Jesus, o Bom Pastor
Já dizia o poeta que viver é sofrer. No entanto, tudo fica mais fácil quando você racionaliza o que está acontecendo na sua vida. Quando você entende o que se passa. E isto só é possível quando você já deu o primeiro passo e fez a sua opção pelo caminho que conduz a verdadeira Luz, buscando a ascensão espiritual. Por mais árduo que ele seja, ele é a única meta de toda a humanidade.
Neste momento, você sentirá a fúria dos seus inimigos, que agora o vêm desamparado e sem a companhia dos antigo comparsas que lhe davam cobertura. Por outro lado, os antigos comparsas se enfileiram aos seus inimigos, já que você agora, é para eles um desertor. Você é aliado que se bandeiou para o outro lado, um fraco que perdeu a coragem de lutar. Agora você está de mão postas, olhar pacífico e contrito, pede ajuda a Deus, amparo a Jesus Cristo. O homem viril, de olhar resoluto e decidido, de armas em punho, que liderava e impunha respeito e temor aos adversários, se quedou como um cobarde indigno e desprezível. Alguém desse tipo merece ser espancado até a morte.
Desta forma, esta horda está lhe tramar armadilhas nos momentos de vigília. Para isso, contam com os aliados que estão no Plano da Matéria. Estes o perseguem por todos os meios e, em concluio uns com os outros, lhe impõe os mais variados empecilhos, acrescidos de zombaria e desprezo daqueles que antes lhe eram devotados amigos. Essa turba se esforça para ampliar a sua rede de contatos, atraídos pela sintonia vibracional. Todas as quadrilhas unidas, estão voltadas para o mesmo desiderato: lhe impor sofrimento por todas as formas possíveis e, para isso, têm as mentes férteis. Esta malta se desdobra em duas grandes frentes: uma que age no Plano Astral e a outra atuando na matéria. Mas as duas se mantém em estreito contato e sintonia, sendo maior quando os corpos se adormecem liberando os espíritos que passam a atuar no Plano Astral. É nesse momento que tem início grandes batalhas, perseguições e torturas. A libertação do espírito pelo sono, não raro, significa o momento que ele adentra em campo aberto, entregue à sanha dos seus inimigos.
Mas, tudo isso sucede por se tratar de um espírito devedor, um espírito que está se libertando das amarras do passado. A perseguição que sofre, os padecimentos nos dois planos: Material e Astral, são marcos decisivos e necessários para garantir a sua entrada numa nova vida: a vida que conduz à plenitude e a tão almejada paz.
Numa estampa simbólica é mostrado Jesus, personificando o Bom Pastor, onde Ele com uma ovelha nos braços, encontra-se vigilante à porta do seu redil cheio de ovelhas. Sedentos em derredor está uma matilha de lobos pretos e vorazes que, com as enormes presas à mostra, salivando e com olhos chamejantes montam guarda à espreita das meigas ovelhas. Predadores ávidos por sangue. desejam estraçalhar e devorar o maior número possível das ovelhinhas pacíficas e tímidas que nada sabem do perigo que as rondam.
É importante lembrar que, as ovelhas de olhar sereno e brando, com o seu balido meigo, foram antes lobos vorazes, com garras enormes, presas afiadas e longas. Com o seu olhar sedento e a baba do predador faminto. A serenidade do Bom Pastor e a doçura do seu olhar cativaram a fera bravia e a sua voz melodiosa a prendeu na suave armadilha da paz. A fera arredia se tornou mansa e essa mansuetude promoveu a metamorfose onde as garras se encurtaram e, assim como elas, as presas tornaram-se dentes desprovidos de perigo. Todo aquele organismo transmutou-se, e o pêlo duro e negro se tornou branco como a neve, lanoso e suave.
Assim como os lobos vorazes, nós também quando atendemos ao chamado do Bom Pastor, nos transformamos de maus e perversos, perigosos e ardilosos para bons e prestativos, generosos e pacíficos. Esta é a nossa meta: transmutar para ascender em direção ao Cristo Jesus. Para isso, devemos deixar a nossa armadura de predador, de guerreiro insensível à dor e perseguidor incansável naqueles que são mansos e pacíficos e, por isso mesmo, têm méritos que os habilitam a seguir as pegadas do meigo Rabi.
