segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Autoconscientização



Os dias atuais, caracterizados pelos conflitos psicológicos, em face do tumulto que domina o pensamento da sociedade e as ambições de cada indivíduo, exigem profundas reflexões, a fim de que a harmonia permaneça nos sentimentos humanos e na conduta pessoal em relação a si mesmo.

As admiráveis conquistas da Psicologia profunda, contribuindo para a solução dos muitos distúrbios que se apresentam perturbadores, convidam à meditação em torno da realidade que se é, para que sejam superados os condicionamentos em que se encontra, de forma a situar-se com equilíbrio ante os desafios e as injunções, não raro, penosos, que se apresentam em toda parte exigindo decisões inadiáveis.

Atordoando-se ante o volume das atividades que defronta, o indivíduo percebe-se desequipado de valores que lhe facultem uma boa administração das injunções em que se encontra, não sabendo o rumo que deve seguir.

Convidado, porém, à auto-reflexão, à autoconscientização mediante as quais poderá descobrir a sua realidade essencial, recusa-se por automatismo, receando penetrar-se em profundidade, em razão do atavismo castrador a que se submete.

A sombra que o condiciona ao aceito e determinado ameaça-o de sofrimento, caso busque iluminar o seu lado escuro, permitindo-lhe a autoidentificação que se encarregará de libertá-lo das aflições e conflitos de comportamento, que são heranças ancestrais nele prevalecentes.

Vitimado pelo jogo das paixões sensoriais, anula a própria alma que discerne, e procura não se deixar vencer pelos desejos infrenes que o arrastam ao jogo ilusório do prazer desmedido.

Apresentando-se incapaz, no entanto, de lutar pela libertação interior, permite-se arrastar mais facilmente pelo tumulto dos jogos da sensualidade, naufragando nas aspirações de enobrecimento e de cultura, de beleza e de espiritualidade, temendo perder a oportunidade que a todos é oferecida de desfrutar as facilidades e permissões morais que constituem a ordem do dia.

A estrutura psicológica do ser humano é trabalhada por mecanismos muito delicados, sofrendo os golpes violentos da ignorância, do prazer brutalizado, dos vícios inveterados. Não suportando a alta carga de tensões que esses impositivos lhe exigem, libera conflitos e temores primitivos que estão adormecidos, desequilibrando as emoções, cujos equipamentos sutis geram distonias e depressões.

O desvario do sexo, que se tornou objeto de mercado, transformando homens e mulheres em coisas de fácil aquisição, é também instrumento de projeção social, de conquista econômica, de exaltação do ego, despertando nas mentes imaturas psicologicamente ânsias malcontidas de desejos absurdos, nele centralizando todas as aspirações, por considerá-lo indispensável ao triunfo no círculo em que se movimenta.

Incompleto, por não saber integrar os seus conteúdos psicológicos da anima à sua masculinidade e do animus à sua feminilidade, conseguindo a realização da obra-prima que lhe deve constituir meta, o ser humano deixa-se arrastar pelas imposições de um em detrimento do outro, afligindo-se sem saber por qual motivo.

Procura, então, agônico e insatisfeito, recuperação na variedade dos prazeres, identificando-se mais confuso, a um passo de transtorno sempre mais grave, qual ocorre a todo instante no organismo social e nos relacionamentos inter-pessoais.

A sombra governa-o, e ele se recusa à luz da libertação.

*

O Apóstolo Paulo afirmou: Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse eu faço. (Romanos, 7-19.)

Nesse auto-reconhecimento, o nobre servidor do Evangelho de Jesus denunciava a existência do seu lado escuro, impulsionando-o a atitudes que reprovava e não conseguia impedir-se de praticar. Mediante, porém, esforço perseverante e autoconscientização da própria fragilidade psicológica, o arauto da Era Nova conseguiu atingir a culminância do seu apostolado, quando proclamou: (...) E vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim... (Gálatas, 2:20.)

Somente através da coragem para encontrar a consciência mediante uma análise tranqüila das possibilidades de que dispõe é que a criatura humana logrará liberar-se da situação conflitiva que a domina, facultando-se selecionar os valores reais daqueles ilusórios aos quais se atribui significados, mas que sempre deixam frustração e vazio existencial.

