O ESPIRITUALISTA


                                                    A ELETRICIDADE ESPIRITUAL
(MÉDIUM, SR. DIDIER FILHO)

O homem é, ao mesmo tempo, um ser muito singular e muito fraco. É singular no sentido de que, mesmo em meio aos fenômenos que o cercam, não deixa de seguir a sua rotina, espiritualmente falando. É fraco porque, depois de ter visto e ter-se convencido, ri porque seu vizinho riu e não pensa mais naquilo. E notai que aqui falo, não de seres vulgares, sem reflexão e sem experiência. Não. Falo de gente inteligente e, na maioria, esclarecida. De onde vem tal fenômeno? Porque refletindo bem, é um fenômeno moral. Mas que! O Espírito começou a agir sobre a matéria pelo magnetismo e pela eletricidade; a seguir entrou no próprio coração do homem, e o homem não se deu conta disso. Estranha cegueira! Cegueira não produzida por uma causa estranha, mas voluntária, oriunda do Espírito. Em seguida veio o Espiritismo, que produziu uma comoção no mundo, e o homem publicou livros muito sérios, dizendo: é uma causa natural, é simplesmente eletricidade, uma lei física, etc. E o homem ficou satisfeito; mas estai certos, o homem terá ainda muitos livros a escrever, antes de poder compreender o que está escrito no livro da Natureza, o livro de Deus. A eletricidade, essa nuança entre o tempo e o que não é mais o tempo, entre o finito e o infinito, o homem ainda não conseguiu definir. Por que? Sabei-o. Não podeis defini-la senão pelo magnetismo, essa manifestação material do Espírito. Não conheceis ainda senão a eletricidade material. Mais tarde conhecereis também a eletricidade espiritual, que não é senão o reino eterno da ideia.
LAMENNAIS






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PIERRE VERGER
Biografia
Pierre Verger nasceu em Paris, no dia quatro de novembro de 1902. Desfrutando de boa situação financeira, ele levou uma vida convencional para as pessoas de sua classe social até a idade de 30 anos, ainda que discordasse dos valores que vigoravam nesse ambiente. O ano de 1932 foi decisivo em sua vida: aprendeu um ofício - a fotografia - e descobriu uma paixão - as viagens. Após aprender as técnicas básicas com o amigo Pierre Boucher, conseguiu a sua primeira Rolleiflex e, com o falecimento de sua mãe, veio a coragem para se tornar um viajante solitário. Ela era seu último parente vivo, a quem não queria magoar com a opção por uma vida errante e não-conformista.

De dezembro de 1932 até agosto de 1946, foram quase 14 anos consecutivos de viagens ao redor do mundo, sobrevivendo exclusivamente da fotografia. Verger negociava suas fotos com jornais, agências e centros de pesquisa. Fotografou para empresas e até trocou seus serviços por transporte. Paris tornou-se uma base, um lugar onde revia amigos - os surrealistas ligados a Prévert e os antropólogos do Museu do Trocadero - e fazia contatos para novas viagens. Trabalhou para as melhores publicações da época, mas como nunca almejou a fama, estava sempre de partida: "A sensação de que existia um vasto mundo não me saía da cabeça e o desejo de ir vê-lo me levava em direção a outros horizontes".

As coisas começaram a mudar no dia em que Verger desembarcou na Bahia. Em 1946, enquanto a Europa vivia o pós-guerra, em Salvador, tudo era tranqüilidade. Foi logo seduzido pela hospitalidade e riqueza cultural que encontrou na cidade e acabou ficando. Como fazia em todos os lugares onde esteve, preferia a companhia do povo, os lugares mais simples. Os negros monopolizavam a cidade e também a sua atenção. Além de personagens das suas fotos, tornaram-se seus amigos, cujas vidas Verger foi buscando conhecer com detalhe. Quando descobriu o candomblé, acreditou ter encontrado a fonte da vitalidade do povo baiano e se tornou um estudioso do culto aos orixás. Esse interesse pela religiosidade de origem africana lhe rendeu uma bolsa para estudar rituais na África, para onde partiu em 1948.

Foi na África que Verger viveu o seu renascimento, recebendo o nome de Fatumbi, "nascido de novo graças ao Ifá", em 1953. A intimidade com a religião, que tinha começado na Bahia, facilitou o seu contato com sacerdotes, autoridades e acabou sendo iniciado como babalaô - um adivinho através do jogo do Ifá, com acesso às tradições orais dos iorubás. Além da iniciação religiosa, Verger começou nessa mesma época um novo ofício, o de pesquisador. O Instituto Francês da África Negra (IFAN) não se contentou com os dois mil negativos apresentados como resultado da sua pesquisa fotográfica e solicitou que ele escrevesse sobre o que tinha visto. A contragosto, Verger obedeceu. Depois, acabou encantando-se com o universo da pesquisa e não parou nunca mais.

Nômade, Verger nunca deixou de ser, mesmo tendo encontrado um rumo. A história, costumes e, principalmente, a religião praticada pelos povos iorubás e seus descendentes, na África Ocidental e na Bahia, passaram a ser os temas centrais de suas pesquisas e sua obra. Ele passou a viver como um mensageiro entre esses dois lugares: transportando informações, mensagens, objetos e presentes. Como colaborador e pesquisador visitante de várias universidades, conseguiu ir transformando suas pesquisas em artigos, comunicações, livros. Em 1960, comprou a casa da Vila América. No final dos anos 70, ele parou de fotografar e fez suas últimas viagens de pesquisa à África.

Em seus últimos anos de vida, a grande preocupação de Verger passou a ser disponibilizar as suas pesquisas a um número maior de pessoas e garantir a sobrevivência do seu acervo. Na década de 80, a Editora Corrupio cuidou das primeiras publicações no Brasil. Em 1988, Verger criou a Fundação Pierre Verger (FPV), da qual era doador, mantenedor e presidente, assumindo assim a transformação da sua própria casa num centro de pesquisa. Em fevereiro de 1996, Verger faleceu, deixando à FPV a tarefa de prosseguir com o seu trabalho.
Última Atualização ( 07 de Agosto de 2008 )
  http://www.pierreverger.org/
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O Esperado

A manhã esplendia em júbilos. Havia um festival de sol, cor e música em a natureza. Pairava no leve ar do alvorecer o suave perfume das flores miúdas encravadas nas íngremes encostas do monte.
Há poucos minutos eles tiveram ali a visão excelsa e o contato com o Mundo Transcendente.
Seu Rabi apresentara-se rutilante ao lado dos pais da raça. Na grandeza eloqüente da cena, a figura do Mestre se apresentara revestida de incomparável beleza. Nunca antes Ele se reportara às Suas reais possibilidades...
Apagava-se na multidão, embora o destaque natural que O elevava além e acima de todos.
Já afirmara as Suas qualidades de Esperado, todavia, como crê-lo ou como duvidá-lo?! Os Seus atos atestavam a elevação e a procedência da estirpe a que pertencia... Israel, no entanto, apresentava profetas e emissários de Deus, frequentemente, e muitos deles não passavam de possessos ou desequilibrados que o ridículo enxotava das portas.
Onde, porém, n´Ele as características habituais do profeta clássico? Nem o olhar injetado, nem a boca contraída em ricto, nem cólera divina a extravasar na palavra sibilina e dura. Falava docemente, emoldurando os seus conceitos com as palavras simples de todas as bocas, faladas pela singeleza do povo, por todos entendidas.
Ensinava o amor como solução única para os graves problemas e isto O fazia diferente. Perseguido, e não poucas vezes humilhado, prosseguia dócil. Nunca arrazoava contra e jamais se inquietava com as misérias dos homens. Misturava-se à turba e nunca se igualava...
Era comum e, no entanto, era especial.
Não amado e não compreendido, continuava impertérrito no ministério do Seu amor, lecionando bondade e aguardando resultados que comprovassem nos ouvintes a excelência das Suas assertivas.
Compreendiam-nO agora e estavam deslumbrados. Suas carnes ainda estremeciam ante o impacto da emoção que os assaltara no colóquio da transfiguração que acabaram de ver.
Desciam a montanha, e a música do ar cantava uma balada agradável aos seus ouvidos, como a fixar-lhes na memória todas as realidades daquele momento.
***
- Não digais nada a ninguém – falou, inesperadamente o Senhor – do que acabais de presenciar, até que eu haja partido e ressurja dentre os mortos...
Não era a primeira vez que Ele se referia à partida e acenava com o próprio sacrifício para a consolidação dos Seus ensinos, e a informação lhes soava amarga, afligente... Preocupavam-se, pois que O amavam. O testemunho dado por Ele, por outro lado, exigir-lhes-ia igualmente o atestado de fidelidade, e receavam não estar preparados...
- Rabi, não será necessário – disse Simão – que venha primeiro Elias, conforme ensinam os escribas, para que depois venha o Messias?
A interrogação que mentalizavam da há algum tempo, escorrera-lhe dos lábios naturalmente, naquele momento.
Elias fazia parte da vida espiritual de Israel.
Sua voz penetrava através dos tempos e a alma do povo eleito. Aquele verbo flamívono chibateara a idolatria no passo e a sua eloqüência, inspirada por Deus, fizera-o anunciar o Esperado libertador, que um dia faria de Israel o povo superior da Terra.
Previra, também, o seu próprio retorno para apontar Aquele que seria o Embaixador Excelso de Deus. Esperava-se que Ele chegasse, fazia muito, mas Elias não retornara...
Todos recordavam que as batalhas travadas contra os adoradores de Baal, nas margens do rio Kinzon, implantando no seio dos bárbaros "o culto do Deus Único". Elias era, pois, o ponto de partida, a chave decifradora do grande enigma.
- Sim – respondeu Ele de olhar fulgurante – o Elias que havia de vir já veio, mas não o reconheceram, fazendo-o experimentar tudo quanto quiseram... Assim, também, padecerá o Filho do Homem...
Repassaram mentalmente os últimos acontecimentos, os homens ilustres da Pátria, mas não o identificavam.
Amargavam duro cativeiro nas garras romanas, e a miséria lhes rondava as portas. Havia rebeliões afogadas em sangue e os espiões do dominador, aliciados a peso de ouro, estavam presentes em toda parte.
Por que não se escutava o profeta invectivando, encorajando o povo a arrojar dos ombros ao solo os pesados grilhões da escravidão?
Necessitavam de quem os liderasse...
Enquanto conjeturavam, na mesma harmoniosa voz, Ele concluiu:
- É este que aí está...
Compreenderam que Ele se referira a João Batista.
Sim. João morrera, havia pouco, fora assassinado por Herodes e um manto de torpe tristeza ainda os envolvia, dominando os discípulos do Batista, agora dispersos.
Sim, ele bradara contra o crime e proclamara a chegada daquele de Quem ele não era digno de sacudir o pó das sandálias.
Fora sacrificado por não concordar com as altas arbitrariedades praticadas por Herodes, em pleno concubinato com a cunhada. Sua voz se erguera, vigorosa, contra o abuso do poder e anunciava a nova era.
Recorria à penitencia, ao arrependimento, elucidando chegados os dias do Senhor...
.... E era Elias!
Não havia dúvidas, agora que foram informados. Por essa razão, Elias reaparecera na visão de há pouco, em toda a sua grandeza.
João, morto, ressurgia em Elias espiritual, vivo.
Decifravam-se os enigmas e tornava-se mais fácil entender os desígnios do Alto.
Ele era, sem dúvida, na Sua magnitude, o Esperado.
Fitaram-nO quase a medo, e ante o olhar fulgurante de Jesus, a refletir a manhã clara, descendo a montanha do colóquio com a verdade, na direção dos homens, havia tal tranqüilidade que eles se entreolharam em júbilos e seguiram para baixo, para as lutas humanas retendo aqueles segredos até a hora própria de desvelá-los.
Elias chegara e partira...
Começava, agora, o Reino de Jesus, em sementes de luz e amor atiradas na direção do mundo todo e da Humanidade inteira.
A sinfonia da Boa Nova cantaria nos ouvidos do coração uma sonata de vida eterna.
A manhã continuava esplendente, e Jesus descia para aplacar as aflições humanas nas baixadas das paixões...
Divaldo Franco (médium)
Amélia Rodrigues (espírito)
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      HISTÓRIA DA IGREJA





                                                       (060)  INVESTIDURA !

