quarta-feira, 1 de abril de 2009

Obsessão

Estes são alguns sinais que sugerem existência de obsessão: inquietação, desgosto, atitude insubmissa, remorso íntimo, sem saber de que; busca de algo ignorado; tristeza sem motivo aparente; pranto fácil; pensamentos deprimentes constantes e pessimismo; coceiras generalizadas; tiques; idéias fixas; preocupações insistentes com a morte; pressentimentos maus, constantes; distrações e "desligamentos" além do comum; mente acelerada, trabalhando sem descanso; cansaço excessivo, sem razões orgânicas; sentimentos e impulsos de ódio ou mesmo de antipatias gratuitas; palavrório inútil; conversa sem nexo; assuntos que se emendam uns aos outros sem concluir nenhum, etc.


Há processos conscientes e
inconscientes de Obsessão.



Quando criaturas desconhecedoras da vida espiritual desencarnam, em geral permanecem no ambiente doméstico e apegam-se a algum familiar que lhes dê "hospedagem". Não sabendo que desencarnaram, mas sentindo dentro de si um vazio inexplicável, uma sensação estranha de falta de peso, "encostam-se" em alguém. Ao fazê-lo, cessa-lhes a tontura e o desconforto. Todavia, enquanto o desencarnado se sente melhor, o encarnado passa a se sentir mal, com tonturas, perdas de equilíbrio, além da sensação inexplicável de fraqueza. Pudera! É porque está dividindo suas energias fluídicas e físicas com o Espírito...
Um Espírito no Retrato

Pessoa conhecida possuía, até há pouco uma fotografia antiga mostrando o Espírito de uma avó junto da neta encarnada, a qual estava para ser acometida, naquele instante, de mais um de seus habituais "ataques" (surgidos a partir da desencarnação da velhinha). A moça gritara ao fotógrafo para que batesse a chapa uma vez que estava se sentindo mal e iria logo sofrer o "ataque tipo epilético". Na chapa sai impressa a figura da avó agarrada à neta. É evidente que a senhora em questão não sabia o que se passava, julgando-se ainda viva.
Há outros casos de perturbações inconscientes. Como por exemplo situações de auto-obsessão, quando os próprios encarnados, viciados na emissão de pensamentos deprimentes, atraem inúmeras entidades para sua aura.
Além disso, nem todos os Espíritos que consideramos prejudiciais pretendem fazer o mal. Há mesmo os bem intencionados, os bondosos que, sem o perceberem, podem, no entanto, causar prejuízos. Nesse rol incluiríamos aqueles que esgotam fluidicamente o médium. Nessa conjuntura, a Entidade permaneceria ligada dia e noite ao medianeiro, sob o pretexto de orientação espiritual, de conversação amiga, numa simbiose inconsciente.
Matriculando-se numa Escola de Educação Mediúnica, num bom Centro Espírita, por exemplo, não só o portador desse desequilíbrio obsessivo compreende sua situação de medianeiro vampirizado, quanto o Espírito também, por ir às aulas com seu amigo encarnado, acaba por compreender sua posição esdrúxula e afasta-se, para não mais lesar o médium.
Mas quem seriam os deliberadamente perturbadores?
Encontramos nas obras dedicadas ao assunto uma lista de tipos de perseguidores espirituais que podem causar obsessões.
Eles estariam tanto entre Espíritos invejosos, que não toleram ver a felicidade alheia, quanto com Espíritos que no passado praticaram crimes de parceria com o encarnado e agora vítima, ligando-se a este por laços mentais e magnéticos. Ora o primeiro, ora o segundo passa a ocupar o papel de perseguidor, de acordo com sua condição de desencarnado.
A lista continua, apontando Espíritos vingativos, quando foram as vítimas infelizes do atual encarnado; bem como "gangs" do Espaço, malfeitores que perseguem principalmente antigos companheiros de banditismo, que fugiram de sua influência, aceitando a reencarnação sacrificial e redentora; além de Espíritos de outras correntes religiosas, ainda fanatizados e, portanto, em desequilíbrio. Estes perseguem, de preferência, servidores espíritas; a lista inclui entidades em desequilíbrio intenso que absorvem o negativismo de doentes mentais e se lançam contra os mesmos, colocando-os em situação difícil.
Quando os processos obsessivos são conscientes, os perseguidores sabem como obsediar.
________________________________

Quando inconscientes, a Entidade não conhece sua situação de "morto", muito menos de alguém que esteja prejudicando outro.
________________________________