A experiência física tem objetivos bem delineados que se apresentam acima da vacuidade dos interesses imediatistas que dominam na moderna sociedade consumista. Esse seu consumismo exterior resulta dos obscuros conflitos internos que projetam para fora e para outrem sua imagem de inquietação, transferindo-a do eu profundo, como necessidade de agitação para fugir de si mesmo.

Sucede que, nessa ansiosa projeção, o ser se torna consumido pelos demais, e por sua vez, destituído dos sentimentos profundos de amor, procura consumir os outros, utilizando dos seus recursos e qualidades reais ou imaginárias para saciar a sede de prazer em que se aturde, e seguir adiante.

Não saciado, porque essas experiências somente mais afligem, surge a necessidade das extravagâncias, pelas libações alcoólicas, pelo uso de substâncias químicas alucinantes, pelas aberrações sexuais intituladas de variedades para o prazer, pela agressividade, pela violência, ou pela queda nos abismos da depressão, da loucura, do suicídio...

A única alternativa disponível, portanto, para o ser humano de hoje, qual ocorreu com o de ontem, é o mergulho interior, a autodescoberta, a conscientização da sua realidade de Espírito imortal em viagem transitória pelo corpo, a fim de adquirir novas realizações, reparando males anteriores e conseguindo harmonia íntima, para que possa desfrutar de todas as concessões que se lhe encontram à disposição, premiando-o pelo esforço de autoconquista e autolibertação.

Naturalmente que, ao ser ativado o mecanismo de identificação do ser real, o hábito da fuga dos compromissos superiores induz à projeção, para poupar-se à dor, o que constitui um grande erro, porquanto o sofrimento se tornará ainda mais penoso.

É óbvio que somente a claridade vence as sombras, e a autoconscientização é o foco de luz direcionado à escuridão que predomina no comportamento psicológico do ser humano.

*

Jesus asseverou com propriedade ser a luz do mundo, porque a Humanidade se encontrava em profunda escuridão, qual ocorre nos dias presentes.

A Sua é a mensagem de responsabilidade pessoal perante a vida, e de serviço constante em favor de si mesmo e da coletividade.

Trazendo aos homens e mulheres o Seu exemplo de amor e de abnegação, não se propôs carregar o fardo do mundo, a fim de liberá-los de suas responsabilidades, mas ensinou a todos como conduzirem os seus problemas e angústias, solucionando-os com o amor a Deus, a si mesmos e ao próximo, por ser esse sentimento de amor a perene luz de libertação de toda a sombra existente no mundo íntimo e na sociedade em geral.

* * *

Divaldo P. Franco.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 11 de julho de 2000, em Paramirim, Bahia. Extraído da Revista Reformador, Junho de 2001..

domingo, 4 de abril de 2010

Indios, afrodescendentes e missão da Igreja



Leonardo Boff *

Adital -
Seguramente os bispos latino-americanos em Aparecida ao abordar o tema central da missão da Igreja devem se ter confrontado com a questão histórica ainda não resolvida acerca da forma como foram tratados os índios e os afrodescendentes. O cristianismo em geral se mostrou sempre sensível ao pobre, mas implacável e etnocêntrico face à alteridade cultural. O outro (o indígena e negro) foi considerado o inimigo, o pagão e o infiel. Contra ele se moveram "guerras justas" e se lhe leu o requerimento (um documento em latim no qual se devera reconhecer o rei como soberano e o papa como representante de Deus) e caso não fosse aceito se legitimava a submissão forçada.

Não devemos jamais esquecer que nossa sociedade está assentada sobre grande violência, sobre o colonialismo que invadiu nossas terras e obrigou falar e pensar nos moldes do outro, sobre o etnocídio indígena com sua quase exterminação, sobre o escravismo que reduziu milhões de pessoas a "peças", sobre a dependência atual dos centros metropolitanos que dificulta nosso caminho autônomo e até se nos quer reduz à prescindência. As desigualdades sociais, as hierarquias discriminatórias e a falta de sentido do bem comum se alimentam ainda hoje deste substrato cultural perverso.

