Adolescentes recolhidos em ações de combate ao crack são dopados em abrigos da prefeitura, diz relatório
Menores de idade recebem medicamentos chamados sossega leão
Osvaldo Praddo / Agência O Dia / 17.01.2012
O documento foi elaborado pelos conselhos regionais de Psicologia e Serviço Social, o Núcleo de Direitos Humanos da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica), o Grupo Tortura Nunca Mais e a ONG Projeto Legal, além da Comissão de Direitos Humanos e de organismos de prevenção e combate à tortura da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
As conclusões de psicólogos e assistentes sociais foram baseadas em visitas realizadas em maio a quatro abrigos que são administrados por uma única ONG (Organização Não Governamental). De acordo com a comissão do relatório, a instituição é questionada pelo Tribunal de Contas do Município por seus contratos com a prefeitura, que somam R$ 67 milhões somente na gestão de Eduardo Paes.
A medicalização descontrolada é um dos problemas encontrados pela comissão de visitas. As equipes foram informadas que os menores de idade abrigados tomam, por padrão, quatro tipos diferentes de medicamentos diariamente, além de injeções compostas por Haldol e Fenergan – os chamados SOS ou sossega leão. O uso desses remédios caracterizaria a prática contenção química das crianças e adolescentes. Além disso, constatou-se que os mesmos medicamentos são usados na mesma dosagem em jovens de diferentes idades e complexões físicas, sem considerar aspectos psicológicos e socioculturais.
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