lucidez do seu dia.

Quando falar de amizade,

estenda a mão aos inimigos, para que possa provar a si mesmo

aquilo que gosta de dizer aos outros.

Quando falar de fome,

faça um minuto de jejum, para lembrar daqueles que jejuam todos os dias,

mesmo sem querer …

Quando falar do frio,

abrace alguém.

Quando falar de calor,

estenda a mão.

Quando estender a mão,

sustenta o braço para que perdure.

Quando falar de felicidade,

acredite nela.

Quando falar de fé,

cerre os olhos para encontrar a razão daquilo em que crê.

Quando falar de Deus,

faça-o pelo silêncio do seu testemunho.

Quando falar de si mesmo,

aprenda a calar, para entender o amor, a dor, a paz, os sonhos ….

Autora do texto: Glacia Daibert

Ecologia interior








Frei Beto

Por um minuto, esquece a poluição do ar e do mar, a química que contamina a terra e envenena os alimentos, e medita: como anda o teu equilíbrio eco-biológico? Tens dialogado com teus órgãos interiores? Acariciado o teu coração? Respeitas a delicadeza de teu estômago? Acompanhas mentalmente teu fluxo sanguíneo? Teus pensamentos são poluídos? As palavras, ácidas? Os gestos, agressivos? Quantos esgotos fétidos correm em tua alma? Quantos entulhos - mágoas, ira, inveja - se amontoam em teu espírito?

Examina a tua mente. Está despoluída de ambições desmedidas, preguiça intelectual e intenções inconfessáveis? Teus passos sujam os caminhos de lama, deixando um rastro de tristeza e desalento? Teu humor intoxica-se de raiva e arrogância? Onde estão as flores do teu bem-querer, os pássaros pousados em teu olhar, as águas cristalinas de tuas palavras? Por que teu temperamento ferve com freqüência e expele tanta fuligem pelas chaminés de tua intolerância? Não desperdiça a vida queimando a tua língua com as nódoas de teus comentários infundados sobre a vida alheia.

Preserva o teu ambiente, investe em tua qualidade de vida, purifica o espaço em que transitas. Limpa os teus olhos das ilusões de poder, fama e riqueza, antes que fiques cego e tenhas os passos desviados para a estrada dessinalizada dos rumos da ética. Ela é cheia de buracos e podes enterrar o teu caminho num deles. Tu és, como eu, um ser frágil, ainda que julgues fortes os semelhantes que merecem a tua reverência. Somos todos feitos de barro e sopro. Finos copos de cristal que se quebram ao menor atrito: uma palavra descuidada, um gesto que machuca, uma desconfiança que perdura.

Graças ao Espírito que molda e anima o teu ser, o copo partido se reconstitui, inteiro, se fores capaz de amar. Primeiro, a ti mesmo, impedindo que a tua subjetividade se afogue nas marés negativas. Depois, a teus semelhantes, exercendo a tolerância e o perdão, sem jamais sacrificar o respeito e a justiça. Livra a tua vida de tantos lixos acumulados. Atira pela janela as caixas que guardam mágoas e tantas fichas de tua contabilidade com os supostos débitos de outrem. Vive o teu dia como se fosse a data de teu renascer para o melhor de ti mesmo - e os outros te receberão como dom de amor. Pratica a difícil arte do silêncio. Desliga-te das preocupações inúteis, das recordações amargas, das inquietações que transcendem o teu poder.

Recolhe-te no mais íntimo de ti mesmo, mergulha em teu oceano de mistério e descobre, lá no fundo, o Ser Vivo que funda a tua identidade. Guarda este ensinamento: por vezes é preciso fechar os olhos para ver melhor. Acolhe a tua vida como ela é: uma dádiva involuntária. Não pediste para nascer e, agora, não desejas morrer. Faz dessa gratuidade uma aventura amorosa. Não sofras por dar valor ao que não merece importância. Trata a todos como igual, ainda que estejam revestidos ilusoriamente de nobreza ou se mostrem realmente como seres carcomidos pela miséria.

