Stephanie D’Ornelas
Um novo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que
países ricos tendem a ter maiores taxas de depressão do que as nações de
baixa renda.
Uma equipe de pesquisadores analisou amostras representativas de
pessoas de 18 países nos cinco continentes, totalizando 90 mil pessoas,
avaliando seus históricos de depressão.
O estudo estima que a proporção de pessoas que já tiveram um episódio
de depressão clínica na vida é de 15% nos países em que as pessoas tem
alta renda e 11% em países de baixa renda. Enquanto a França (21%) e
Estados Unidos (19%) tiveram as taxas mais elevadas, a China (6,5%) e o
México (8%) apresentaram os índices mais baixos.
Não está claro o motivo das discrepâncias, mas deve-se levar em
consideração o fato de que a riqueza e a felicidade são conceitos
relativos.
Na maior parte dos países ricos, parece que aonde quer que você vá,
sempre existem pessoas que são melhores do que você. Ter uma renda
elevada não significa, necessariamente, viver em um ambiente sem pressão
ou estresse.
Além disso, os países mais ricos também tendem a ter grandes níveis
de desigualdade de renda, o que tem sido associado a maiores taxas de
depressão, entre outras doenças crônicas.
Comparar taxas de depressão entre diferentes países é uma tarefa
difícil, porque os participantes das pesquisas podem ser influenciados
por normas culturais, já que nem todos os países aceitam problemas
mentais e depressão como doenças que devem ser tratadas.
A depressão é um tabu na sociedade japonesa, por exemplo, que tem uma
das maiores taxas de suicídio (embora as taxas de depressão no país
tenham sido de três a quatro vezes inferiores às dos EUA).
As diferentes faixas etárias também interferem nos índices de
depressão, dependendo do nível de riqueza do país. Os adultos mais
velhos em países de alta renda, por exemplo, geralmente tem menores
índices de depressão do que os jovens. Essa tendência é revertida nos
países mais pobres, onde a vida de um idoso pode envolver maiores
problemas e falta de assistência.
As descobertas do estudo da OMS podem ajudar os países a identificar
as faixas de maior risco do desenvolvimento de depressão na população,
sejam os idosos na Ucrânia ou as jovens mulheres divorciadas no Japão.
Com isso, o tratamento da doença poderá ser facilitado. [CNN]
http://hypescience.com/
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