Por isso com espanto ainda recentemente escutamos que a primeira evangelização não foi uma "imposição nem uma alienação" e que seria "um retrocesso e uma involução" querer resgatar as religiões dos ancestrais. Face a isso não podemos deixar de escutar a voz das vítimas que ecoam até os dias de hoje, testemunhas do reverso da conquista, como aquela do profeta maia Chilam Balam de Chumayel : "Ai! Entristeçamo-nos porque chegaram…vieram fazer nossas flores murchar para que somente a sua flor vivesse…vieram castrar o sol". E sua lamúria continua: "Entre nós se introduziu a tristeza, se introduziu o cristianismo…Esse foi o princípio de nossa miséria, o princípio de nossa escravidão".

Segundo Oswald Splengler em A Decadência do Ocidente, a invasão ibérica significou o maior genocídio da história humana. A destruição foi da ordem de 90% da população. Dos 22 milhões de astecas em 1519 quando Hernán Cortés penetrou no México, só restou um milhão em 1600. E os sobreviventes no dizer de Jon Sobrino, teólogo censurado recentemente pelo Vaticano, são povos crucificados que pendem da cruz; missão da Igreja é baixá-los da cruz e fazê-los ressuscitar.

Mas a esperança dos indígenas não morreu. Em algumas comunidades andinas dos antigos incas, celebra-se, de tempos em tempos, um ritual de grande significação: amarra-se um condor, a águia dos Andes, no dorso de um touro bravio. Trava-se, diante da multidão, uma luta feroz e dramática, até que o condor com suas potentes bicadas extenua e derruba o touro. Este então é comido por todos. Trata-se de uma metáfora: o touro é o colonizar espanhol e o condor o inca do altiplano andino. Processa-se uma reversão simbólica: o vencedor de ontem é o vencido de hoje. O sonho de liberdade triunfa, pelo menos, simbolicamente.

A missão da Igreja é de justiça, não de caridade: reforçar o resgate das culturas antigas com sua alma que é a religião. E em seguida estabelecer um diálogo no qual ambos se complementam, se purificam e se evangelizam mutuamente.

* Teólogo, filósofo e escritor

domingo, 21 de março de 2010

O furo no barco


Um homem foi chamado à praia para pintar um barco. Trouxe com ele tinta e pincéis, e começou a pintar o barco de um vermelho brilhante, como fora contratado para fazer.

Enquanto pintava, percebeu que a tinta estava passando pelo fundo do barco. Percebeu que havia um vazamento, e decidiu consertá-lo. Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi.

No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e presenteou-o com um belo cheque. O pintor ficou surpreso e falou:

- O senhor já me pagou pela pintura do barco.

Ele então respondeu:

- Mas isto não é pelo trabalho de pintura. É por ter consertado o vazamento do barco.

- Foi um serviço tão pequeno que não quis cobrar _disse o pintor. Certamente, não está me pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante!

- Meu caro amigo, você não compreendeu. Deixe-me contar-lhe o que aconteceu. Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de mencionar o vazamento. Quando o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Eu não estava em casa naquele momento. Quando voltei e notei que haviam saído com o barco, fiquei desesperado, pois lembrei-me que o barco tinha um furo. Imagine meu alívio e alegria quando os vi retornando sãos e salvos. Então, examinei o barco e constatei que você o havia consertado!

Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos! Não tenho dinheiro suficiente para pagar-lhe pela sua pequena boa ação...

Não importa para quem, quando, de que maneira.

Ajude, ampare, enxugue as lágrimas, conserte os vazamentos... sempre, e não espere a recompensa ou reconhecimento pelo que fez...

Assim a caridade é maior.

A cor da lágrima



Porque a lágrima não tem cor?
Enquanto chorava, me pus a pensar.
Se fosse vermelha como sangue,
As minhas vestes poderiam manchar.

Se a lágrima fosse amarela,
A cor da alegria,
Expressar tristeza
Jamais poderia

Se fosse azul,
A cor da serenidade,
Eu não choraria jamais.
Seria só tranqüilidade.

Se fosse branca,
Como pétalas de rosas,
Não seriam lágrimas...
Mas pérolas preciosas.

Ainda mais uma vez
Fiquei me questionando...
Porque a lágrima não tem cor?

Se ela fosse preta
Só expressaria o horror?

Porque será que a lágrima não tem cor?
A lágrima não tem cor...
Porque nem sempre exprime dor.

E se ela fosse roxa, como poderia
Expressar a alegria?