Faz da justiça o teu modo de ser e jamais te envergonhes de tua pobreza, de tua falta de conhecimentos ou de poder. Ninguém é mais culto do que o outro. O que existem são culturas distintas e socialmente complementares. O que seria do erudito sem a arte culinária da cozinheira analfabeta? Tua riqueza e teu poder residem em tua moral e dignidade, que não têm preço e te trazem apreço. Porém, arma-te de indignação e esperança.

Luta para que todos os caminhos sejam aplainados, até que a espécie humana se descubra como uma só família, na qual todos, malgrado as diferenças, tenham iguais direitos e oportunidades. E estejas convicto de que convergimos todos para Aquele que, supremo Atrator, impregnou-nos dessa energia que nos permite conhecer a abissal distância que há entre a opressão e a libertação.

Faze de cada segundo de teu existir uma oração. E terás força para expulsar os vendilhões do templo, operar milagres e disseminar a ternura como plenitude de todos os direitos humanos. Ainda que estejas cercado de adversidades, se preservares a tua ecobiologia interior serás feliz, porque trarás em teu coração tesouros indevassáveis





"Não conseguimos segurar uma tocha para iluminar o caminho de outra pessoa, sem clarearmos o nosso própio."
BEN SWEETLAND
Gi. Vask

SENTAR-SE À JANELA DO AVIÃO

Alexandre Garcia


Era criança quando, pela primeira vez, entrei em um avião.
A ansiedade de voar era enorme.

Eu queria me sentar ao lado da janela de qualquer jeito, acompanhar o vôo desde o primeiro momento e sentir o avião correndo na pista cada vez mais rápido até a decolagem.

Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens, chegando ao céu azul.
Tudo era novidade e fantasia..

Cresci, me formei, e comecei a trabalhar. No meu trabalho, desde o início, voar era uma necessidade constante.

As reuniões em outras cidades e a correria me obrigavam, às vezes, a estar em dois lugares num mesmo dia.

No início pedia sempre poltronas ao lado da janela, e, ainda com olhos de menino, fitava as nuvens, curtia a viagem, e nem me incomodava de esperar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa e tal.

O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão de me sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidades abaixo, o mar ou qualquer paisagem que fosse.

Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, me acomodar rápido e sair rápido.

As poltronas do corredor agora eram exigência . Mais fáceis para sair sem ter que esperar ninguém, sempre e sempre preocupado com a hora, com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem, comigo mesmo.

Por um desses maravilhosos 'acasos' do destino, estava eu louco para voltar de São Paulo numa tarde chuvosa, precisando chegar em Curitiba o mais rápido possível..

O vôo estava lotado e o único lugar disponível era uma janela, na última poltrona.
Sem pensar concordei de imediato, peguei meu bilhete e fui para o embarque.

Embarquei no avião, me acomodei na poltrona indicada: a janela.
Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não me preocupava em olhar.

E, num rompante, assim que o avião decolou, lembrei-me da primeira vez que voara.
Senti novamente e estranhamente aquela ansiedade, aquele frio na barriga.
Olhava o avião rompendo as nuvens escuras até que, tendo passado pela chuva, apareceu o céu.

Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o sol, que brilhava como se tivesse acabado de nascer.

Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estava deixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquela vista..

Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minha vida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, por exemplo, olhar pela janela das minhas amizades, do meu casamento, do meu trabalho e convívio pessoal?

Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pela janela da nossa vida.

A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos o que há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias, tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos.

Se viajarmos somente na poltrona do corredor, com pressa de chegar, sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas que a viagem nos oferece.

Se você também está num ritmo acelerado, pedindo sempre poltronas do corredor, para embarcar e desembarcar rápido e 'ganhar tempo', pare um pouco e reflita sobre aonde você quer chegar.
A aeronave da nossa existência voa célere e a duração da viagem não é anunciada pelo comandante.
Não sabemos quanto tempo ainda nos resta.
Por essa razão, vale a pena sentar próximo da janela para não perder nenhum detalhe.
Afinal, 'a vida, a felicidade e a paz são caminhos e não destinos'.

