quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Flexibilidade – o comportamento fundamental

Quando falamos em flexibilidade, falamos sobre a capacidade de adaptar-se a diferentes realidades, transitando em qualquer área da organização, contribuindo de uma maneira intensa e produtiva, independentemente da situação ou do perfil dos pares de trabalho.
Analisando dessa forma, vemos que é um comportamento fundamental, pois lidamos o tempo todo com diferentes gerações e perfis, além de encarar as constantes mudanças do mercado. Só consegue considerar a necessidade de adquirir um novo comportamento e prosperar no desenvolvimento próprio quem é flexível. Rigidez não combina com desenvolvimento.
Então, chegamos à conclusão de que a flexibilidade é uma oportunidade para o profissional? Sim, mas gostaria de apresentar-lhe outro lado desse comportamento.
O ser humano é adaptável. Isso é fato! Conseguimos nos adaptar a mudanças climáticas, ao aumento da carga tributária, a qualquer cenário novo no qual somos envolvidos. Nós somos dessa maneira, funcionamos assim. E aí mora o perigo: adaptamo-nos e, nessa adaptação, criamos a nossa zona de conforto.
Vamos exemplificar: imagine um profissional que durante anos foi comprometido com a empresa, envolvido, e que sempre produziu grandes resultados. Porém, a companhia passou por algumas mudanças e ele não conseguiu se entender com o novo chefe, o qual possui dificuldade em reconhecer os méritos dos funcionários. E isso fez que o trabalho do colaborador perdesse o sentido, pois reconhecimento para ele era muito importante.
Provavelmente, esse profissional trabalhará desmotivado e não renderá mais os resultados de antes. Encontrará diversas formas de enforcar o trabalho e não se envolverá como deveria. Consequentemente, essa nova realidade reduzirá o estresse e aparentemente ele estará mais tranquilo, pois tirou um peso das costas – a responsabilidade.
Essa é a grande ameaça para a flexibilidade. Quando começamos a fazer desse novo cenário a nossa zona de conforto – e um grande profissional poderá gostar de ser um funcionário “mais ou menos” – é perfeitamente possível que ele internalize esse novo comportamento e faça dele o seu novo perfil profissional. Cuidado!
Às vezes você está desempregado e pensa: “Vou descansar alguns meses e depois começo a procurar um emprego”. Você pode se adaptar a essa nova realidade e nunca mais ser o mesmo, pois o sofá pode ser muito mais atraente que o trabalho.
“O maior inimigo do sucesso em longo prazo é o sucesso em curto prazo!”. Uma frase que constata como é complexa a situação de acomodação. Muitos profissionais começam a fazer sucesso, entram na zona de conforto, adaptam-se a ela e não inovam. E o resultado nós já conhecemos.
A conclusão a que pode-se chegar é que a flexibilidade é uma ameaça para o profissional? Sim, caso ele se adapte a uma realidade que não o levará a lugar algum; mas é também uma oportunidade quando utilizada para encarar as constantes mudanças do mercado e do mundo globalizado.
Portanto, cabe a você utilizá-la contra ou a seu favor! Termino este artigo com uma frase do compositor Gabriel, O Pensador: “Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo!”.
Alexandre Prates é especialista em liderança, desenvolvimento humano e performance organizacional. É também master coach, palestrante e autor do livro A reinvenção do profissional – Tendências comportamentais do profissional do futuro e da metodologia de coaching Inteligência potencial.
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