Ano 1122.

A Concordata de Worms (Pactum Caliixtinum) foi formulada e aprovada pelo papa Calisto II (1119-1124) e o Imperador Henrique V para arrumar a controvérsia sobre a investidura dos prelados.
Nesta Concordata ficou estabelecido que o Imperador podia investir prelados com símbolos de autoridade temporal, mas não tinha direito de os investir com autoridade espiritual, a qual é reservada à Igreja, e o Imperador não pode interferir na eleição papal.
Foi esta a primeira Concordata da História.
Ano 1123.
Realizou-se o Concílio Ecuménico de Latrão I, (Calisto II) o primeiro deste género no Ocidente. Estiveram presentes cerca de 300 bispos; fizeram-se sessões entre 18 de Março e 6 de Abril.
Foram aprovadas as condições da Concordata de Worms a respeito da lei da investidura dos prelados e foram também aprovadas as medidas de reforma em 25 Cânones ou Decretos.



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Falando de maneira geral a Investidura era, nos século XI e XII, o processo regular e legal (e às vezes com muita pompa) pelo qual um superior tomava o controlo sobre um subordinado.
Todavia o problema da Investidura apareceu quando certos Bispos ou Abades assumiam os seus ofícios sagrados, envolvendo algumas vezes a administração de grandes quantidades de terras.
Muitas vezes este aspecto temporal do seu mister estava no controlo de senhores leigos.
Com o tempo, estes senhores leigos exigiam o direito de apontar e nomear os religiosos para os ofícios ligados às terras com o indesejável resultado de que os ofícios dos religiosos não ficavam espiritualmente bem qualificados, mas antes se prendiam à família e aos amigos dos senhores.
Vários métodos foram propostos para proteger os direitos da Igreja na escolha e nomeação dos seus chefes, satisfazendo ao mesmo tempo os pedidos e as regras dos senhores leigos.
Estes problema da Investidura existiu sobretudo da parta dos reis, que se queriam impor à Igreja no direito de escolher os bispos, às vezes com alguma violência.
Isto durou até à Concordata de Worms, também chamada Pactum Callixtinum, que foi negociado intensamente durante várias semanas entre a Santa Sé e o Santo Império Romano, sobre o direito de eleger os bispos para certos territórios.
Em Setembro de 1122, a Concordata de Worms foi conseguida entre o papa Calisto II (1119-1124) e Henrique V, e assim os papas ficaram com o direito de eleger os bispos sem interferência do Estado.

                        PACTUM CALLIXTINUM
            Expressão Latina que se refere a uma Concordata entre o Imperador Romano Henrique IV e o papa Calisto II (1119-1124), em que se pôs termo à Lei da Investidura, isto é, do controlo do Estado sobre a nomeação de ofícios eclesiásticos.
            Foi feito em Setembro de 1122 e confirmado pelo 1° Concílio de Latrão em Março de 1123.
            Esta concordata é normalmente conhecida por Concordata de Worms.
            -- Direito de Investidura e Reforma Gregoriana.
                              
                              John http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8a/Worms_Dom_st_peter_001.jpg/250px-Worms_Dom_st_peter_001.jpg
                                          
                              Nascimento

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O ESPIRITISMO E OS PROBLEMAS HUMANO-SOCIAISRubens Policastro Meirahttp://www.espirito.org.br/
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policastro/o-ser-humano.html
O ser humano e a sociedade
Como sabemos o homem é um ser tríplice, composto de corpo, espírito e perispírito. O espírito é sua característica principal pois é o artífice de seu próprio corpo, modelando-o a fim de apropria-lo às suas necessidades e à manifestação de suas tendências (Revista Espírita 1869 – pág. 63).
Para a Doutrina dos Espíritos, a compreensão e percepção real do que significa o ser humano, como pessoa, constitui valioso elemento de análise, indispensável para o entendimento dialogal com o mundo moderno, com a nascente civilização pós-industrial, no contexto de um processo de globalização geral, bem como no sentido de avaliar o processo vivido pela multidão de marginalizados e empobrecidos que começam a despertar, a se organizarem e a caminharem com seus próprios pés.
Podemos observar que a Doutrina dos Espíritos situa insistentemente, a dignidade da pessoa humana no cerne de seus ensinamentos, preocupação essa que se estende as questões sócio-político-econômica, defesa da vida humana, do trabalho, do significado do progresso técnico-científico, enfim, toda vez que se coloca em jogo a dignidade humana.
Para a perfeita compreensão do ser humano, como pessoa, é deveras importante apreendermos que a "pessoa", a personalidade, é o conjunto de atitudes, tendências, valores e sentimentos, que ao longo dos milênios, o Espírito, como elemento catalisador, ligando-se à matéria para lhe dar forma e estrutura, foi incorporando em si, mediante a utilização do livre arbítrio.
Carlos Toledo Rizzini, in "Psicologia e Espiritismo" nos informa que "a personalidade é constituída pela síntese de todos os fatos psicológicos", óbviamente, adquiridos ao longo das encarnações.
A visão do homem como pessoa deve ser procurada e entendida no contexto da Doutrina dos Espíritos, a fim de que possa exercer e colaborar na ação de transformar o mundo.
Ao entendermos essa visão veremos que o homem não é um brinquedo nas mãos de um Criador, de uma força impessoal, ou de uma Causa Primeira, mas que é avisado, advertido, predestinado e chamado a responder, aceitando o convite da Causa Primeira e Inteligência Suprema, para dar sua colaboração, para ser interlocutor e parceiro da Evolução. Como colaborar?
Alguém poderia perguntar, qual a importância da visão do ser humano como pessoa segundo a ótica espírita, diante dos graves e urgentes problemas humanos existentes no mundo?
Ante tanto sofrimento e tanta injustiça, não deveríamos simplesmente lutar contra a marginalização, contra as injustiças em todas as suas manifestações e contra as estruturas que oprimem milhões e milhões de seres humanos, impedidos de crescerem em humanização e espiritualidade? Em outras palavras: a urgência da luta contra os poderes que impedem a humanização e espiritualidade do homem, e consequentemente a ação transformadora do mundo, não relegará os princípios espíritas sobre o homem ao âmbito das belas definições idealistas que deixam intocada a realidade da miséria, de dominação, de escravidão e de abandono em que se encontra a maioria dos povos da terra?
Não temos visto no movimento espírita senão discursos e definições idealisticas. Nada de prática, seja por ações, seja por vivência. Nada há de retórica em nossas palavras. É necessário partir da teoria para a prática, lançar-se à ação no mundo.
A falta de ação, o imobilismo, demonstra que parece faltar uma auto-consciência para levarmos em consideração os questionamentos que brotam do "mundo" dos empobrecidos e marginalizados. Este "mundo" de empobrecidos e marginalizados supõe a existência de um outro "mundo" que o empobrece e o marginaliza.
A abertura à realidade da existência dos oprimidos não pode deixar de lado a realidade da existência dos opressores, que atualmente se identifica com a forma de sociedade moderna, em um sistema neo-liberal com a globalização da econômia.
É necessário que se visualize o caráter universal dessa sociedade globalizante, sobretudo no tocante à responsabilidade, que a ela deve ser atribuída, no processo da dominação, empobrecimento e marginalização de milhões e milhões de seres humanos.
Para manter a dominação, a sociedade moderna continua impondo à humanidade, com a finalidade de domínio, restrição da liberdade de pensamento, conceitos que vem perdurando há séculos, tais como fatalismo, predestinação, determinismo, os quais embotam e impedem que a liberdade se expresse de forma racional, restringindo com tais conceitos que a esperança de uma nova ordem social mais justa se esmoreça, pois tais conceitos são a negação da liberdade.
A Doutrina dos Espíritos, o movimento espírita em geral e o espírita em particular, não devem se descurar da atitude fundamental que sempre guiou o comportamento de Jesus de Nazaré.
Seu exemplo, manifestado em toda sua vida, é o legado que precisamos ter na abertura de diálogos com o mundo moderno, em uma real abertura ao mundo dos marginalizados.
Com base em o "Livro dos Espíritos", obra básica do Espiritismo, quando visualizamos a sociedade como um todo passamos a entender que tal sociedade é uma organização insatisfatória, predominando o egoísmo, a avareza, a violência, a deturpação do poder, a corrupção. Entendemos que a sociedade deve ser modificada, e que cabe ao homem modificá-la. Cabe ao homem criar uma sociedade onde a colaboração superando a competição, entregará a cada um o necessário à sua sobrevivência; proporcionará a cada um os elementos e condições necessárias à sua educação e à sua saúde. Está a visão de uma sociedade segundo a ótica de Jesus e da Doutrina dos Espíritos. Uma sociedade onde a justiça não seja distribuída e aplicada única e exclusivamente em benefício dos poderosos e de uma elite minoritária que usurpa o poder, mas que seja distribuída e aplicada indistintamente a todos os seres humanos. Uma sociedade onde a Justiça deixe de ser CEGA para ser IMPARCIAL, pois dessa forma reprimirá e suprimirá o crime, de qualquer natureza, que hoje é engendrado, na maioria das vezes, à sua sombra.
Para bem entendermos o ser humano como pessoa, sua visão deve ser procurada em seu passado. Sem o "retorno" ao passado, o nosso presente acaba se tornando incompreensível. No entanto é importante interessar-se pelo presente, a fim de obtermos respostas. Apesar de uma e outra, retorno ao passado e interesse pelo presente, serem insuficientes, precisamos delas para a auto-compreensão do contexto do homem na sociedade para que possamos começar a encetar a caminhada de humanização e espiritualização, com a consequente libertação dos povos marginalizados e oprimidos.
Os fatos psicológicos, desempenham uma função essencial no comportamento do ser humano, pois no caminho da eternidade, passando por vida após vida, irá incorporando ao Espírito eterno, as qualidades determinantes de sua individualidade.
Tais fatos se interelacionam a acontecimentos com pessoas e com nosso meio ambiente, e são adquiridos por aprendizado de ajustamento, ou seja, hábitos complexos.
Assim, desenvolvemos nossa personalidade à medida que lidamos com o meio social, e, uma vez desenvolvida, ela facilita nosso ajustamento à sociedade.
Com a visão do homem como pessoa, segundo a ótica espírita, veremos que o valor, a dignidade e a importância, da resposta do homem ao chamado na colaboração de um novo mundo aparece de forma especial no exemplo de Jesus, que colocou sua vida à serviço do povo sofredor, consubstanciando na moral espírita prescrita por Allan Kardec.
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TEU  LUGAR