Místico

Vinicius de Moraes


O ar está cheio de murmúrios misteriosos
E na névoa clara das coisas há um vago sentido de espiritualização…
Tudo está cheio de ruídos sonolentos
Que vêm do céu, que vêm do chão
E que esmagam o infinito do meu desespero.

Através do tenuíssimo de névoa que o céu cobre
Eu sinto a luz desesperadamente
Bater no fosco da bruma que a suspende.
As grandes nuvens brancas e paradas –
Suspensas e paradas
Como aves solícitas de luz –
Ritmam interiormente o movimento da luz:
Dão ao lago do céu
A beleza plácida dos grandes blocos de gelo.

No olhar aberto que eu ponho nas coisas do alto
Há todo um amor à divindade.
No coração aberto que eu tenho para as coisas do alto
Há todo um amor ao mundo.
No espírito que eu tenho embebido das coisas do alto
Há toda uma compreensão.

Almas que povoais o caminho de luz
Que, longas, passeais nas noites lindas
Que andais suspensas a caminhar no sentido da luz
O que buscais, almas irmãs da minha?
Por que vos arrastais dentro da noite murmurosa
Com os vossos braços longos em atitude de êxtase?
Vedes alguma coisa
Que esta luz que me ofusca esconde à minha visão?
Sentis alguma coisa
Que eu não sinta talvez?
Por que as vossas mãos de nuvem e névoa
Se espalmam na suprema adoração?
É o castigo, talvez?

Eu já de há muito tempo vos espio
Na vossa estranha caminhada.
Como quisera estar entre o vosso cortejo
Para viver entre vós a minha vida humana...
Talvez, unido a vós, solto por entre vós
Eu pudesse quebrar os grilhões que vos prendem...

Sou bem melhor que vós, almas acorrentadas
Porque eu também estou acorrentado
E nem vos passa, talvez, a idéia do auxílio.
Eu estou acorrentado à noite murmurosa
E não me libertais...
Sou bem melhor que vós, almas cheias de humildade.
Solta ao mundo, a minha alma jamais irá viver convosco.

Eu sei que ela já tem o seu lugar
Bem junto ao trono da divindade
Para a verdadeira adoração.

Tem o lugar dos escolhidos
Dos que sofreram, dos que viveram e dos que compreenderam.

Fernando Pessoa

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

(Fernando Pessoa)

Toré e Terecô


Toré

O Toré de origem ameríndia, onde as pessoas buscam remédios para suas doenças,
procuram, conselhos com os caboclos que baixam. O Mestre defuma, receita, aconselha.
Certamente é o mesmo Catimbó dos arredores dos grandes centros nordestinos, onde
destituídos de melhores condições financeiras procuram-no como oráculo, para minorar
seus penares e desditas.

No Toré não são invocados espíritos brancos, isto é, espíritos de pessoas que morreram.
No Toré baixam só caboclos e também alguns juremados. Juremado é o que está nos
ares, quado ainda vivo bebeu jurema ou ao morrer estava sob uma juremeira. O
juremado é um espírito em caboclização que o torna não perigoso.

Terecô.

È a denominação dada à religião afro-brasileira tradicional de codó. Além de muito
difundido em outras cidades do interior e na capital maranhense, o terecô é também
encontrado em outros estados da federação, integrado ao tambor-de-mina ou a
umbanda.

Em Codó tanto no passado como na atualidade alguns terecozeiros ficaram também
famosos realizando trabalhos de magia por solicitação de clientes ávidos por vingança,de políticos ou de pessoas dispostas a pagar por eles elevadas somas o que lhe valeu fama de terra do feitiço. Afirma-se que neste trabalhos e práticas terapêuticas os terecozeiros associam à sabedoria herdada de velhos africanos elementos indígenas, práticas do Catimbó e da feitiçaria européia e que também apóiam no tambor-de-mina, na umbanda e na quimbanda que se encontra em expansão no codó.

