quinta-feira, 15 de setembro de 2016

AS COLUNAS NA MAÇONARIA
Em que pese o esforço movido  pelos homens de boa vontade, considerando como tais, aqueles que se devotam à prática do bem e adotam a fraternidade com seus semelhantes como uma filosofia de vida, é um fato insofismável a existência do mal e a sua nefasta atuação junto à humanidade.  A força do mal advém do materialismo a que se entrega toda a humanidade e dele deriva todas as mazelas que se agregam ao ser humano lhe trazendo dores e sofrimentos. Enquanto o homem se distancia do seu semelhante e rende culto ao deus Mamom, fazendo da cobiça e ambição os patamares da sua vaidade, fonte exteriorizada do orgulho, ele abdica da proteção Divina e renega os benefícios que o Grande Arquiteto do Universo  reservou para ele, considerando-o a  sua obra maior no plano da criação.
 Desde o simbólico epsódio ocorrido no Jardim do Éden, quando tentados por Lúcifer, Adão e Eva caíram em pecado, seduzidos pela inveja que tinham do seu Criador, o homem carrega o veneno da serpente acossando-o e impelindo-o para a conquista e dominação. Este veneno transmitido ao homem, é o mesmo que conduziu Lúcifer à perdição na sua ânsia para superar Deus e se tornar senhor de todos. É esta a meta perseguida pelo homem enquanto matéria e sob o domínio do mal.

O HOMEM DE DESEJO – Nos diz Martinez Du Pascqually, em sua obra  Tratado da Reintegração dos Seres que,  “A Força, a Sabedoria, a Beleza que se manifestam ainda neste mundo material, constituem os esforços do Homem-Arquétipo para voltar a ser o que era antes da sua Queda. As qualidades contrárias constituem a manifestação das Entidades caídas, manifestações destinadas a manter o clima que desejaram criar para subsistir, tal qual o quiseram, quando deliberadamente interromperam o seu retorno até o Absoluto. Porém, o Homem-Arquétipo não voltará a tomar posse do seu primitivo Esplendor  e de sua liberdade, senão separando-se da matéria que o absorve por toda parte. Para ele, é necessário que todas as células que o formam, quer dizer, os homens individualmente considerados, possam depois da sua morte natural,  reconstituir o Arquétipo, reintegrando-se definitivamente nele e escapando, desta maneira, ao ciclo das reencarnações.”
Swenderborg nos fala que o  Homem de Desejo “deve confiar na sua regeneração, chamando sua atenção para a necessidade do seu retorno ao Mundo divino de onde saiu e ao trabalho que deverá realizar para alcançar esse objetivo, isto é, concentrando as suas forças pelo desejo ardente de aperfeiçoar-se e tornar-se um homem de vontade forte.”

A ARTE REAL – O retorno do homem e a sua reintegração com o plano divino, se faz na matéria, através da senda da Arte Real. Com efeito, a Arte Real conduz o homem mundano, dito profano, à sua transformação, com o despojamento dos vícios da matéria. Este trabalho tem início simbolicamente na iniciação. Nesta acontece a morte do homem profano e marca o nascimento do homem maçom. Como está sendo dito, isto se processa simbolicamente, porque o trabalho de restauração do ser terá início com o desbastar da pedra bruta, marca simbólica do homem profano. Após a iniciação o neófito deverá manter acesa em sua mente a necessidade constante do desbastar da pedra bruta. Este desbastar consiste basicamente em se depurar de todo e qualquer vício que porventura traga oriundo do mundo profano, quando caminhava nas trevas e desconhecia o mundo das idéias.   

O MUNDO DAS IDÉIAS – A dualidade matéria-espírito, marca um dos pontos mais importantes da peregrinação do homem pelo planeta Terra. A expressão Mundo das Idéias traduz uma das mais conhecidas temáticas da filosofia: A Alegoria da Caverna, de Platão. Desde a antiguidade o homem conhecia o mundo sensível: este da matéria, e acreditava no mundo das idéias, ou o mundo dos filósofos. As pessoas aprisionadas na caverna só conheciam o mundo sensível, o que sentiam e o que viam; enquanto o mundo das idéias era aquele em que o homem, liberto da caverna, pode conhecer e se deslumbrar com a realidade mais ampla. Podemos dizer que o mundo sensível é o mundo da matéria: este em que vivemos, e o mundo das idéias é a espiritualidade  que nos circunda, mas que não vemos. O mundo das idéias se divide em idéias natas e inatas. Idéias natas são aquelas adquiridas nesta existência, fruto da experiência de cada um; as inatas são aquelas que transcendem a esta existência, são hereditárias. O conceito de idéias inatas gerou a doutrina filosófica  do Inatismo. A extensão deste tópico nos conduz a existência de vidas passadas e, por conseguinte a reencarnação, segundo o Espiritismo e o espiritualismo de um modo geral.  As idéias inatas também se aplicam ao que é conhecido como Direito Natural. Sendo este um direito não-escrito. Nele se inscreve tudo aquilo que a consciência nos reprova, sendo, por conseguinte, ilegal ante às leis dos homens e de Deus. Segundo

AS COLUNAS NA MAÇONARIA – Segundo Oswald Wirth, um dos maiores simbolistas franceses modernos, escreveu em sua obra “O Ideal Iniciático” que a edificação espiritual da Maçonaria repousa sobre as três Colunas simbólicas denominadas: Sabedoria, Força e Beleza.
A Sabedoria, diz ele, é a mãe das idéias geradoras das formas. É a inteligência que concebe o projeto da edificação, ordena o caos dos projetos confusos, representando-se com clareza a obra conforme ela deve ser realizada. Cria no espírito e determina as formas materiais destinadas à realização objetiva e, finalmente, traça o plano que será executado.
Portanto, como foi dito alhures, o mundo das idéias está fora da matéria. Surge daí que a Coluna da Sabedoria não está no plano visível da Loja, ela é simbolizada pelo Venerável Mestre. Ela “é a mãe das idéias geradora das formas”. Sendo assim, parte do Venerável a palavra que dá início aos trabalhos e marca o seu término. É de lá que parte a sabedoria que gera as formas, simbolizadas pelas colunas J e B. Sendo a Coluna J a coluna da força e a coluna B a coluna da beleza. A conjunção delas dá origem à vida.
A Coluna J é a coluna da força e por esta razão, é a coluna dos Irmãos Aprendizes. Estando eles ainda revestidos pelas impurezas do mundo profano, representam a agressividade e o espírito dominador que caracterizam as armas necessárias às disputas no mundo da matéria. A agressividade que vem da coluna é suavizada e dominada pela doçura da coluna da Beleza, a coluna do amor. 
O homem carrega consigo 2 instintos básicos: Eros e Thanátos.Eros é o instinto de vida, do amor; Thanátos é o instinto de morte, destruição. Numa relação sexual, a libido distribui energia para ambos os instintos. Se acontece uma disfunção nesse processo e a libido carrega mais energia em Eros, haverá muita carícia mas não haverá relação sexual porque Thanátos com pouca energia não terá a necessária agressividade, o homem está impotente. Se houver mais energia em Thanátos, Eros enfraquecido, não conseguirá conter a agressividade de Thanátos e o amante se transforma no criminoso sexual, é o estupro.(Freud – Teoria dos Instintos)
Daí porque afirmamos que simbolicamente a conjunção de e  dá origem a vida. A coluna é ativa (masculina), a coluna é passiva (feminina).
ANTÔNIO AMÂNCIO DE OLIVEIRA

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