Surgem lances obscuros na existência, nos quais aflições dispensáveis nos visitam o espírito, no pressuposto de que nos achamos fora do plano que nos é próprio.
Quiséramos impensadamente exercer a função de outrem, e ao mesmo tempo, solicitar que outrem se encarregue da nossa.
Isso, porém, seria tumultuar a Ordem Divina.
Não ignoramos que os Emissários do Senhor nos conhecem de sobra aptidões e recursos. Qual ocorre aos engenheiros responsáveis por edificações determinada, que não instalariam o cimento em lugar do vidro, os Organizadores da Vida não nos designariam  posição  estranha  às  nossas  possibilidades  de  rendimento  maior  na construção do Reino de Deus.
Dentro do assunto, não nos será lícito esquecer que a promoção é ocorrência natural e elevar-nos  de nível,  mas promoção realmente aparece tão só quando no melhoramos conquistando degraus acima.
A rigor, porém, urge reconhecer que nos achamos agora precisamente no ponto e no posto em que nos é possível produzir mais e melhor. A certeza disso nos fortalece a noção de responsabilidade, porquanto, cientes de que a Eterna Sabedoria nos permitiu desempenhar os encargos pelos quais respondemos perante os outros, podemos centralizar atenção e força, onde estivemos, para doar o máximo de nós mesmos, na máquina social de que somos peças.
Quando te ocorra o pensamento de que deverias ocupar outro ângulo no campo da atividade terrestre, asserena o coração e continua fiel aos deveres que as circunstâncias te preceituem, reconhecendo que, em cada dia, estamos na posição em que a Bondade de Deus conta conosco para o bem geral. Desse modo, para que as tuas horas se enriqueçam de paz e eficiência, no setor de ação que te cabe na Obra do Senhor, se trazes a consciência tranquila no desempenho das próprias obrigações, é forçoso te capacites de que és hoje o que és e te vês com quem te vês, no quadro em que te movimentas e na apresentação com que te singularizas, porque é justamente como és, com quem estás no lugar em que te situas e claramente como te encontras, que o Senhor necessita de ti.
Alma e Coração – Chico Xavier / Emmanuel
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LA IRA
EL DOMINIO DEL FUEGO INTERIOR
Tu Sutra del Corazón
Cuando la plena conciencia está ahí estás a salvo


Hemos de estar ahí para nuestra ira, hemos de reconocer su presencia y cuidar de ella, algo que en psicoterapia se llama «entrar en contacto con la ira». Es algo maravilloso y muy importante. Cuando la ira se manifieste; en vez de reprimirla,reconócela y abrázala.
Pero en éste caso, la pregunta importante es: ¿Quién entra en contacto con la ira, cuida de ella y la reconoce? La ira es una energía; y si ésta es incontenible, puedes ser víctima de ella. Has de ser capaz de generar otra clase de energía que te ayude a reconocer la ira y a cuidar de ella. La ira constituye una zona de energía, que necesita que uno entre en contacto con ella y la reconozca. La cuestión es: ¿Quién entra en contacto con qué? ¿Qué energía puede entrar en contacto con ella y reconocerla? Es la energía de ser consciente. Por eso; cada vez que nos enojamos, practicamos el respirar y caminar conscientemente para sentir la semilla de ser consciente y generar esta energía (Conciencia) en nosotros. La energía de ser consciente no está ahí para reprimir, sino para dar la bienvenida a la ira y reconocerla: «Hola, ira mía, sé que estás ahí, vieja amiga». Ser conscientes es la energía que nos ayuda a saber lo que hay ahí. Siempre es ser conscientes de algo. Puedes serlo de tu inspiración o de tu espiración; respirar conscientemente consiste, en esto. También puedes ser consciente del té que estás tomando; lo cual, es beber conscientemente. Cuando comes siendo consciente de ello, estás comiendo conscientemente. Cuando caminas siendo consciente de ello, estás caminando conscientemente.

En este caso, hacemos la práctica de ser conscientes de la ira: «Sé que estoy enojado, y que esta ira está en mí». Por tanto, el ser consciente es sentirla, reconocerla, darle la bienvenida y abrazarla, en vez de luchar contra ella o reprimirla. El papel de ser consciente es como el papel de una madre que abraza y tranquiliza al bebé que sufre. La ira está en ti, es tu bebé, tu hijo; y has, de cuidar de ella. Cuando reconoces la ira, la energía de ser consciente dice: «Hola, ira mía, sé que estás ahí. No te preocupes, voy a cuidar de ti». En el momento en que eres consciente estás a salvo, puedes sonreír; porque la energía del Buda, ha nacido en ti. Si no sabes manejar la ira que sientes, ésta puede llegar a matarte. Si no eres consciente de ella, puedes convertirte en su víctima. Ésa emoción puede hacerte vomitar sangre; e incluso matarte. Muchas personas mueren por culpa de ella, porque provoca un shock en el organismo; y crea una enorme presión y dolor, en su interior. Cuando el Buda está presente, cuando la energía de ser consciente está ahí, estás protegido. Ser consciente te ayuda a ocuparte de la situación. Cuando el hermano mayor está ahí; el hermano pequeño, está seguro. Cuando la madre está ahí; su hijo, está a salvo. A través de la práctica; la madre o el hermano mayor que hay en ti, aprenden a cuidar cada vez mejor de la ira. Mientras reconocemos y abrazamos nuestra ira, debemos generar la energía de ser conscientes en todo momento. Y lo logramos haciendo continuamente la práctica de caminar y respirar de manera consciente.


Si no eres consciente, nada te ayudará a sentirte mejor, aunque aporrees una almohada con todas tus fuerzas. Golpear una almohada no te ayuda a entrar en contacto con tu ira; ni a descubrir, su naturaleza. Ni siquiera sientes la almohada, porque si la sintieras sabrías que no es más que una almohada, que no es tu enemigo. ¿Por qué la golpeas, entonces? Porque no sabes que tan sólo es una almohada. Cuando entras en contacto con algo realmente, conoces su verdadera naturaleza. Si entras en profundo contacto con una persona, sabes quién es de verdad. Si la energía de ser consciente no está presente, no podrás entrar en contacto con nada ni con nadie. Sin ésta energía, te conviertes en una víctima; porque la ira, te empuja a hacer cosas dañinas.

 

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 Solidariedade

Enéas Martim Canhadas
Estava fazendo minha caminhada habitual pela avenida Sumaré, quando um filhote de cão, talvez de uns 40 dias de vida, se tanto, abandonado ali na Praça Irmãos Karman, veio para a beira da calçada e logo, o seu focinho curioso fez
com que ele descesse até o asfalto. Olhava a cena, enquanto o meu coração acelerava, prestes a ver, e ao mesmo tempo não querendo ver, um acontecimento impiedoso e quase certo. Os carros passavam à velocidade normal permitida ali, e o cãozinho iria virar carne moída dentro de pouco tempo. Arriscando-me por entre alguns carros que até diminuíram a marcha e outros tantos passando direto, com cuidado fui me aproximando do animal, receoso pelo trânsito que não parava. O cãozinho já estava quase no meio da avenida, totalmente indefeso e correndo um risco total, mesmo porque ele poderia ser morto até por não ser visto pelos motoristas.
Nesse momento, um Sr. Marronzinho que acompanhava toda a cena veio do outro lado e com mais autoridade, foi parando o trânsito até que peguei o filhote e, juntos fomos para a praça em lugar seguro. Perguntávamos um para o outro quem teria abandonado aquele cãozinho ali e como poderíamos cuidar do destino dele.
Nesse mesmo momento, veio do outro lado da rua uma senhora fina e elegante, trajando um conjunto de cores muito bem combinadas que, tomando o cãozinho no colo, disse poder levá-lo para a sua veterinária de confiança que o doaria a alguém, isto é, se não quiséssemos levá-lo. Perguntou a mim e ao Sr. Marronzinho se estávamos interessados em adotar o bichinho. Ele explicou que estava em serviço, senão poderia até levá-lo. Eu perdera há pouco tempo o meu cão pastor com 11 anos de idade, fiel amigo de tantas caminhadas e que me fez adquirir o saudável hábito de caminhar pelas ruas e avenidas do meu bairro. Ainda com o coração doendo, não queria adotar nenhum cão, pelo menos, não por enquanto.
Uma outra jovem senhora, simples e sorridente, carinhosa, logo pegou o cãozinho e segurando-o contra o peito, dizia que desejava muito levá-lo mas o problema é que não tinha espaço em sua casa. A senhora elegante, gentil e educada insistiu para que ela levasse o cãozinho. Praticamente havia tomado a decisão pela jovem que titubeava em adotar o animal. Logo se preocupou em como poderia arranjar uma maneira de transportá-lo até sua casa. Prontamente, um motorista do ponto de taxi próximo, disse que deveria ter um pedaço de pano no porta-malas do seu carro e afirmou que a banca de jornal do outro lado da rua, com certeza, poderia arrumar uma sacola plástica que permitiria carregar o filhote.
Assim fora resolvida a situação encaminhando a história para um final feliz. Um cuidado daqui, uma atenção dali, várias pessoas juntamente buscando solucionar aquele problema, para que o animalzinho fosse rapidamente adotado e, a partir daquele dia, tivesse um lar.
Logo depois voltei para a minha caminhada, tocado por aquele acontecimento e como, do nada, várias pessoas surgiram, prontas e bem intencionadas para por em uso a sua bondade, a sua compaixão e num gesto muito espontâneo e simples de solidariedade, providenciar uma casa e um destino para o filhote.
Hoje, quando me lembro da cena, não consigo deixar de pensar como ser solidário é um gesto simples. Não tem regras, não precisa de normas nem de campanhas, não precisamos de nos fazer muitas perguntas a respeito. Basta praticar o ato. Sim, como uma coisa muito natural. Tão natural como o samaritano que socorreu o homem caído à beira da estrada e ainda o levou a uma estalagem, onde pudesse receber tratamento e remédios, deixando até dinheiro para pagar as despesas daquele homem, de quem o samaritano nem sabia o nome ou a procedência, nem que pessoa seria, nem dos seus princípios morais, nem de suas convicções religiosas. Foi um ato tão completo e espontâneo como se o mundo, de fato, não tivesse divisão de países com suas fronteiras, em que as nações falassem uma mesma língua e sem religiões, os seres humanos não estariam enclausurados em suas convicções morais, defendendo este ou aquele princípio, e até mesmo defendendo deuses próprios, supostamente melhores do que outros, como os combates na antigüidade, onde as guerras que os seres humanos travavam eram também guerras entre deuses.
Como já disse, de vez em quando sou tomado pelas lembranças do fato, sinto-me então solidário e um pouco melhor do que normalmente sou. Mas sinto também que, quando um fato como este não está tão forte e presente na minha mente, não me vejo tão naturalmente bom, nem tão espontaneamente disposto a praticar o bem por mais simples que seja. Me lembrei do ensinamento de Aristóteles escrevendo em Ética a Nicômaco: “as virtudes são pois, de duas espécies, a intelectual e a moral, a primeira, por via de regra, gera-se e cresce graças ao ensino – por isso, requer experiência e tempo; enquanto a virtude moral é adquirida em resultado do hábito. Não é pois por natureza, nem contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Diga-se, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito.”
Sempre me pego pensando, o quanto ainda devo praticar para adquirir o hábito...
 03/06/2003