Geralmente leves, registram-se no entanto, vez ou outra, ocorrências de bastante gravidade, que podem levar o encarnado até a morte (como nos casos de vampirização).
Vampirismo em Seqüência

Tenho anotado nos meus arquivos o caso de uma família cuja odisséia parece enquadrar-se num caso inconsciente de vampirização.
Após a morte de uma jovem que se acidentou (ou teria sido suicídio?), caindo do 10º andar de seu edifício, seu genitor arrastou moléstia insidiosa por mais ou menos 5 anos, diagnosticada como leucemia.
Mal desencarnou, caiu doente e com o mesmo diagnóstico a mãe (e viúva do novo desencarnado), a qual gozara de boa saúde até então.
Não durou 2 meses e também sucumbiu. A terceira vítima (e última, pois ninguém mais restara da família) esteve também desenganada pelos médicos, mas foi salva a tempo. Tratava-se da filha mais velha, por cuja salvação movimentou-se meio mundo em orações e providências várias, principalmente de caráter espiritual.
Como percebemos, o Espírito vampirizador mudava de hospedeiro a cada novo óbito.
Métodos e Processos

____________________________________________
São vários os métodos e processos utilizados por perseguidores conscientes. O mais comum deles é o hipnotismo.
________________________________

Há também a sugestão telepática. Além desses, registra-se o roubo fluídico (muito semelhante, em termos de processo, ao fato relatado anteriormente). Tal transgressão deixa o indivíduo exausto, leva-o ao desânimo. Poderia culminar na morte do médium, dependendo da persistência do atacante e da resistência orgânica do perseguido, levando-se em conta o fator tempo. Quanto mais cedo descoberta a fraude da entidade, explorando o médium obsediado, mais chances este teria de reação e restabelecimento.
Por sua vez, a hipnose se faz sentir principalmente na subjugação moral, quando o perseguido termina por perder sua vontade. Pode então, ser arrastado a um comportamento altamente lesivo, tornando--se cruel, despótico, capaz de cometer desmandos e até mesmo crimes.
Contudo, deve atentar-se para este fato: embora tenha havido perda da vontade, permanece a parcela de responsabilidade da vítima, pois dificilmente e Espírito subjugador conseguiria tais excessos junto de uma criatura evangelizada.
A hipnose faria vítimas também quando se tratasse de subjugação corporal ou física. Nesse caso, o perseguido seria levado a executar movimentos e gestos involuntários, como se fosse um teleguiado ou autômato.
Kardec cita o exemplo de um cidadão de sua época, o qual, em plena consciência, sentia-se obrigado a ajoelhar-se diante de mulheres que nem conhecia. Tido como louco, na realidade era vítima de subjugação corporal.
Aliás, para os doentes mentais (mesmo), Instrutores do Espaço aconselham, ao lado do tratamento médico indispensável, a assistência espiritual nos bons núcleos doutrinários e a ação ordenada e inteligente do grupo familiar no sentido da evangelização de todos, além dos recursos da higienização mental, para promover a subida do padrão vibratório do lar.
Com estas medidas, com freqüência, consegue-se evitar em grande número de casos, um internamento definitivo do doente.
Lares evangelizados são fortalezas resistentes a esse tipo de ação obsessiva.

___________________________________
O Culto do Evangelho no Lar é recomendado também, por isso, a todas as famílias, em especial àquelas que abrigam já algum de seus membros em desequilíbrio.
E as obsessões Coletivas?

Kardec explicou-as muito bem: o que faz um Espírito a uma pessoa, muitos Espíritos podem fazê-lo a muitas pessoas.
Há ocasiões em que os desastres, crimes e suicídios aparecem numa mesma, grupos associados ou cidades inteiras. Comenta-se sobre maldição, feitiço, justiça superior etc. No entanto, em tais casos será conveniente pensar na possibilidade de um processo obsessivo coletivo. Os menos resguardados vibratoriamente são os que mais rapidamente sucumbiriam.
Outro tipo de obsessão coletiva que se exerce no plano do intelecto é o da fascinação. Crenças absurdas e perigosas sào defendidas por grupos inteiros, por sugestão de Entidades malévolas, pondo seus associados sob verdadeiro perigo. Voltaremos ao assunto mais à frente.
As obsessões têm cura?

Nem todas podem ser curadas, mas há também muita confusão sobre o assunto. Com freqüência certos achaques estariam sendo interpretados como sinais de obsessão, quando, na realidade, não passariam de sintomas de doenças orgânicas. Nessa conjuntura, as pessoas precisam muito mais de médico do que propriamente de desobsessão. (E quem nos ensina isto, sabe do que fala: trata-se de André Luiz).