Catimbó

O que faz bem pra minha saúde!

Acho a maior graça. Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...

Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.

Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.

Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me
embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,
faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir
desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!

Luiz Fernando Verissímo

LA VIDA EMOCIONAL DE LAS PLANTAS




http://www.es.clearharmony.net/articles/200403/2560.html

Aristóteles pensaba que las plantas tenían un alma. Charles Darwin comparaba algunas partes de una planta a un cerebro. Una vez tocó el fagot delante de su mimosa púdica para intentar (sin éxito) hacer mover las hojas. En cuanto a Goethe, que no era solamente poeta sino también botánico y director de las minas del Ducado y de Sajonia Xeimar, hizo descubrimientos fundamentales sobre la metamorfosis de las plantas y entreveía un conjunto espiritual detrás de su forma material.
A priori estas aserciones no parecen muy racionales pero numerosas experiencias, poco conocidas de la opinión pública, vienen a apoyar estos hechos. En efecto, varias observaciones realizadas en varios países, revelaron un mundo desconocido y misterioso, en el cual las plantas sufren, experimentan emociones, leen el pensamiento humano e intentan comunicar con nosotros.

Todos los elementos que siguen se tomaron de un artículo de Alexandre Dorozynskie publicado en la sección Botánica de la famosa y muy seria revista científica "Science et Vie" (Ciencia y Vida):

El acontecimiento que parece haber contribuido más que otros al renacimiento del interés que llevó a la ciencia a este mundo misterioso se produjo en Nueva York en 1963, en las oficinas de un experto de la detección de mentiras, Cleve Backster, asesor para la policía de New York. Uno de los parámetros que tiene en cuenta la detección de mentiras es la resistencia galvánica de la piel. Un día, por impulso, o curiosidad intelectual, o quizá porque no tenía nada que hacer, Backster colocó los electrodos de su detector de mentiras sobre una hoja de dragonnire, o dracaena, una planta de interior que su secretaria había comprado. Luego, regó la planta.

Se esperaba que el galvanómetro (tras un mayor contenido de agua) indicara una resistencia más baja a la corriente eléctrica, pero fue lo contrario lo que precisamente se produjo. Perplejo, Backster se preguntó entonces lo que pasaría si la planta "sufría". Decidió quemar, con su encendedor, la hoja misma sobre la cual había colocado los electrodos. Cuál no fue su sorpresa, en el momento en que tomaba su decisión y antes de extraer el encendedor de su bolsillo, ver la aguja registradora saltar repentinamente, para indicar una mayor conductividad superficial. El trazado gráfico le recordaba curiosamente al de un hombre cuando se le coloca una pregunta-trampa o cuando se lo amenaza.

Testigos de cargo y detector de mentiras

De experiencia en experiencia, realizadas con una instrumentación refinada, Backster se convenció de que las plantas percibían los sentimientos humanos y que experimentaban algo como sentimientos hacia su dueño. Una experiencia especialmente espectacular, en la cual participaron algunos agentes de la policía de New York, parecía poner de manifiesto que las plantas tienen también una memoria.
Seis personas, con los ojos vendados, tomaban de un sombrero un papel doblado. Sobre uno de los papeles se redactaba el orden de arrancar y destruir una de las dos plantas que se encontraban en la habitación. El crimen se perpetraba a continuación en secreto, sin que ni las personas, ni él mismo Backster, supieran quien era el culpable; el único testigo era la otra planta, la que no se destruía.

A continuación, se fijaban electrodos sobre la planta testigo y los sospechosos desfilaban ante ella de uno en uno. Se observó que cuando el culpable se acercaba, la aguja del galvanómetro se volvía loca. Una de dos: o bien "reconocía" a aquél que había matado a uno de los suyos, o bien ella percibía, por una clase de telepatía, la culpabilidad que se intentaba disimular. En cualquier caso, se desenmascaraba al criminal.