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LUZES DO ENTARDECER 
Redação do Momento Espírita 
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3528&stat=0
Conserva contigo os companheiros idosos, com a alegria de quem recebeu da vida o honroso encargo de reter, junto ao coração, as luzes do próprio grupo familiar.
Pensa naqueles que te preservaram, quando jovens, a existência frágil, nos panos do berço. Naqueles que atravessaram noites em claro, simplesmente para te velar o sono febril.
Reflete nos que te equilibraram os primeiros passos, enquanto tentavas andar sozinho.
Todas as vezes que caíste, eles te ergueram, sem reclamar de dores nas costas, por terem que se agachar quase até o chão, porque eras tão pequenino...
Recorda os que te afagaram os sonhos da meninice, que sorriram com as tuas primeiras conquistas, que sempre estiveram presentes nas festas de aniversário, nos encerramentos escolares, nas peças de teatro em que figuravas.
Quando chegavas em casa tristonho, insatisfeito com o resultado da disputa do jogo de futebol entre colegas, sempre tiveram uma palavra de consolo e um colo amigo.
Já que eles atravessaram o caminho de muitos janeiros, pensa no heroísmo silencioso com que te ensinaram a valorizar os tesouros do tempo.
Medita nas dificuldades que terão vencido para serem quem são. Também foram adolescentes, jovens. Tiveram sonhos...
Pensa no suor que lhes alterou as linhas da face. Suor das tantas tarefas profissionais e no lar. Tantas tarefas para que não te faltasse o teto, o pão, o abrigo e o carinho.
Pensa nas lágrimas que lhes alvejaram os cabelos. Muitas delas ocasionadas por tua rebeldia de criança que teimava em não amadurecer.
Quando, hoje, porventura, te mostrem azedume ou desencanto, escuta-lhes a palavra com bondade e paciência.
Não estarão te ferindo. Provavelmente estão murmurando contra dolorosas recordações de ofensas recebidas, que trancam no peito, a fim de não complicarem os dias dos seres que lhes são tão especialmente queridos.
Ama e respeita os companheiros idosos! Eles são as vigas que te escoram o teto da experiência para seres o que és.
Auxilia os idosos, quanto puderes, porquanto é possível que, no dia-a-dia da existência humana, venhas igualmente a conhecer o brilho e a sombra que assinalam no mundo, a hora do entardecer.
* * *
Exercita a gentileza e a gratidão para com todas as pessoas, especialmente os idosos.
A velhice é uma fase que alcançarás, com certeza, caso a morte não te arrebate o corpo antes.
Pode parecer cansativa a presença do idoso. Ele, porém, é rico da experiência que te pode brindar, mas também é carente dos recursos que lhe podes oferecer.
Redação do Momento Espírita, a partir da mensagem Luzes do entardecer, pelo Espírito Meimei, psicografia de Francisco Cândido Xavier e do cap. XXIX, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em  6.8.2012.
* * *
 
Com esta mensagem eletrônica
seguem muitas vibrações de paz e amor
para você

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Portal A ERA DO ESPÍRITOhttp://www.aeradoespirito.net/

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quarta-feira, 8 de agosto de 2012


A Importância das Mocidades Espíritas

 
Frederico G. Costa
 
As mocidades espíritas tornam-se cada vez mais importantes na Seara do Mestre. Quando questionamos aos freqüentadores de um centro espírita se eles chegaram a ele pela dor ou pelo amor, a resposta e quase unânime: pela dor! Concordo que isso seja reflexo de uma doutrina recente na história da humanidade, mas os centros espíritas não podem esperar sempre por freqüentadores que venham pelo sofrimento moral, físico ou espiritual. Eles também podem optar por ações preventivas que garante equilíbrio entre trabalhadores e assistidos, fornecendo à casa voluntários aptos e com muita força de vontade de colaborar.
 
... Uma ação que pode ser tomado pelos dirigentes para garantir ao centro espírita pessoas que já tenham despertado para o ideal da caridade, é a criação de mocidades. Mocidades ativas, participantes e com o apoio e incentivo da sua casa de oração.
 
Eu poderia estar apresenta do inúmeros argumentos para validar a presença da mocidade dentro de um centro, mas não podemos nos esquecer que uma mocidade guarnece a família e fornece aos jovens subsídios para protegerem-se de males que estão de fácil acesso a todos
 
(...) Mas o leitor amigo deve estar imaginando: como reunir jovens para um centro espírita e como fazer para estes não criarem problemas? Afinal jovem é jovem em qualquer lugar! E mais: para que “meu” centro precisa de uma mocidade?
 
Esses são realmente os pensamentos da maioria, mas quando o centro resolve abraçar esse investimento em seu futuro, a mocidade rende trabalhos grandiosos na Seara do Mestre. Vamos começar a analisar como os jovens podem ajudar. Uma vez que a maioria das pessoas chegam ao Espiritismo pela dor, o processo para que essa atinja o equilíbrio e assuma tarefas dentro da casa é razoavelmente longo; sem falar no tempo de escola de desenvolvimento mediúnico. Contudo, com uma mocidade, todos estariam sempre em estudo evitando darem cabeçadas na vida. E ao invés de procurarem uma casa de oração somente para aliviar suas dores, os jovens serão agentes multiplicadores na sociedade, que formarão uma família já dentro da conduta espírita. Com uma disponibilidade de horário totalmente diferente dos outros trabalhadores do centro, que normalmente são casados, possuem família e que participam durante as noites da semana, os jovens podem ser uma extensão dessas atividades nos fins de semana, criando assim grupos de estudos onde há a possibilidade de ampliar seu conhecimento na Doutrina Espírita e no comportamento social e familiar.
 
Ao invés de um jovem rebelde , sem rumo, teremos ajudado a construir uma personalidade voltada à reflexão e à compressão do mundo em que vivemos.
 
Fonte: Revista Cristã de Espiritismo, n.06.
 

Desobsessão

por: * Vislei Bossan
Alguém achou que eu estava preparado para sessões de desobsessão. Poderia iniciar a função de “doutrinador” e surgiu uma vaga. Uma das primeiras experiências foi exemplar. Havia uma família sob a influência de alguns adversários espirituais e começamos o trabalho que visava ajudar encarnados e desencarnados envolvidos na trama.
Pouco a pouco, os obsessores foram esclarecidos. O grupo estava satisfeito e a família deu claros sinais de melhoras. Achávamos que a missão havia sido concluída com êxito, até que certa noite fomos surpreendidos. No final dos trabalhos, uma das médiuns disse que estava alí um Espírito muito irritado. Permitimos a sua comunicação, cheia de revolta. A infeliz entidade nos disse que seus chefiados haviam desistido da maldade que estavam praticando, e que ele, o “chefe”, estava muito bravo e iria acabar com o nosso grupo de desobsessão.
- Vai não, eu disse à entidade atormentada. A mim, você não pega, pois estou amparado por Jesus Cristo. Podem ir embora, para vocês obsessores desta família, tudo acabou.
A minha arrogância deve ter impressionado o obsessor, pois foi embora sem falar mais nada. Encerrados os trabalhos, fomos embora com a serenidade que convinha e esquecidos dos acontecimentos daquela hora de atividade.
Em casa, já deitado para dormir, senti algo gelado por sobre a minha coluna vertebral, como se fosse uma brisa polar e ouvi o grito de minha filha no quarto no final do corredor. Fui até lá, acalmei-a e ela me disse: “nossa pai, tive um pesadelo, mas já passou”.
Voltei para a cama e entrei na fase R.E.M.¹ do meu sono. Foi terrível: sentí-me arrastado para um lugar escuro, fétido, solo cheio de lama ou lodo, pegajoso. Debati-me o quanto foi possível, até ser acordado pela minha esposa, segurando meus dois braços.
- Nossa, que coisa horrível! Obrigado por ter me tirado daquele lugar - disse à minha esposa Vera Lúcia. Retomei o sonho, dormi relativamente bem e acordei normalmente, já esquecendo o pesadelo da noite.
Uma semana depois, estávamos eu e os companheiros na sala de desobsessão para novas atividades. Quando começaríamos os trabalhos, após a prece de abertura, a médium avisou: “tem uma entidade aqui querendo passar um recado e não me parece violenta”, disse. A entidade se apresentou, e dirigindo-se à mim, disse:
- Gostou, bichão?
Percebi que era o obsessor que havia prometido me pegar. Mantive com ele o seguinte diálogo:
- Então, foi você? Perguntei.
- Sim, te peguei e levei até aonde estou.
Neste momento, senti um enorme desejo de refazer o caminho e, de todo o coração mesmo, pedi desculpas.
- Perdão, companheiro. Não deveria ter te desafiado. Perdoe a minha arrogância.
Em seguida, fiz-lhe uma proposta. Disse-lhe que ele havia demonstrado muita força e gostaria que ele direcionasse sua capacidade para a prática do bem, abandonando o caminho da vingança, da perseguição.
Ele disse que “experimentaria“, pois seus companheiros já o haviam abandonado e estavam muito bem. Alguns meses depois, esta entidade, antes revoltada, retornou para nos dizer que estava querendo trabalhar em favor de obsediados, atuando no mundo espiritual junto a obsessores, dando exemplos de si mesmo.
Os diretores espirituais da casa concordaram, e aquele Espírito, que me deu uma grande lição, deve estar conosco no CE Cairbar Schutel, até hoje.
¹ R.E.M., ou Rapid Eye Movement (“movimento rápido dos olhos”), é a fase do sono na qual ocorrem os sonhos mais vívidos.
* Vislei Bossan é trabalhador do C. E. Cairbar Schutel/Rio Preto.
JORNAL VERDADE  E  VIDA
ADDE - ASSOCIAÇÃO DE DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA E SPIRITA 