O que pode levar à obsessão?

A primeira das respostas aqui está: A Mediunidade sem conhecimento, sem vigilância e sem evangelização.
Conseqüência da evolução humana, a sensibilidade mediúnica vem chegando a todos. Algumas "faculdades" apresentam-se com suavidade, com fenômenos leves e até mesmo gentis. Como para aquela senhora, católica fervorosa, que ouve costumeiramente a voz amiga e encorajadora de seu protetor espiritual dizendo-lhe frases e conceitos elevados junto ao ouvido.
Já outras poderão eclodir com exigências intempestivas, provocadas pela ação de Entidades também em desequilíbrio, pondo em má situação seu portador que, após as ocorrências desabonadoras, certamente se sentirá vexado, podendo até perguntar-se: "Estarei ficando louco?"
Mediunidade: Encare-a

Muitos dos que se negam a encarar a faculdade mediúnica com a seriedade que ela merece, provavelmente, cedo ou tarde, terão que encarar o assunto, se não for consigo mesmo, pelo menos com algum parente ou amigo.
É preciso olhar de frente a questão.

___________________________________
Se houver mesmo mediunidade aflorando, é isto que deve ser constatado e aceito, para a tomada de providência que incluem: terapia equilibradora (fluidoterapia) e orientação teórico-evangelizadora (estudo e vigilância de pensamentos e ações).
________________________________

Os bons Centros Espíritas kardecistas estão devidamente equipados para esse encaminhamento indispensável, inclusive mantendo cursos de Educação Mediúnica, através dos quais o portador da sensibilidade aprenderá a parte teórica da Doutrina dos Espíritos, o que lhe ensejará total domínio de si próprio.

Uma jovem perigosa

Vem a propósito o que se passou, anos atrás, com uma jovem de formação cultural invejável, numa das capitais do país, segundo jornal da época.
Sobraçando originais de um livro cuidadosamente preparado, chega logo de manhã a moça a uma editora de renome. Crônicas, contos, poesias. São dignos de publicação, assim os considera e quer que o editor aceite.
O homem interrompe os afazeres, atende a moça, faz leitura dinâmica, vê logo que o assunto não se promove, não dá.
- É, infelizmente... no entanto, mais à frente, outras produções. Quem sabe?
O rosto da jovem se preocupa. Está ansiosa, sua respiração se altera:
- Mas... o senhor nem leu direito. Fique com eles, leia com atenção.
- Infelizmente este gênero de literatura não tem público, senhorita.
A criatura não se contém, e fala de um mundo de ignorantes, de pessoas em lugares errados, cargos de importância ocupados por ineptos.
O homem escuta impassível, sorriso leve, como que se desculpando, mas dono da situação.
Estas produções - insiste ela - eu as escrevo debaixo de grande emoção. Sério, mesmo - continua, explicando.
Levantava-se à noite, quando todos permaneciam imersos em sono, a casa tranqüila. E vinha tudo como uma inspiração fantástica, chegava a doer-lhe o braço, tal a vontade de transbordar no papel sua alma emocionada.
E leu para o homem complacente mais algumas linhas, puxando a emoção para cada sílaba, caprichando.
A voz da salvação chega com a secretária, que chama o patrão:
- Senhor. Dona Fulana (a esposa) quer lhe falar, urgente. Na sala ao lado.
O editor pede licença, polido, e deixa o compartimento.
Revoltada contra o mundo, contra aquele empresário sem nenhuma sensibilidade, contra tudo que a frustrava, no momento, aproveita aquela saída e, num átimo, tranca-se por dentro. O escritório agora é seu.
Chegou a hora da vingança. E com todos os requintes e pormenores, passa a destruir o palco das súbitas desilusões. A fúria só se contém entre os braços da polícia. No Distrito Policial, a dúvida se desvanece: o caso é da competência do Departamento de Assistência ao Psicopata.
Se os apressados críticos julgam tratar-se de mais um caso de loucura na cidade grande, nós que conhecemos o assunto já sabemos que estamos à frente de uma psicógrafa novata sob processo obsessivo.
Embaraços Costumeiros