As lágrimas não têm cor
Porque são expressões da alma
Quando o espírito está chorando
O coração diz: tenha calma!

Se a lágrima tivesse cor
Deveria ter a cor do amor
Ou mesmo a cor da paixão
Que as vezes invade o coração.

Ou talvez a cor da tristeza
Que abala a alma e tira a calma
Mas faz em meu ser uma limpeza.
Se a lágrima tivesse cor
Poderia ser vermelha como o sangue.

A lágrima não tem cor.
Porque ela nos aproxima do nosso Criador.
Se a lágrima tivesse cor
Eu só iria chorar de alegria.
Mas, e a lágrima da saudade?
De que cor ela seria?

E a lágrima da decepção,
De que cor seria então?
Se a lágrima tivesse cor
Deveria ter a cor de um brilhante
Como a lágrima é preciosa
Deus deu-lhe a cor do diamante.


groups.msn.com/ObreirosDaVidaEterna

Mulheres, Se Vocês Apenas Soubessem...


O poder do desejo da mulher pode acelerar a mudança necessária para que o mundo inteiro atinja a perfeição, a alegria e a paz
Quanto mais a humanidade se desenvolve, mais complicada e imprevisível se torna nossa vida.
E como de costume, a parte mais difícil recai sobre os ombros da parte mais bonita da humanidade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 20-26% das mulheres são afetadas por um transtorno depressivo a cada ano, cerca de duas vezes mais que os homens (8-12%). Apesar do fato de que as mulheres tenham alcançado a liberdade, o status social elevado, e a igualdade, cada vez mais se sentem vazias e psicologicamente inseguras na vida.
Ao mesmo tempo, as mulheres compõem a maior e, sem dúvida, a mais forte parte da humanidade. Na verdade, elas são a força motriz que inspira e impulsiona os homens a praticar atos heróicos e nobres.
Não é à toa que há um ditado que diz:
"Deus quer o que a mulher quer".
Assim sendo, o que aconteceu com estas belas inspiradoras sobre as quais numerosos poemas e canções foram escritos, e para as quais foram devotadas incríveis vitórias e conquistas?
O que aconteceu com essa meiga, acolhedora e detentora do coração da família?
No entanto, não são apenas as mulheres que mudaram.
"Os homens não são os mesmos”, dizem as mulheres, mães e esposas.
Na verdade, o mundo inteiro não é o mesmo.
Na realidade moderna, as mulheres têm que se preocupar em cuidar de coisas que nunca haviam se preocupado antes: como trabalhar e cuidar da educação das crianças, como evitar guerras e problemas econômicos, e assim por diante.
Lutando para encontrar um equilíbrio entre todos estes desafios sociais e pessoais, sem sentir um forte apoio do homem, as mulheres estão se tornando mais independentes e adotando mais papéis tradicionalmente atribuídos aos homens.
Às vezes elas até se esquecem de que são mulheres...
Mulher, A Força Invisível que Conduz
No entanto, todo o mundo é e sempre foi dirigido pelos desejos das mulheres, porque as mulheres são destinadas pela natureza para inspirar e dar significado às vidas das pessoas que lhes são especiais.
Elas estabelecem objetivos, definem as direções, elas conduzem todos os pensamentos, e fazendo isso, desenham nosso futuro em comum.
No entanto, elas têm perdido a consciência do seu papel e destino e tentam fazer tudo sozinhas.
Nosso mundo é regido pelas leis da natureza, como sempre, e se observarmos atentamente, vemos que em todos os níveis de existência, nenhuma espécie de vida pode existir, ou melhor, viver ou sobreviver por si só.
A existência só é possível através da complementaridade com a "outra metade". Em outras palavras, cada elemento na natureza é sempre um elemento complementar ao seu oposto, e somente juntos podem ser completos e perfeitos. Mesmo no nível vegetativo, a divisão, em partes masculina e feminina, é claramente evidente.
Esta especialização é enraizada em todas as coisas na natureza, e dita que o equilíbrio pode ser alcançado somente se as duas partes, masculina e feminina, interagir corretamente uma com a outra.
Essa lei primordial vem operando em toda a realidade desde o início dos tempos, construindo o nosso mundo em uma ordem estritamente definida, garantindo que a parte "feminina" da realidade defina a direção para onde tudo está indo.
O mesmo se aplica em nossas vidas; embora ultimamente, possa parecer que os papéis masculino e feminino foram misturados.
No entanto, por força da própria fundação da sua natureza feminina, as mulheres (mesmo sem saber) ainda estão conduzindo o mundo através de seus desejos.
A Intuição e os instintos funcionaram razoavelmente bem até o século 20.
Mas como a humanidade chegou ao auge de seu desenvolvimento egoísta, os instintos foram subjugados pelo ego e começaram a trabalhar contra nós.
No século 21, o nosso ego coletivo culminou com a elevação do individualismo e do separatismo.