PALAVRAS DE AMIGO

Sou daqueles que precisaram morrer para enxergar com mais segurança.
A experiência terrestre é comparável a espessa cortina de sombra, restringindo-nos a visão.
E, em mim, o dever do médico eclipsava a liberdade do homem, limitando observações e digressões.
Contudo, vivi no meu círculo de trabalho com bastante discernimento para identificar os profundos antagonismos de nossa época.
Insulado nas reflexões dos derradeiros dias no corpo, anotava as vicissitudes e conflitos do espírito humano, entre avançadas conquistas científico-sociais e os impositivos da própria recuperação.
Empavesado na hiperestrutura da inteligência, nosso século sofre aflitiva sede de valores morais para não descer a extremos desequilíbrios, e a existência do homem de hoje assemelha-se a luxuoso transatlântico, navegando sem bússola.
Por toda parte, a fome de lucros ilusórios, a indústria do prazer, a desgovernada ambição, o apetite insaciável de emoções inferiores e a fuga da responsabilidade exibem tristes espetáculos de perturbação, obrigando-nos a reconhecer a necessidade de fé renovadora para o cérebro das elites e para o coração das massas sem rumo.
Daqui, portanto, é fácil para nós confirmar agora que o mundo moderno está doente.
E o clínico menos atilado perceberá sem esforço que o diagnóstico deve ser interpretado como sendo carência de Deus no pensamento da Humanidade, estabelecendo crises de caráter e confiança.
Apagando o personalismo que eu trouxe da Terra, descobri, estudando em vossa companhia, que somente o Cristo é o médico adequado à cura do grande enfermo e que só o Espiritismo, revivendo-lhe as lições divinas, é-lhe a medicação providencial.
Segundo vedes, sou apenas modesto aprendiz da grande transformação. Entretanto, quanto mais se me consolidam as energias, mais vivo é o meu deslumbramento, diante da verdade.
A luz que o Senhor vos deu e que destes a mim alterou-me visceralmente a feição pessoal.
Sou, presentemente, um médico tentando curar a si mesmo.
Minhas aquisições culturais estão reduzidas a chama bruxuleante que me compete reavivar.
Meus préstimos, por agora, são nulos.
Mas, revive-se-me a esperança e, abraçando-vos, reconhecido, entrego-me ao trabalho do recomeço...
Glória ao Senhor que nos ilumina o caminho espiritual!
É assim, reanimado e fortalecido, que aceito, agora, o serviço e a solidariedade sob novo prisma, rogando a Jesus nos abençoe e caminhando convosco na antevisão do glorioso futuro.
(Obra:  Instruções Psicofônicas - Chico Xavier/Queiroz)

Os Fenômenos Espíritas e sua Universalidade

Rodolfo Calligaris
O Espiritismo propriamente dito, coordenado sob o tríplice aspecto de Ciência, Filosofia e Religião, só existe há pouco mais de um século, ou, mais precisamente, a partir de 18 de abril de 1857, data em que se deu a publicação de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.
Os fenômenos sobre que ele se apóia, porém — atribuídos à ação dos Espíritos —, pode dizer-se que remontam aos primeiros dias da existência do homem na Terra.
A literatura mais antiga que se conhece a eles se refere, ora sob a forma de lendas e alegorias, ora de maneira clara e positiva.
Na Índia, a prática da evocação dos mortos sempre existiu e ainda hoje existe, principalmente na casta sacerdotal.
No antigo Egito os mortos tinham grande influência sobre os vivos: imiscuíam-se nos negócios mundanos, obsediavam, manifestavam sua presença e sua ação por diversas formas (Ermann, “A Religião Egípcia”).
Maspero, em Estudos Egiptológicos, conta que há em Leide um papiro datando da 58 dinastia (3500-3300 a.C.), onde se narra que um viúvo caiu gravemente enfermo por atuação da falecida esposa, que lhe conservava grande rancor.
Na literatura e na história da Grécia e de Roma encontram-se, em abundância, casos de comunicações com as almas trespassadas.
Segundo Homero, Ulisses valia-se da mediunidade de Circe para interrogar o Espírito Tirésia, o de sua mãe e de vários outros defuntos, e todos lhe respondiam claramente (“Odisséia”, X e XI).
Em uma obra ainda hoje lida pelos eruditos, Plínio, o Moço, relata o caso do espectro de Atenas, em virtude do qual Atenodoro adquiriu uma casa a preço irrisório. Esse filósofo, na primeira noite em que a ocupou, estando a ler e escrever como de costume, ouviu um ruído semelhante ao arrastar de correntes. Erguendo os olhos, viu um velho, triste, carregado de ferros, que se aproximou e lhe fez sinal para que o acompanhasse, conduzindo-o a um ponto do corredor, onde desapareceu. Levado o fato ao conhecimento dos juízes, estes ordenaram que fossem feitas escavações no lugar e acabaram encontrando um esqueleto acorrentado. Deram-lhe honrosa sepultura e os fenômenos cessaram (Cartas, LVII, 27).
Sócrates, Fílon e Plotino comunicavam-se com seus guias espirituais, a que chamavam “gênios”.
Informa Cícero que seu amigo Apio conversava freqüentemente com os trespassados (“De Devinatione”).
Plínio, o Antigo, narra que Tibério também se dava à prática de evocar e confabular com os Espíritos (“História”, XXX, 6).
Pela mediunidade de Erato, a famosa mágica de Tessália, soube Sexto Pompeu de vários episódios que o interessavam (Lucano, “Pharsalia”).
O historiador Cesar de Vesme, diante das pesquisas etnográficas, assegura que entre os selvagens a crença na sobrevivência e manifestação dos Espíritos “se impôs, bon gré, mal gré, independente de seus desejos, pela observação dos fatos” (“História do Espiritualismo Experimental”).
Lapponi, escritor católico, em “Hipnotismo e Espiritismo”, diz que “desde tempos remotíssimos se tem acreditado e se acredita nas relações reais entre os homens ainda vivos e os defuntos, bem como entre aqueles e outros seres imateriais de ordem superior. E a justificação de tais crenças, em todos os séculos, está ligada a narrativas imemoriais de fatos maravilhosos”. (Os grifos são nossos.)
Referindo-se aos fenômenos espiríticos, observa William James, notável filósofo norte-americano, que foi professor na Universidade de Harvard:
“A Fisiologia nada quer com eles. A Psicologia ortodoxa lhes vira as costas. A Medicina os expulsa; ou, quando muito, se está em veia de anedotas, citam-se alguns casos como efeitos da imaginação. Entrementes, os fenômenos aí estão, vastamente espalhados em toda a extensão da História. Abri-a à página que quiserdes e achareis muitas coisas narradas sob os nomes de adivinhação, inspiração, possessão demoníaca, aparições, transes, estudos, curas miraculosas, malefícios, feitiçarias.
Supõe-se que a mediunidade é originária de Rochester, USA, e que o magnetismo animal data de Mesmer; mas, perlustrai um dia o avesso das páginas da história oficial, consultai as memórias, os documentos legais, as legendas, e os livros de anedotas populares, e vereis que não existe época em que esses fatos não deixem de ter sido tão abundantemente relatados como em nossos dias” (“Estudos e Reflexões de um Psiquista”).
Maiores subsídios a respeito poderão ser encontrados em “A Evolução”, de Carlos lmbassahy, onde colhemos grande parte das citações feitas neste artigo.
(Revista Reformador de janeiro de 1975)

SER ESPÍRITA É ERIGIR A PAZ EDIFICANTE, ORGANIZANDO O CENÁRIO DA NOVA ERA.