Eis como Carlos Toledo Rizzini, autor de "Evolução para o Terceiro Milênio", explica tais envolvimentos:
Raramente a mediunidade desenvolve-se espontaneamente e sem tropeços. Na grande maioria dos casos, ela começa com perturbações nervosas e mentais, próprias do estado inferior do encarnado ou que servem de advertência. Tais pessoas pelo geral são muito sensíveis e perturbam-se facilmente. As referidas perturbações, conquanto ligadas aos defeitos do sujeito, são provocadas pela influência de espíritos capazes de prejudicá-lo. Quase todos os candidatos têm acompanhantes sofredores que são ou inconscientes da sua situação de desencarnados ou lúcidos vingadores querendo fazer justiça pelas próprias mãos. Assim, a obsessão é comumente a causa que leva a pessoa a desenvolver a mediunidade ao procurar auxílio num centro espírita. (Edicel, pág. 93).
___________________________________

Mas obsessões podem ocorrer a
qualquer um que não se acautele,
mesmo que não seja médium.

________________________________
O codificador falava sobre a influência (boa ou má) de Espíritos, a qual se efetuaria mais facilmente através da mediunidade. Porém, que continuaria a se exercer mesmo onde não existissem médiuns, pois... manifestam-se de mil e outras maneiras mais ou menos ocultas.


Como se livrar da obsessão

Dessarte, os que fogem do Espiritismo, julgando escapar de contatos perniciosos com Entidades desencarnadas com essa providência, saibam que, por toda a parte e a qualquer hora, estarão forçosamente cercados por elas e que o único fator favorável à assistência de bons Espíritos será a pureza dos pensamentos e a conduta evangelizada. Quando se diz evangelizada, quer-se afirmar "segundo a mais elevada moral", não sendo exigidas rotulações religiosas.
Muitas pessoas também por preconceito negam-se a encarar seus próprios desequilíbrios ou os de pessoas da família, como conseqüência de uma sensibilidade mediúnica mal dirigida. Como resultante dessa inaceitação (quando a mediunidade realmente existe e é desacreditada), processos obsessivos costumeiramente instauram-se e podem levar de roldão grande número de incautos.

Espiritismo Providencial

Ouçamos Kardec, ao reforçar a necessidade da divulgação da Doutrina dos Espíritos:
Assim, o conhecimento do Espiritismo, longe de dar força aos maus Espíritos, deve ter como resultado, num tempo mais ou menos próximo e quando estiver propagado, destruir esse império, dando a cada um os meios de se pôr em guarda contra suas sugestões, e quem sucumbir não poderá queixar-se senão de si mesmo.


Fanatismo Religioso

___________________________________

Vista a questão primordial da
mediunidade sem os devidos
cuidados, o que mais pode levar
à obsessão?

________________________________

Certamente, o fanatismo religioso, com o desejo de autoritarismo e de poder.
Em agosto de 1978, deu-se uma tragédia em Salt Lake City, nos EUA, envolvendo toda uma família.
Bruce Long, de trinta e nove anos, casado, pai de vários filhos, se autodenominava Jesus Cristo. Havia sido líder de uma pequena seita religiosa da qual constavam apenas sua família e alguns amigos. Pertencera antes à Igreja Mórmon, da qual fora expulso por desonestidade.
Em casa, era reverenciado como um deus. Suicidou-se, inalando monóxido de carbono.
No dia seguinte, sua mulher e os filhos atiraram-se do décimo primeiro andar do edifício em que residiam.
Agindo sob impulso

Fundamental anotar que tais obsessões sobre líderes fanáticos ocorrem de preferência sobre aqueles que, portando a dita sensibilidade, não se compenetram da urgência de moralização. Além disso, parecem desconhecer a existência dos fenômenos mediúnicos de baixa esfera que praticamente passam a dirigi-los. Aliás, tornam-se líderes exatamente por obediência a impulsos exercidos por entidades que os fascinam.
A resposta à pergunta 515 de O livro dos Espíritos auxilia-nos a compreensão: Na verdade certas pessoas exercem sobre outras uma espécie de fascínio, que parece irresistível. Quando isto se dá para o mal, são maus Espíritos, dos quais se servem outros Espíritos maus, a fim de melhor as dominar.
Haja vista a trágica ocorrência, anos atrás, na Guiana, quando o irreverente "reverendo" Jones levou ao suicídio coletivo mais de mil pessoas, membros do chamado "Templo do Povo".
Muitas das Entidades inferiores e malévolas envolvidas com fanatismo, autoritarismo e poder demonstrariam logo tendência para a destruição, impelindo aos assassinatos e suicídios.
Não faz muito tempo, ouvimos estarrecidos a notícia de que, no Nordeste, vários pais haviam afogado seus filhos num ritual demoníaco.