A conexão positiva coletiva, hoje perdida, em épocas anteriores sustentava as famílias, vilas, estados e nações. Agora, vemos o núcleo da existência humana, a família, em desordem, como evidenciado pela alta incidência de divórcios, uso de drogas e depressão, que exacerba os sentimentos de vazio nas mulheres.

Este elevado e crescente vazio, que também nós estamos encontrando, já não pode ser preenchido pelas “coisas” materiais normais que costumávamos comprar ou fazer.

A humanidade está começando a perceber que a única coisa que vai preencher o vazio é a realização espiritual eterna.

O vazio que mulheres sentem é também a ferramenta que podemos usar para sair deste estado de vazio atual.

As mulheres com seus desejos intrinsecamente guiando o mundo são a força motriz invisível e fundamental para conduzir todos nós para a realização completa e perfeita realização espiritual.

O desejo das mulheres para a realização espiritual abastecerá as mudanças, que são desesperadamente necessárias para que os homens, naturalmente, cumpram a sua parte que é a de trazer o nosso mundo conturbado para a forma correta.

Então nossas partes "a feminina" e "a masculina", em perfeito complemento, irão trabalhar em completa unidade que irá transcender a todos nós para essa nova e bonita realidade!

(Texto extraído do jornal Kabbalah Today – 24ª. Edição, página 6. Tradução a partir do original em inglês que se encontra em: Women, If You Only Knew… )

A Paz que Trago em Meu Peito


A paz que trago hoje em meu peito
é diferente da paz que eu sonhei um dia...
Quando se é jovem ou imaturo,
imagina-se que ter paz é poder fazer o que se quer,
repousar, ficar em silêncio e jamais enfrentar
uma contradição ou uma decepção.

Todavia, o tempo vai nos mostrando que a paz
é resultado do entendimento de algumas lições importantes
que a vida nos oferece.
A paz está no dinamismo da vida, no trabalho,
na esperança, na confiança, na fé...

Ter paz é ter a consciência tranqüila,
é ter certeza de que se fez o melhor ou,
pelo menos, tentou...
Ter paz é assumir responsabilidades e cumpri-las,
é ter serenidade nos momentos mais difíceis da vida.
Ter paz é ter ouvidos que ouvem,
olhos que vêem e boca que diz palavras que constroem.

Ter paz é ter um coração que ama...
Ter paz é brincar com as crianças,
voar com os passarinhos,
ouvir o riacho que desliza sobre as pedras
e embala os ramos verdes que em suas água se espreguiçam...
Ter paz é não querer que os outros se modifiquem
para nos agradar, é respeitar as opiniões contrárias,
é esquecer as ofensas.

Ter paz é aprender com os próprios erros,
é dizer não quando é não que se quer dizer...
Ter paz é ter coragem de chorar ou de sorrir
quando se tem vontade...
É ter forças para voltar atrás, pedir perdão,
refazer o caminho, agradecer...

Ter paz é admitir a própria imperfeição
e reconhecer os medos, as fraquezas, as carências...
A paz que hoje trago em meu peito é a tranqüilidade
de aceitar os outros como são,
e a disposição para mudar
as próprias imperfeições.

É a humildade para reconhecer que não sei tudo
e aprender até com os insetos...
É a vontade de dividir o pouco que tenho
e não me aprisionar ao que não possuo.
É melhorar o que está ao meu alcance,
aceitar o que não pode ser mudado e ter lucidez
para distinguir uma coisa da outra.

É admitir que nem sempre tenho razão e,
mesmo que tenha, não brigar por causa disso.
A paz que hoje trago em meu peito é a confiança
naquele que criou e governa o mundo...
A certeza da convicção de que receberei,
das leis soberanas da vida,
o que a elas tiver oferecido.

sábado, 6 de março de 2010

A Paciência de não retaliar



A paciência, por outro lado, nos ajuda nesta e em todas as nossas vidas futuras. De acordo com as palavras do grande mestre Shantideva:

Não existe mal maior que a raiva
Nem virtude maior que a paciência.

Com paciência, é possível aceitar as dores que nos são infligidas e suportar aborrecimentos e transtornos comuns. Nada perturba nossa paz mental e não experienciamos problemas. Mantemos a paz interior e a tranqüilidade que tornam possível o crescimento de realizações espirituais. Chandrakirti diz que, se praticarmos paciência, teremos uma aparência bonita no futuro e nos tornaremos um ser sagrado com elevadas realizações.

Existem três tipos de paciência:

1. Paciência de não retaliar;
2. Paciência de voluntariamente suportar sofrimentos;
3. Paciência de pensar claramente sobre o Darma.

Paciência de não retaliar
Para praticar esse tipo de paciência, devemos sempre nos lembrar dos perigos da raiva e dos benefícios da aceitação pa-ciente e, logo que a raiva surgir, aplicar imediatamente os métodos para eliminá-la. No início, devemos aprender a suportar dificuldades menores como um insulto ou interferências em nossa rotina. Depois, poderemos aperfeiçoar nossa paciência, até sermos capazes de tolerar graves dificuldades sem sentir raiva.

Ao meditar sobre paciência, podemos recorrer a vários raciocínios que nos ajudam a superar a tendência a retaliar. Por exemplo, quando alguém nos bate com uma vara, não ficamos bravos com a vara, porque ela está sendo empunhada pelas mãos do agressor e não tem vontade própria.

Igualmente, quando formos insultados ou prejudicados, não devemos ficar com raiva do agressor, pois ele está sendo manipulado por sua mente deludida e também não tem escolha. Assim como um médico não ficaria bravo se um paciente febril o insultasse, tampouco devemos nos enfurecer quando os seres vivos, acometidos por delusões doentias, nos prejudicarem. Podemos encontrar muitos argumentos desse tipo nos livros Caminho Alegre da Boa Fortuna e Contemplações Significativas.

Se hoje estamos sendo prejudicados, é porque no passado prejudicamos outros seres; essa é a razão fundamental. Aqueles que hoje nos atacam são meras condições, por meio das quais nosso carma amadurece; a verdadeira causa do problema está em nossa negatividade. Sendo assim, ao retaliar apenas criamos mais carma negativo; um carma que, no futuro, nos fará sofrer ainda mais. Se, ao contrário, aceitarmos pacientemente a ofensa, quebraremos a corrente e saldaremos esse débito cármico específico.

© Geshe Kelsang Gyatso & Nova Tradição Kadampa

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A rocha no caminho




Em tempos bem antigos, um rei colocou uma pedra enorme no meio de uma estrada. Naquele momento ele se escondeu e ficou observando se alguém tiraria a imensa rocha do caminho. Alguns mercadores e homens muito ricos do reino passaram por ali e simplesmente deram a volta pela pedra. Alguns até esbravejaram contra o rei dizendo que ele não mantia as estradas limpas, mas nenhum deles tentou se quer remover a pedra dali.

De repente, passa um camponês com uma boa carga de vegetais. Ao se aproximar da imensa rocha, ele pôs de lado a sua carga e tentou remover a rocha dali. Após muita força e suor, ele finalmente, com muito jeito, conseguiu mover a pedra para o lado da estrada. Ele voltou a pegar a sua carga de vegetais mas notou que havia uma bolsa no local onde estava a pedra. Foi até ela e viu que a bolsa continha muitas moedas de ouro, e um bilhete escrito pelo rei que dizia:

"Todo obstáculo contém uma oportunidade para melhorarmos nossa condição..."

groups.msn.com/ObreirosDaVidaEterna

A Vida



Para os erros há perdão;
para os fracassos, chance;
para os amores impossíveis, tempo...

Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e
acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando,
fazendo que planejando,
vivendo que esperando
Porque, embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.

(Luís Fernando Veríssimo)

sábado, 2 de janeiro de 2010