O mundo passa por decisivo momento de transição, com sofrimentos e inquietações atingindo-nos a todos. Infelizmente, as antevisões flagelantes fazem parte de pensamentos apocalípticos. Alguns confrades forçam argumentos ante os fenômenos calamitosos como se estivéssemos no derradeiro instante da vida planetária. Evoca-se com ênfase o famigerado calendário Maia; porém, importa dizer que “há muitos séculos as humanidades prosseguem de maneira uniforme a sua marcha ascendente através do espaço e do tempo.” (1)
É inquietante o aparecimento de facções, seitas e cultos que se multiplicam mundo afora pressagiando flagelos sob o impacto de neurotizante expectativa irrequieta de uma "nova era". Além disso, o argumento do fim dos tempos é uma peculiaridade de alguns médiuns distraídos, que propagam catástrofes naturais como se fossem a ira de Deus.
Há nessas ocasiões pessoas maníacas que abandonam emprego e família, à espera do "grande final" e alguns criam seitas delirantes. Só na França "há cerca de 200 seitas, com 300 mil adeptos". No Japão, inquietos "gurus" vaticinam o final do mundo (2). Nos Estados Unidos, pasmem! 55 milhões de americanos creem que falta pouco para o "mundo acabar".
Nessas cruciais ocasiões de transição planetária, notemos que o advento do mundo de regeneração não se dará nem se finalizará em precário período. É aventureiro datar, precisar, fixar uma estação em que tal processo será complementado. Não se pode esquecer que “os distúrbios parciais do globo ocorrem em todas as épocas, e se produzem ainda, porque se ligam à sua constituição, mas esses não são os sinais dos tempos.” (3)
É inegável que atravessamos um pique elevado de duras provações. De 2007 até 2011 ocorreram comoções colossais na crosta terrestre. Foram terremotos, tornados, ondas gigantes na Ásia (tsunamis), os fenômenos La niña e El niño, ciclones extratropicais, recordes de tempestades, enchentes (nunca se viu tanta chuva), aquecimento global, frio descomunal. “A Fome é outra tragédia que já abarca 1 bilhão e duzentos milhões de pessoas em todo o planeta” (4). A exploração da energia nuclear ainda não é assunto do total controle humano. O desmatamento insano, a poluição do ar, o vigor da expansão do tráfico e consumo de drogas, a banalização do comportamento sexual, estimulado pela revista, jornal, televisão, cinema, teatro, videocassete, TV a cabo, computador etc, que escapam à racionalidade do homem.
Há igualmente nesse contexto um preocupante vaticínio sobre a drástica redução da reserva de água potável para daqui a quatro décadas na Terra. Acerca disso, sabemos que algumas potências econômicas querem internacionalizar a Amazônia, por uma simples razão: cerca de 35% de precipitação de chuva no Planeta ocorre naquela área, levando a região a possuir a maior reserva hídrica terrestre. A propósito, sabemos que muitos especialistas preveem conflitos mundiais, tendo como causa a corrida pela posse e controle do líquido vital.
Paradoxalmente, pregamos a paz produzindo os canhões assassinos; cobiçamos resolver os problemas sociais ativando a edificação dos presídios e bordéis. "Esse progresso é o da razão sem a fé, onde os homens se perdem em luta inglória e sem-fim”. (5) A atual situação de violência, maldade, injustiça, opressão dos poderosos sobre os fracos, tanto em nível de pessoas, como instituições e países, certamente terá que ceder lugar a uma nova era de paz, harmonia, fraternidade e solidariedade.
"Época de lutas amargas, desde os primeiros anos do século XX, a guerra se aninhou com caráter permanente em quase todas as regiões do planeta. A Liga das Nações, o Tratado de Versalhes, bem como todos os pactos de segurança da paz, não têm sido senão fenômenos da própria guerra, que somente terminarão com o apogeu dessas lutas fratricidas, no processo de seleção final das expressões espirituais da vida terrestre.” (6). O século recentemente findo foi, sem dúvida, o século mais sangrento de todos. Já ocorreram após a Segunda Guerra Mundial 160 conflitos bélicos, com 40 milhões de mortos. Se contabilizarmos desde 1914, estes números sobem para 401 guerras e 187 milhões de mortos, aproximadamente.
É notória a eficácia avassalante do avanço científico. Os ensaios da genética, das clonagens, das células-tronco, da cibernética, das conquistas espaciais, do império dos raios lasers, das fibras óticas, dos supercondutores, dos microchips, da nanotecnologia. Nunca tivemos tanta capacidade de proporcionar bem estar, casa, educação e alimento a todos, embora nunca tenhamos tido tantos desabrigados, famintos e, principalmente, carentes de educação. Amargamos os contrastes da hegemonia tecnológica, ao mesmo tempo em somos abatidos diante da falta de comida, da dengue hemorrágica, da febre amarela, da tuberculose, da AIDS e de todos os tipos de entorpecentes.
Os Benfeitores lembram que o “ocaso não demora e, sob a saliência de suas sombras espessas, não nos esqueçamos de Jesus, cuja misericórdia sem fim constituirá o fulgor imortal da aurora futura, feita de paz, de fraternidade e de redenção.” (7). Para amenizar a “noite que não tarda”, recordemos o que o Mestre ensinou: “Então, perguntar-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? - Quando foi que te vimos sem teto e te hospedamos; ou despido e te vestimos? - E quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? - O Rei lhes responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes.”(8)
Nas próximas reencarnações, se ainda quisermos encontrar aqui estoques razoáveis de água potável, ar puro, terra fértil, menos lixo e um clima estável, precisaremos atuar imediatamente, sem perda de tempo. Apesar dos pesares, não faltam as vozes otimistas que apregoam um porvir renovado sob a luz de uma nova era. É verdade! Paralelamente a todo esse caos, jamais se viu, em todos os tempos, tantas pessoas boas e pacíficas se mobilizarem em prol de programas assistenciais aos irmãos menos afortunados, trabalhando voluntariamente por um mundo melhor e mais justo, e com total desprendimento e espírito cristão.
Para descontentamento dos arautos do “quanto pior, melhor!”, felizmente, tudo está se transformando em passo acelerado atualmente, trazendo mais conforto e melhor qualidade de vida ao habitante da Terra. A dor física está, relativamente, sob controle; a longevidade ampliada; a automação da vida material está cada vez maior, em face da tecnologia fascinante, especialmente na área da comunicação e informática.
O Mestre advertiu: “Tenho-vos dito isto para que em mim tenhais paz: no mundo, tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”(9). Cremos que ser espírita é constituir-se em núcleo de ação edificante através do qual principia a Nova Era.
“Fala-se no mundo de hoje, qual se o mundo estivesse reduzido à casa em ruínas. O espírita é chamado à função da viga robusta, suscetível de mostrar que nem tudo se perdeu. Há quem diga que a Humanidade jaz em processo de desagregação. O espírita é convidado a guardar-se por célula sadia, capaz de abrir caminho à recuperação do organismo social. O espírita, onde surja a destruição, converte-se em apelo ao refazimento; onde estoure a indisciplina, faz-se esteio da ordem e, onde lavre o pessimismo, ergue-se, de imediato, por mensagem de esperança.” (10).
Em face do exposto, por mais difícil que seja o processo de seleção final dos valores morais da sociedade, não podemos olvidar jamais  que Jesus é o Senhor da Vida. Os Seus mandamentos não passaram e jamais passarão. Nessa esperança, compreendamos que em Suas mãos assentam-se os destinos da Terra.

Jorge Hessen
http://jorgehessen.net


Perante o Sexo


Nunca escarneça do sexo, porque o sexo é manancial de criação divina, que não pode se responsabilizar pelos abusos daqueles que o deslustram.

Psicologicamente, cada pessoa conserva, em matéria de sexo, problemática diferente.

Em qualquer área do sexo, reflita antes de se comprometer, de vez que a palavra empenhada gera vínculos no espírito.

Não tente padronizar as necessidades afetivas dos outros por suas necessidades afetivas, porquanto o amor seja luz uniforme e sublime em todos, o entendimento e posição do amor se graduam de mil modos na senda evolutiva.

Use a consciência, sempre que se decidir ao emprego de suas faculdades genésicas, imunizando-se contra os males da culpa.

Em toda comunicação afetiva, recorde a regra áurea: "não faça a outrem o que não deseja que outrem lhe faça".

O trabalho digno que lhe assegure a própria subsistência é sólida garantia contra a prostituição.

Não arme ciladas para ninguém, notadamente nos caminhos do afeto, porque você se precipitará dentro delas.

Não queira a sua felicidade ao preço do alheio infortúnio, porque todo desequilíbrio da afeição desvairada será corrigida, à custa da afeição torturada, através da reencarnação.

Se alguém errou na experiência sexual, consulte o próprio íntimo e verifique se você não teria incorrido no mesmo erro se tivesse oportunidade.

Não julgue os supostos desajustamentos ou as falhas reconhecidas do sexo e sim respeite as manifestações sexuais do próximo, tanto quanto você pede respeito para aquelas que lhe caracterizam a existência, considerando que a comunhão sexual é sempre assunto íntimo entre duas pessoas, e, vendo duas pessoas unidas, você nunca pode afirmar com certeza o que fazem; e, se a denúncia quanto à vida sexual de alguém é formulada por parceiro ou parceira desse alguém, é possível que o denunciante seja mais culpado quanto aos erros havidos, de vez que, para saber tanto acerca da pessoa apontada ao escárnio público, terá compartilhado das mesmas experiências.

Em todos os desafios e problemas do sexo, cultive a misericórdia para com os outros, recordando que, nos domínios do apoio pela compreensão, se hoje é seu dia de dar, é possível que amanhã seja o seu dia de receber.

Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Do livro: Sinal Verde

DISCERNIR E AGIR

        O tirocínio para discernir o bem do mal, dá a medida do conceito filosófico que cada um abraça; no entanto, só a vivência do bem por eleição espontânea caracteriza o progresso moral do homem.
        Medeia um espaço largo de conduta moral  entre saber e vivenciar.
        Conhecer ou discernir o que é de acordo com as leis de Deus daquilo que lhe é contrário, representa uma grande conquista intelectual, cultural; sem embargo, a aplicação do conhecimento na conduta,  expressa a verdadeira aquisição desse valor.
        Em todas as criaturas existe, mesmo que em estado embrionário, o lampejo do que é certo em detrimento daquilo que é errado, exceção feita somente aos portadores de doenças mentais graves.
        Nas faixas mais primitivas, o homem, por instinto, elabora o seu código de ética, em que os princípios morais constituem a regra básica da sua conduta, do seu bem viver.
        Quanto mais avançado em progresso moral o indivíduo, em consequência, mais civilizado se faz.
        Não nos referimos à civilidade decorrente dos hábitos adquiridos formalmente, mas daqueles que são conforme as leis do amor, as leis naturais, portanto, as leis de Deus.
        Eles se expressam mediante o respeito à vida em todas as suas manifestações, à natureza e à criatura, como efeito compreensível do respeito a Deus, essencial e primeiro em toda e qualquer cogitação.
        Quem assim procede torna-se homem de bem, a quem repugna o mal, tudo fazendo por evitá-lo, e, quando não o consegue, minora-lhe os resultados infelizes.
        Se já podes desculpar o ofensor, estás melhor do que ele.
        Desde que perdoas o agressor, te encontras em situação mais confortável do que a dele.
        Como procedes com natural correção, enquanto enxameiam as oportunidades do vício e da insensatez possuis a condição moral do bem.
        Constrangido à luta, porem agindo com benignidade, logras a conduta superior.
        Repartindo os dons da bondade e expressando-a em forma de generosa cooperação, mediante moedas, esforços pessoais e abnegação desinteressada, já desfrutas da condição intrínseca do bem.
        O bem não pode ser uma posição decorativa, um adorno da personalidade, e sim uma posição dinâmica, otimista, que muda as estruturas e o comportamento pernicioso que conspira e atua contra as forças vivas e pulsantes da vida.
        Não te refugies no descuramento infeliz, em relação à tua permanência no mal.
        Combate com firme decisão o estacionamento no erro, no orgulho, na paixão.
        Conquista virtudes, mas vence os vícios.
        O tempo é precioso contributo para a evolução, que não pode ser malbaratado pela acomodação, nas complexas engrenagens do mal a que te aferras.
        Sabendo discernir o bem do mal, não relaciones os erros alheios; age com acerto.
        O problema da consciência é individual. Quando esta se banha da claridade do amor sob a inspiração do bem, faz-se rigorosa para consigo mesma, desculpando os outros, que não dispunham dos valores para o crescimento conforme já ela os possuía, não aplicando a força moral para se promover na escala dos valores legítimos.
        Identifica, portanto, o bem, vivendo-o e liberando-te do mal.
(“Viver e amar”, Divaldo Pereira Franco, Joanna de Ângelis)