Kardec explica a fascinação

Tais casos exemplificam o que Allan Kardec denominou Fascinação - uma forma de desequilíbrio coletivo, pois o falso "ideal" e a ação compulsiva de Espíritos trevosos, agindo sobre encarnados em desequilíbrio costumam estender-se desde o chefe até os seguidores da seita.
Quem não se recorda da infeliz Sharon Tate, artista famosa, grávida na ocasião e apesar disso vítima de fanáticos, em sua casa, em Miami?
Há alguns anos, um fanático oriental que ameaçara vir dos EUA para o Brasil, teve sua manobra denunciada por um programa de TV nacional. É que, entre outros desmandos, o também "reverendo" tinha por recomendação a ordem de marchar para o mar (suicídio coletivo) para todos os seus apaniguados americanos, milhares de jovens, caso sucedesse algum mal a ele, o "poderoso chefão". como se percebe, exercitava uma forma de chantagem perigosa, pretendendo sabe-se lá o quê.
Além da sensibilidade mediúnica desequilibrada por desconhecimento e falta de evangelização, pressupõe-se ainda a existência de uma personalidade já deturpada, em grande parte dos envolvimentos por fascinação, pelo menos nesses que resultam em tragédias.
O mau caráter na
base do problema

A propósito, encontramos no Jornal da Tarde (04/08/78) estas considerações de Luiz Carlos Lisboa, no seu artigo "Os Demônios", ao falar sobre um personagem de Dostoievsky:
"A religião e a psicopatologia costumam às vezes designar de maneira diferente as mesmas realidades /.../
"Há uma realidade que poderíamos chamar de "demoníaca", à falta de outro termo melhor, e que se caracteriza no homem por uma irresistível inclinação para o ressentimento, a inveja, a frustração, a intolerância, e pelo desejo de moldar o mundo à sua concepção. Este último elemento é fundamental. A certeza de que é preciso modificar os outros homens, a sociedade, o planeta, talvez o universo, é constante neste tipo de natureza. /.../ A guerra santa, a não conciliação das classes sociais, a defesa de nossos ideais, a pureza racial - são variados os pretextos e múltiplas as acrobacias intelectuais que tentam conferir alguma aparência de dignidade ao ódio animal que fomenta nesses exemplares humanos que Dostoievsky chama de demônios".

___________________________________

Aliás, essa característica de
pretensos "salvadores da pátria"
tem sido constante nos vários
líderes religiosos e políticos
desequilibrados.

________________________________

Um exemplo de triste memória foi Hitler. Sobre essas personalidades fanáticas os Espíritos degenerados, desejosos de promover o mal, encontrariam presas fáceis pela fascinação primeiro, evoluindo rapidamente para a subjugação moral e posteriormente para a possessão (que se explica na atualidade como um grau extremo de simbiose espiritual).
Ao falar sobre o efeito de vinganças obsessivas efetuadas por Espíritos trevosos sobre encarnados e a maneira de evitá-las, Kardec salienta a necessidade da vigilância moralizadora para a manutenção do equilíbrio mental e espiritual.
Antigamente ofereciam-se sacrifícios sangrentos - diz o Codificador - para apaziguar os deuses infernais que nada mais eram do que os Espíritos maus... (O Evangelho Segundo o Espiritismo).
De fato. Essas tragédias não parecem procurar a reedição daquelas páginas de fanatismo e selvageria? - É a pergunta que nos acode, para encontrarmos logo adiante a resposta de Kardec, na mesma obra:
O Espiritismo vem provar que esses demônios não são mais do que as almas de homens perversos que ainda não se despojaram dos seus instintos materiais; que não se pode apaziguá-los senão pelo sacrifício dos maus sentimentos, ou seja, pela caridade; e que a caridade não tem apenas o efeito de impedi-los de fazer o mal, mas também de induzi-los ao caminho do bem e contribuir para a sua salvação.
Entendamos por salvação o encaminhamento do Espírito (em estado de queda) de retorno aos processos de evolução espiritual, o que, a rigor, corresponde ao destino de todos os Espíritos.