En otra experiencia, que fue muchas veces repetida delante de jurados científicos, Backster conseguía transformar una planta en detector de mentiras. Se colocaban algunos electrodos sobre una planta y un hombre - sin electrodos - se sentaba ante ella. Backster decía al hombre que iba a citarle una serie de años preguntándole si correspondían a su fecha de nacimiento y que era necesario siempre responder "no". Invariablemente, Backster podía adivinar el año de nacimiento - que correspondía sobre el gráfico a una curva galvánica bien señalada.

Otra experiencia, realizada por Backster para eliminar todo factor humano y subjetivo, consistía en colocar en una habitación cerrada a algunos camarones vivos en una bandeja basculante. Cuando la meseta oscilaba (en ausencia de toda intervención humana) los camarones caían en una cacerola de agua hirviendo. En una habitación vecina, cerrada también, una planta conectada sobre galvanómetro emitía en el momento de la muerte de los camarones un trazado repentinamente turbulento.

El trazado era diferente de el que registraba una emoción y Backster se preguntó si no correspondía a una clase de percepción por un grupo de células de la muerte de otro grupo de células. Nuevas experiencias le permitieron establecer que la misma forma de reacción se encontraba en la muerte "percibida" por la planta, de bacterias, levaduras, distintos cultivos, amebas, células sanguíneas, y espermatozoides.
Esta última experiencia recuerda la de investigadores soviéticos, que demostraron que células vivas se podían "comunicar" a través de una pared de cuarzo. En realidad, observan los autores, parece que estas comunicaciones no se hacen por medio de ondas electromagnéticas, ya que no son interrumpidas ni por una caja de Faraday, ni por una pared de plomo.

Parecería incluso que cuando una "empatía" (a falta de otro término) (facultad intuitiva de ponerse en el lugar de otro, de percibir lo que experimenta) se establece entre una planta y su dueño, ni la distancia, ni los obstáculos paran la "relación". Experiencias durante las cuales el trazado de plantas se registraba mientras que el "dueño" viajaba, mostraban sobresaltos galvánicos correspondiendo a los momentos mismos de las distintas aventuras del viaje. Pierre Paul Sauvin, ingeniero electrónico americano, constató, volviendo a entrar en su laboratorio, después de un fin de semana en el campo, durante el cual la actividad galvánica de sus plantas se registraba automáticamente, de los paroxismos que correspondían al mismo momento de sus jugueteos amorosos con una amiga.

Los investigadores soviéticos acumularon una masa importante de datos, de las que la inmensa mayoría fue sistemáticamente rechazada en Occidente, pero las que estimularon algunas experiencias, en particular, en los Estados Unidos.

Células que comunican entre ellas

Los soviéticos fueron los primeros en inculcar a plantas reacciones condicionadas casi pavlovianas. Un equipo de investigadores a la universidad de Alma Ata, en Kazajstán, así enseñaron a un philodendron a desconfiar de una determinada roca mineralizada, sometiendo a la planta a distintas torturas (quemaduras, cortes, choques eléctricos) cada vez que la roca en cuestión se colocaba junto a ella. Al cabo de un determinado tiempo, la planta "se asustaba" en cuanto se colocaba esta roca en su vecindad - pero no se tenía ninguna reacción galvánica si se substituía a esta por otra roca, no conteniendo filón metálico. Es posible, piensan los investigadores soviéticos, que las plantas puedan un día utilizarse para la prospección geológica.

Un psicólogo moscovita, el Prov. V. N. Pouchkine, y su colaborador, V. M. Fetisov, verificaron con cuidado las experiencias de Backster, y llegaron más o menos a las mismas conclusiones. Pouchkine y Fetisov realizaron la experiencia de la percepción de las emociones por una planta gracias al intermediario de una joven muchacha a la que se hipnotizaba, originándole diversas mentalidades. "Obteníamos una reacción eléctrica, gracias a un encefalógrafo conectado sobre un geranio en vasija, a cada emoción que sugeríamos."

El geranio podía también "detectar la mentira" y adivinar, sin la menor dificultad, un número entre 1 y 10 elegido por la joven muchacha.