Posted: 05 Aug 2012 01:59 PM PDT
Heinrich Khunrath (1560-1605), fue un medico y alquimista alemán nacido en Dresde o Leipzig, durante el invierno de 1570, es muy probable que se inscribiera en la Universidad de Leipzig bajo el nombre de Henricus Conrad Lips, sin embargo está comprobado que se matriculo en mayo de 1588 en la Universidad de Basilea en Suiza, y obtiene su titulo de medico en el mismo año. Discípulo de Paracelso, practica la medicina en Dresde, Magdeburgo y Hamburgo, y pudo ocupar un puesto de profesor en Leipzig. En 1588 permanece un tiempo en la corte imperial de Rodolfo II en Praga. En 1591 se convierte en el médico personal del conde Rosemberk en Trebon y tiene contactos con Johann Thölde uno de los presuntos autores de los tratados alquímicos de “Basilio Valentin”.
Su obra más conocida es el Amphitheatrum Sapientiae Aeternae (Anfiteatro de la Sabiduría Eterna), publicada en Hamburgo en 1595, es un clásico de la literatura alquímica, que mezcla magia, filosofía natural y cristianismo. La historiadora Frances Yates la considera como el enlace entre la filosofía de John Dee y el Rosacrucismo.
La primera edición (con un título muy largo en latín), como se ha dicho data de 1595, está ilustrada con cuatro grabados circulares coloreados a mano y realzados con oro y plata que son símbolos alquímicos muy elaborados, estas planchas fueron realizadas por el grabador Paullus van der Doort y el dibujo del laboratorio alquímico es del pintor holandés Hans Vredeman de Vries, que utiliza para su realización la perspectiva lineal de la cual es uno de los pioneros. El portarretrato del autor que acompaña a la obra es de Jan Diricks van Campen. De esta primera edición no quedan más que tres ejemplares originales en las bibliotecas de las universidades de Bâle, Darmstadt y Wisconsin.
La obra se reedita en una versión más extendida en la cual trabajaba el autor en el momento de su muerte en 1605, y fue finalmente publicada en Hanau en 1609 por su discípulo Erasmus Wolfart. Esta reedición añade 5 grabados rectangulares mas representando escenas alegóricas al tema de la obra.
Khunrath representa las tensiones propias de finales del siglo XVI. Siguió las creencias de Paracelso en la iniciación divina a la sabiduría, trabajó para desarrollar la magia natural cristianizada, trató de encontrar el secreto de la materia principal que llevaría a la humanidad a la sabiduría eterna. Sin embargo, llevó a cabo la experiencia y la observación para la base de su trabajo como lo haría un filósofo de la naturaleza.
Su visión no fue compartida por la mayoría de los filósofos de la naturaleza de su tiempo. Él creía ser un adepto de la alquimia espiritual, y como tal, esperaba que el camino hacia la perfección espiritual fuera un proceso de múltiples etapas e intrincado. Sin duda el lenguaje que utilizo para describir el proceso suena extraño a los oídos modernos.
La edición de 1609 de la obra la encuentran en Internet Archives con el titulo Amphitheatrvm sapientiae aeternae : solius verae, christiano-kabalisticvm, divino-magicvm, nec non physico-chymicvm, tertrivnvm, catholicon, publicada en Hanau como hemos dicho anteriormente, los grabados son en blanco y negro y el texto en latín. ENLACE .
La University of Wisconsin en su Special Collections da acceso en línea a la primera edición de 1595, con los grabados circulares coloreados a mano ENLACE , pulsen sobre las imágenes y de nuevo debajo donde dice “Click here for a 1750 pixel width image”, observen también que en la columna de la derecha del enlace anterior, a continuación de cada dos imágenes si pulsan donde dice “Text” tienen acceso al texto de los emblemas detallado (en latín) . Y un facsímil igualmente ampliable a muy buena resolución del texto de la obra ENLACE .
A continuación les expongo las 4 imágenes circulares de la edición mencionada en el párrafo anterior. Muy importante, para verlas bien picar sobre las laminas y una vez en el servidor acceder al tamaño original.

001- Laboratorio alquimico-Amphitheatrum sapientiae aeternae-1595- Heinrich Khunrath- © 1999-2000 by the Board of Regents of the University of Wisconsin Syste

002- Laboratorio alquimico detalle central-Amphitheatrum sapientiae aeternae-1595- Heinrich Khunrath- © 1999-2000 by the Board of Regents of the University of

003- Hermafrodita-Amphitheatrum sapientiae aeternae-1595- Heinrich Khunrath- © 1999-2000 by the Board of Regents of the University of Wisconsin System

004-- Hermafrodita detalle central-Amphitheatrum sapientiae aeternae-1595- Heinrich Khunrath- © 1999-2000 by the Board of Regents of the University of Wiscons

005- El cuatro el tres el dos y el uno-Amphitheatrum sapientiae aeternae-1595- Heinrich Khunrath- © 1999-2000 by the Board of Regents of the University of Wis

006- El cuatro el tres el dos y el uno detalle central-Amphitheatrum sapientiae aeternae-1595- Heinrich Khunrath- © 1999-2000 by the Board of Regents of the U

007- La rosa cosmica-Amphitheatrum sapientiae aeternae-1595- Heinrich Khunrath- © 1999-2000 by the Board of Regents of the University of Wisconsin System

008-- La rosa cosmica detalle central-Amphitheatrum sapientiae aeternae-1595- Heinrich Khunrath- © 1999-2000 by the Board of Regents of the University of Wisc

Las imágenes tienen copyright a favor de la biblioteca fuente, y como siempre se exponen aquí a titulo pedagógico y para ningún otro uso sin autorización expresa de la University of Wisconsin.
Veamos ahora de la edición de 1609 que se encuentra en Internet Archives y cuyo enlace indique más arriba, algunas de las láminas que no figuran en la primera edición (salvo el portarretrato).

009- Portada-Amphitheatrvm sapientiae aeternae…-1609- Heinrich Khunrath

010- Portarretrato del autor-Amphitheatrvm sapientiae aeternae…-1609- Heinrich Khunrath

011- Primer grabado rectangular vertical-Amphitheatrvm sapientiae aeternae…-1609- Heinrich Khunrath

En la obra este grabado figura en dos páginas individuales, he intentado unirlas lo mejor posible.

012-Primer grabado rectangular horizontal-Amphitheatrvm sapientiae aeternae…-1609- Heinrich Khunrath

013-Segundo grabado rectangular horizontal-Amphitheatrvm sapientiae aeternae…-1609- Heinrich Khunrath

014-Tercer grabado rectangular horizontal- Tabla esmeraldina-Amphitheatrvm sapientiae aeternae…-1609- Heinrich Khunrath

015-Cuarto grabado rectangular horizontal-Amphitheatrvm sapientiae aeternae…-1609- Heinrich Khunrath

He corregido contraste y nitidez de los originales.

Saludos.




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DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO



Rino Curti, no livro Desenvolvimento Mediúnico da Escola de Educação Mediunica, Tomo 2, Vol. 2, Curso Complementar - 2° Semestre Edições FEESP - 1ª edição - 1982.

1 - CRESCIMENTO ESPIRITUAL

O comportamento humano depende da fixação da mente nas zonas do subconsciente, consciente e superconsciente. E que o desenvolvimento harmônico do indivíduo se efetua quando, conhecendo-se a si próprio, avaliando a própria personalidade e as tendências, na zona do subconsciente, se fixa objetivos altos, pela elevação dos pensamentos, pelo estudo, a meditação, a reflexão, a oração, enfim pela fixação da mente no próprio superconsciente, e transforma em conquistas, pela ação, as metas colimadas, automatizando-as no comportamento.

A conquista assim se efetua: na intimidade elegemos os interesses que nos despertam a emotividade e que se transformam em desejos pelos quais se manifestam as nossas tendências (Rino Curti: Espiritismo e Evolução, Cap. 4). Pela vontade frenamos a impulsividade que elas despertam e, no interregno, damos margem … reflexão, que põe em jogo todas as faculdades de espírito: a intuição, a reflexão, a associação de idéias... com o que elaboramos as concepções sobre as quais assentamos a ação. A seguir, pela vontade agimos e provocamos efeitos, influências, em nosso derredor, que avaliamos.

Como no aprendizado para guiar um carro. Mentalizamos uma ação, a efetuamos e obtemos um resultado. Se não adequado, estimamos o erro e repetimos o processo; efetuamos nova ação, que sempre avaliamos, assim procedendo, até que o nosso proceder se torne o desejado, o que convém à nossa adaptação, às novas circunstâncias. Na figura damos a imagem de como o processo tende ao que se pretende.

Uma vez a meta alcançada, nosso ser automatiza o comportamento, Rino Curti: Espiritismo e Evolução, Cap. 4); está efetuada a conquista, e fica a mente liberada para a realização de outra.

E assim que, revelando as tendências, nos tornamos comerciantes, industriários, artesões, artistas, profissionais, cientistas, filósofos, sacerdotes etc... Acrisolando nossas faculdades no esforço, na disciplina, no aprendizado, na adaptação prolongada até alcançarmos o que nos propomos, é que crescemos, progredimos espiritualmente.
2 - PREPARAÇÃO PARA O TRABALHO MEDIÚNICO

É notório que a preocupação constante com o sexo, a bebida ingerida com freqüência, o excesso de alimentação, de comodidades, enfraquecem-nos para o trabalho, para as atividades físicas e mentais. Um almoço lauto, regado a bebidas alcoólicas, num dia de trabalho quase nos inutiliza para a tarde. A bebida diária embota a mente. Os prazeres continuados aniquilam as energias, produzindo cansaço e fastio, qualquer que seja nosso mister, nossa profissão. Um cirurgião fica com as mãos a tremer um compositor rompe a ligação com a musa, o estudioso é vencido pela sonolência.

O médium não é diferente dos outros. Ele possui uma sensibilidade mais aguçada em determinado campo de percepções, que não são obtidas através dos sentidos.

Para que possamos entender melhor o assunto, estudemos o que conta André Luiz em (Missionário da Luz, Cap 1 e 2). Ele narra de uma reunião mediúnica em que o número maior de pessoas presentes era constituído de desencarnados: muitos sofredores.

O trabalho era disciplinado e a entrada controlada.

Os desencarnados permaneciam em "concentração do pensamento, elevado a objetivos altos e puros". Isto é, a mente fixada ou atuando no superconsciente.

“Cada qual emitia raios luminosos... (que) estabeleciam uma corrente de força ... (corrente esta) que despejava elementos vitais . . . benéficos para os infelizes...”

Havia "...seis comunicantes prováveis... mas apenas um médium em condições de atender... (este) somente receberá o que se relaciona com o interesse coletivo...”.

"...Nos serviços mediúnicos preponderam os fatores morais o médium necessita clareza e serenidade, como o espelho cristalino de um lago... as ondas de inquietude perturbariam a projeção de nossa espiritualidade sobre a materialidade terrena.”