Pessoas cultas não
estariam isentas

Perguntamo-nos, com freqüência, como é possível que muitas vezes pessoas de nível superior e de razoável preparo intelectual se deixem influenciar por certas convicções e práticas esdrúxulas?
Em 1982, por exemplo, o jornal O Estado de São Paulo (07/03/82) relatava o caso de jovem médica com graves problemas de conduta a ponto de ser indispensável sua interdição legal. A situação se degenerara a partir de sua participação numa seita misteriosa, da qual se fizera "sacerdotisa".
No mesmo artigo, o psicólogo Jacob Pinheiro Goldberg dava sua explicação: "Nem sempre o amadurecimento psicológico corre paralelamente com a informação cultural quantitativa./.../ alguns estudiosos da matéria observam que o excesso de tecnicismo na formação profissional acadêmica leva muitas vezes a pessoa, na faixa de sua idade adulta, a apegar-se a modelos simplistas de misticismo. Seria uma espécie de fuga diante das naturais crises existenciais./.../ De certa maneira, seria uma forma desqualificada de psicoterapia de grupo, de mentes vulneráveis à sedução de um espiritualismo grosseiro".
Atitudes de desrespeito
e desamor

_________________________________________

O que mais levaria à ação
obsessiva? - Atitudes de
desrespeito e desamor podem
levar a uma reação de
perseguição do mundo inferior
invisível.

______________________________

O caso relatado por Almerindo Martins ilustra muito bem este item.
Um rapaz, que cultivara a inveja contra todos os que possuíam vida tranqüila e feliz, desejava ardentemente que tudo o que representasse ventura a terceiros sofresse uma súbita destruição, estudando formas de ação contrária e remoendo-se pela impossibilidade de agir contra esse estado feliz daqueles a quem observava com odioso rancor. Pensava com freqüência em suicídio pela repulsa em continuar assistindo ao sucesso de outros, enquanto sua vida se esboroava.
Tanto pensou em acabar com a vida que, certa noite, passando pelas margens do rio Guajará, teve um pensamento súbito de atirar-se às águas escuras e silenciosas, não sem antes rilhar os dentes enquanto se considerava um enjeitado da sorte. Nesse instante em que sentiu um impulso de origem desconhecida (para ele, porque, diante da violência do mesmo, soube depois que não era todo seu), tentou voltar atrás, mas já a ação lhe pareceu irreversível. Nesse preciso momento, sentiu ainda que seis vigorosos braços de entes invisíveis o projetavam no rio. Só nessa hora percebeu que seu impulso fora forjado, em grande parte, por uma força que lhe era exterior, atraída, no entanto, por sua própria responsabilidade. Mais tarde, ao fazer este relato numa reunião mediúnica, manifestou seu arrependimento. (Martírio dos Suicidas, Rio - FEB)


Indigentes se revoltam

Neste rol de ocorrências, poderíamos colocar também a revolta de determinados Espíritos que, considerados indigentes, são levados para dissecação, com o intuito de servir às aulas de anatomia em escolas de medicina. Fato impressionante está relatado por Nazareno Tourinho no livro "Edson Queiroz, o novo Arigó dos Espíritos".
Quando estudantes de medicina, o dr. Edson Queiroz, que ficara encarregado de preparar um cadáver para aulas iniciais de Anatomia, viu-se horas depois agredido pelo Espírito em questão, o qual se aproveitou do fato de seu desafeto estar dormindo num quarto escuro.
O escritor assim descreve o que aconteceu: teve(o então estudante Edson Queiroz) de travar com ele uma luta ingente até conseguir, com inauditos esforços, alcançar o interruptor e lançar claridade no recinto, salvando-se de furiosa agressão. (O ectoplasma se dissolve com aluz e o Espírito perde sua "força" momentânea.)
Periodicamente, depois, o Espírito aparecia, perturbando o repouso do jovem estudante. Até que um dia, abandonou seu procedimento e se manifestou em sessão mediúnica, desculpando-se.
Herculano Pires, ao encarar a problemática do cadáver que seria submetido à dissecação, para estudo, escreve num de seus livros, sobre a necessária atitude de respeito e caridade para com aquele que, após uma vida de lutas e provações, ainda oferecia, no fim da jornada, seu corpo físico para estudo de jovens. Mencionava, nesse ensejo, a "oração do cadáver", proferida costumeiramente por estudantes mais sensíveis.
Sobre a questão da atitude desrespeitosa, temos ainda o depoimento de Kardec que, ao descrever e comentar um tipo de interferência do Mundo Inferior numa casa onde residiam várias irmãs, inclui a "explicação" dada pelos instrutores Espirituais que se referiam à língua crítica e descaridosa das principais implicadas... Com tal procedimento, não era de se espantar, diante dos fenômenos costumeiros de poltergeist que as cercavam, assustando-as. (Tais fenômenos são efetuados por Espíritos atrasados.)

Nenhum comentário: