Chefe da Agência para Refugiados Palestinos encoraja Brasil a ‘aumentar seu papel’ no Oriente Médio
17 de agosto de 2012 ·
Filippo Grandi,
Comissário-Geral da UNRWA, fez uma visita de cinco dias ao país e
convidou o Brasil a se tornar o primeiro país latino-americano a
integrar conselho consultivo da Agência da ONU. Ele agradeceu o
crescente apoio brasileiro.
O Comissário-Geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA),
o italiano Filippo Grandi, tornou público hoje (17) o convite feito ao
Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, para que o
país participe do Conselho Consultivo da UNRWA. “Enquanto membro o
Brasil terá voz sobre o modo de funcionamento da UNRWA e assumirá outro
patamar na discussão da paz no Oriente Médio”.
O Comissário-Geral visita o Brasil desde a segunda-feira (13) em
agradecimento ao aumento das doações do país aos trabalhos da Agência.
Ele esteve em São Paulo, Brasília, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Segundo o Coordenador Geral de Ações Internacionais de Combate à Fome
do Itamaraty, Ministro Milton Rondó Filho, em 2010 o Congresso
brasileiro aprovou lei para repasse de 25 milhões de reais para a
reconstrução de Gaza, disponibilizado em nome da UNRWA. Em 2011, houve o
primeiro desembolso, no valor de 1 milhão de dólares, enquanto em 2012
foram entregues 7,5 milhões de dólares. “Vim ao Brasil agradecer
publicamente as doações e discutir sobre como seria possível fazer esse
apoio o mais regular possível”, disse Grandi.
O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa no Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio),
em que Grandi explicou que a decisão de se tornar membro efetivo
depende do próprio governo e precisa ser aprovada pela Assembleia Geral
da ONU. “Estou encorajando o Brasil a aumentar o seu papel no trabalho
da UNRWA em termos financeiros e de políticas”.
Atualmente 23 países participam
do Conselho Consultivo da Agência, que tem um custo anual de 1,2 bilhão
de dólares e um subfinanciamento que varia entre 10% e 20% para os
programas de ajuda humanitária. Os principais doadores são Estados
Unidos, os países da União Europeia, Japão, Austrália, os países árabes e
aqueles que recebem os refugiados palestinos.
Acesse a íntegra da coletiva abaixo:
Projetos do RJ, RS e SP e DF
Durante a coletiva, Grandi também falou do resultado de encontros com
representantes dos governos do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande
do Sul. De acordo com ele, esses estados oferecem experiências nas áreas
de segurança, saúde e agricultura que podem ser replicadas em projetos
da UNRWA.
“O Brasil é um exemplo para países doadores tradicionais e outros que
estão emergindo no cenário global que, na minha opinião, deveriam
assumir um papel maior na solidariedade e cooperação internacionais”,
disse ele em referência aos países membros dos BRICS – grupo de países
formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e da América
Latina.
Além de Filippo Grandi e Milton Rondó Filho, participou do encontro com a imprensa o Diretor do UNIC Rio, Giancarlo Summa.
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