O médium não é um simples aparelho. Tem livre-arbítrio. Para o intercâmbio deve entregar-se voluntariamente, com o espírito de renúncia “...abnegação e humildade...”.

“...calar para que outros falem; dar de si próprio, para que outros recebam..." sem o que "...não poderia atender aos propósitos edificantes." Assim como o artista que, para tocar, deve dobrar o próprio físico de modo a poder conduzi-lo para esse fim.

Certamente que "...é responsável pela manutenção dos recursos interiores: a tolerância, a humildade, a disposição fraterna, a paciência, o amor cristão...”, assim como o jogador de xadrez precisa manter a concentração, a habilidade de arquitetar jogadas, a persistência, a paciência. Apenas, no relacionamento com o plano espiritual, o médium recebe cooperação mais intensa dos espíritos, para sustentar-se.

O caso em questão era a psicografia. “A transmissão da mensagem não será simplesmente tomar a mão. Há processos intrincados, complexos.”

Examinando o corpo do intermediário verificou principalmente a iluminação das glândulas, do sistema nervoso pelo qual circulavam "...energias recônditas e imponderáveis..." e "...a epífise emitia raios azulados e intensos."

Da mesma maneira que para transmitir mensagem pelo rádio demanda toda uma organização e trabalhos especializados, analogamente - “Transmitir mensagens de uma esfera para outra, no serviço de edificação humana... demanda esforço, boa vontade, cooperação e propósito consistente... o serviço não é automático...”

Primeiro, o intermediário: necessita de preparação espiritual incessante. Segundo, a atividade do plano espiritual, cuja "cooperação magnética é fundamental."

No intermediário, o papel da epífise: "através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares..." à esfera extrafísica.

“...na epífise ...reside o sentido novo dos homens... (que) ...na grande maioria... dorme embrionário."

No plano espiritual as providências antecipadas: “...antes da reunião, o servidor ‚ objeto de... atenção... para que os pensamentos grosseiros não lhe pesem no íntimo."

No caso, o servidor foi ambientado, assistido, fortalecido no sistema nervoso para o não comprometimento da saúde, com providências para atender o dispêndio de reservas nervosas.

Após a preparação, uma entidade foi autorizada a comunicar-se, com a recomendação de evitar particularismos pessoais. Postando-se ao lado do médium as irradiações mentais de ambos se entrelaçaram. O orientador, atuando sobre os lobos frontais do médium ultimou a condição adequada e a psicografia pôde iniciar.
3 - A EPÍFISE OU GLÂNDULA PINEAL

Enquanto isso, André Luiz passou a observar melhor o médium, cuja epífise começou a apresentar luz crescente.

"A glândula minúscula transformara-se em núcleo radiante... Sobre o núcleo... caiam luzes suaves, de mais Alto, reconhecendo eu que ali se encontravam em jogo vibrações delicadíssimas."

Surpreendera-se André Luiz porque, como médico na Terra, a epífise deveria ter atribuições circunscritas ao controle sexual, no período infantil. Após isto, seria sucedida pelas glândulas genitais.

Aliás, só há pouco tempo sabe-se da importância do cérebro; e o que dele se conhece, hoje (Rino Curti no livro Dor e Destino, Cap. III), ainda é muito pouco.

Pela literatura cientifica reconhece-se que a glândula pineal, corpo pineal ou epífise é "um órgão cônico... de 8 por 5 mm... localiza-se... acima do teto do diencéfalo...”.

“...Apesar da grande quantidade de literatura... seu papel como órgão endócrino‚ ainda controvertido... agiria sobre algumas funções hormonais...

Estudos mais recentes... sugerem que a pineal não é uma glândula no sentido tradicional, mas... converte um impulso neural em descarga hormonal." (Junqueira e Carneiro: Histologia Básica, Cap. 20).

Um estudo situando o conhecimento atual sobre a pineal foi apresentado, em (Marlene R. S. Nobre: Folha Espírita, Julho de 1981),

Alexandre, (André Luiz: Missionários da Luz, Cap. 20), esclarece a André Luiz que a epífise "... é a glândula da vida mental... acorda na puberdade as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre."

Apenas, ainda não é bem conhecida nos meios terrenos.

“...no período do desenvolvimento infantil... parece constituir o freio às manifestações do sexo...

Aos catorze anos... recomeça a funcionar no homem reencarnado... é fonte criadora e válvula de escapamento... reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos."

E reexaminar, não é ver o desenrolar-se de um filme, mas é viver novamente as emoções e impulsos associados ao conteúdo, acarretando manifestações de comportamento. Daí a importância da educação e da responsabilidade do meio familiar. Se nesses momentos a criatura não tiver reconstruído valores, se fortalecido para a renovação dos embates, na orientação e no exemplo dos pais, falirá.

Como em tudo vemos, no homem, sempre a recapitulação de suas fases anteriores. Ao reencarnar, recapitula a evolução das espécies; na infância, desde o nascimento, a vida mental das primitivas reencarnações até à atual; a partir dos catorze, as experiências adultas em relação à sexualidade. E esta é uma observação da mais alta importância quando se queira examinar a problemática sexual da juventude, que não pode ser caracterizada apenas em termos de virtude ou pecado, mas requer o concurso da compreensão profunda acerca do subconsciente, em que o psicólogo, o psiquiatra, o neurologista, têm um imenso território a desvendar.

A epífise “preside aos fenômenos nervosos da emotividade... Desata os laços... que ligam as existências umas as outras...”, isto é, afrouxa o determinismo das conseqüências que os automatismos sustentam na nossa personalidade “...e deixa entrever a grandeza das faculdades criadoras...”. Controla “as glândulas genitais... demasiadamente mecânicas”. É manancial de forças magnéticas de “unidades de força...” que poderíamos chamar de “hormônios psíquicos...”. Por segregar energias psíquicas como canal direto de comunicação entre o corpo espiritual e o físico, “...conserva ascendência em todo o sistema endocrínico...”, o sistema químico de controle, (Rino Curti: Dor e Destino, cap. V). “Ligada à mente... comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade”.

Já dissemos que, submetidos aos estímulos, se nos manifesta a impulsividade que, pela vontade, é frenada para dar margem à reflexão. Digamos que as ordens da vontade se transmitem através delas.

Pelas redes nervosas comanda “...os suprimentos de energias psíquicas a todos os armazéns autônomo dos órgãos... suas atribuições são extensas e fundamentais. Na qualidade de controladora do mundo emotivo, sua posição na experiência sexual é básica e absoluta. Entretanto a viciamos, agora ou no pretérito, pela veiculação de forças aviltadas nos desregramentos emocionais, a serviço do prazer inferior, que nos atrela a recapitular experiências lamentáveis e a resgatar compromissos. Em lugar de podermos expandir nossas faculdades criadoras, para a obtenção de aquisições abençoadas e puras permanecemos atrelados a “dolorosos fenômenos de hereditariedade fisiológica” destinados a restabelecer o reajuste de nossa personalidade. E uma vez viciada, mesmo que a mente busque a elevação, se apresenta como um órgão doente, incapaz de responder de imediato ao comando de uma influenciação mais nobre. Canais de controle, de comunicação, de comando, se empobrecidos, seja do corpo físico, exigem um tempo de reabilitação, por vezes, demorado e penoso.”

Esta é uma das razões pelas quais não nos libertamos dos vícios e maus hábitos tão facilmente. É significativa a imagem dada pelo Irmão X: pagamos a varejo o que compramos por atacado. E no capítulo de nossas experiências anteriores, recomeçamos a edificar a partir do ponto em que ficamos: triste ou venturoso. Daí a importância, novamente da educação bem conduzida e a enorme responsabilidade dos pais.

“A perversão do nosso plano mental consciente...” responsável por nossas ações infelizes, “...determina a perversão de nosso psiquismo inconsciente, encarregado da execução dos desejos e ordenações mais íntimas, na esfera das operações automáticas...” porque redesperta ou sustenta forças íntimas de caráter pervertido, responsáveis por novas quedas e reincidências no monodeísmo.

“A vontade desequilibrada desregula o foco de nossas possibilidades criadoras...”, porque em vez de frenar impulsos para submetê-los à burilada do discernimento, visando a sublimação perseguida pelo superconsciente, os deixa prosseguir para uma manifestação incontrolada.

“Daí procede a necessidade de regras morais para quem, de fato, se interesse pelas aquisições eternas nos domínios do Espírito. Renúncia, abnegação, continência sexual e disciplina emotiva não representam meros preceitos de feições religiosas. São providências de teor científico, para enriquecimento efetivo da personalidade... Centros vitais desequilibrados obrigarão a alma à permanência nas situações de desequilíbrio...

...pela primeira vez, ouvia comentários sobre consciência, virtude e santificação, dentro de conceitos estritamente lógicos e científicos no campo da razão”.

A epífise é um órgão que, sob o comando da mente, produz “unidades-força” ou substâncias, portadoras de potenciais eletroquímicos, benéficas, se aproveitadas para “o serviço de iluminação, refinamento e benefício da personalidade”; tóxicas, se retida nos “desvarios de natureza animal, qual imã relaxado entre as sensações inferiores de natureza animal.”

Na mediunidade, desde que as forças estejam equilibradas “intensifica o poder de emissão e recepção de raios” da esfera dos encarnados. Daí ser “indispensável cuidar atentamente da economia de forças, em todo o serviço honesto de desenvolvimento das faculdades superiores.” Como ela produz forças que não podem ser acumuladas, alguns fomentam a prática do esporte, como meio valioso para a preservação dos valores orgânicos, da saúde. Mas trata-se de medida incompleta e defeituosa pois, às vezes, é providência para expansão de paixões menos dignas.

Poucos entendem “a necessidade de preservação das energias psíquicas para o engrandecimento do Espírito eterno... esquecidos de que Jesus ensinou a virtude como esporte da alma...”. Daí o valor da renúncia, pois ela se assenta na lei da elevação pelo sacrifício...”.

A sangria estimula a produção de células vitais, na medula óssea; a poda oferece beleza, novidade e abundância nas árvores. O homem que pratica verdadeiramente o bem, vive no seio de vibrações construtivas e santificantes da gratidão, da felicidade, da alegria. Não é fazer teoria de esperança. “É princípio científico, sem cuja aplicação, na esfera comum, não se liberta a alma...”

Compreendia André Luiz a influenciação da epífise “no sexo... e a longa tragédia sexual da Humanidade... o porque dos dramas... as aflições... as ansiedades... o cipoal do sofrimento...

...E o homem... sempre inclinado a contrair novos débitos, mas dificilmente decidido a retificar ou pagar.”

Não que não se deva atender aos reclamos naturais do corpo, em particular do sexo; mas “distinguir entre harmonia e desequilíbrio, evitando o estacionamento em desfiladeiros fatais.”