Intentando explicar lo que pasaba, Fouchkine ha escrito: "Probablemente entre dos sistemas de información, las células de la planta y las células nerviosas, existe un vínculo."El lenguaje de la célula de la planta puede estar en contacto con el de la célula nerviosa. Así dos tipos de células completamente diferentes unas de otras pueden "conectarse".

En una reunión en el Instituto de Medicina Clínica y Experimental de Novosibirks, el Dr. S. P. Shchurin y dos de sus colaboradores del Instituto de Automatización y Electrónica fueron recompensados por el Estado por su descubrimiento de "conversación" entre dos grupos de células humanas, estando colocadas cada una en una caja de cuarzo completamente hermética. Mientras que el primer grupo era infectado por un virus, el segundo parecía experimentar los mismos síntomas. Del mismo modo, los dos cultivos morían cuando se sometía a uno de ellos a una dosis mortal de veneno o radiación.

Un misterio: la naturaleza del "canal telepático" por el cual corresponden las células

Las plantas, por muy increíble que esto pueda parecer, manifiestan también un determinado eclecticismo musical. Se realizaron varias experiencias en este ámbito con un rigor muy científico por un músico de Denver, Dorothy Retallack, en colaboración con el profesor de biología, Francis F. Broman. Tres "habitaciones ecologistas" cada una de 20 m de longitud, 6 m de ancho y 9 m de altura, permitiendo un control preciso de la luz, de la humedad y de la temperatura, fueron utilizadas en una experimento sobre philodendrons, rábano, maíz, geranio y violetas africanas y luego una variedad de otras plantas. Se colocaron todas las plantas en idénticas condiciones pero en distintas habitaciones. Una habitación experimental era totalmente silenciosa, otra contenía un altavoz que emitía música clásica y una tercera, música "rock".

Se constataba - sin poder explicar el fenómeno - que las plantas en la segunda habitación crecían inclinándose hacia la fuente de música clásica, mientras que las de la tercera se inclinaban en dirección opuesta, como si intentaran huir de la música moderna.

Una profundización de estos nuevos conocimientos podría dar lugar a aplicaciones prácticas extraordinarias. Por ejemplo, puesto que las comunicaciones que se constataron no se hacen por medio de radiaciones conocidas u ondas electromagnéticas, ¿se someten al límite de la velocidad de la luz, o son instantáneas, reflejando una clase de equilibrio permanente existente en la naturaleza?

Según el Dr. Hashimoto, que dirige un centro de investigaciones electrónicas así como los servicios de investigación de la importante empresa industrial Fuji Electrónica Industrias, habría, más allá del mundo tridimensional que conocemos, un mundo de cuatro dimensiones, no material y dominado por el espíritu. Es en ese mundo que las plantas y todas las criaturas vivas, estarían en comunicación entre ellas...

Estos descubrimientos pueden parecer desconcertantes, durante mucho tiempo sólo fueron conocidos por algunos iniciados y especialistas.

El Sr. Li Hongzhi afirma en el Capítulo "Recoger el Qi" de la octava lección de Zhuan Falun (libro principal de Falun Dafa):

"Les decimos a todos que los árboles también tienen vida. No sólo tienen vida, sino también actividades mentales muy elevadas. (.) Botánicos de diferentes latitudes, incluyendo los de nuestro país, han empezado los estudios en esta área. Esto ya no se considera una superstición. El otro día dije que aquello que los seres humanos han experimentado, inventado y descubierto ya es suficiente para cambiar los textos escolares de hoy. Sin embargo, debido a la influencia de las mentalidades convencionales, la gente es renuente a reconocerlo. Tampoco nadie lo organiza sistemáticamente."

Fuente: Science & Vie (Ciencia y Vida) n° 682, 1974.

Fecha de publicación: Jueves 4 de marzo, 2004

Está permitido imprimir y circular todo artículo publicado en Clearharmony, pero le agradeceríamos se sirva indicar la procedencia de su contenido.