sábado, 25 de fevereiro de 2017

A MATEMATIZAÇÃO DA ECONOMIA POLITICA

León Walras era formado em matemática e simpatizante da economia por influência do pai. Como titular da cadeira de economia politica no curso de direito da Universidade de Lausane, na suíça, ele deu inicio a matematização da  Economia Politica. Como era de se esperar a sua sala de aula ficou vazia. Advogado não gosta de matemática, se gostasse seria engenheiro. Estávamos lá pelos idos do século XIX e as ciências do conhecimento ainda estavam muito condensadas. No campo do direito predominava o direito civil como o pai do direito desde o seu nascedouro no corpus iuris civilis da Roma antiga. A engenharia se resumia na engenharia civil que congregava tudo que fosse relacionado à sua área.
Em Lausanne a reitoria não queria demitir um homem que tanto contribuíra para o saber e notadamente para a  universidade. Mas precisavam salvar a matéria que ocupava papel importante no currículo. Diante disso,  decidiram passar Walras para o cargo de professor emérito, enquanto saiam a campo  procurando por um professor que estivesse à altura de sucede-lo. Dentre os postulantes sobressaiu o nome de Vilfredo Pareto,  já conhecido por dividir como Gaetano Mosca a paternidade da Teoria das Elites, que revolucionou a Ciência Política. Além da Teoria no campo das ciências politicas, ele já tinha importantes trabalhos no campo da economia. Era presidente de uma companhia ferroviária na Itália, mas com a ascensão de Mussolini ao poder passou a ser perseguido pelo regime fascista e este fato prejudicava a empresa que dirigia. Pareto foi aceito para o cargo e trocou a sua  Itália pela Suiça.
Assim como Walras, Pareto que era engenheiro pertencia a escola cartesiana e este fato iria marcar a sua atuação em Lausane. Embora advertido por Walras para não introduzir a matemática no curso de Economia Política, Pareto não resistiu ao fascínio do trabalho desenvolvido por Walras e passou a complementá-lo e avançando em novas teses, desagradando os acadêmicos de direito que o receberam com efusão dado ao extenso e importante currículo do novo mestre. O resultado foi o esperado, a sala de aula de Pareto ficou às moscas e ninguém para ouvir as suas elucubrações da teoria econômica. Com isso, importantes avanços da Economia e futura engenharia Econômica ainda nem sonhada, ficava nas cabeças de Walras e Pareto.
Todavia, do trabalho deles acrescido por outros importantes nomes que vieram, iria surgir um dos mais importantes braços do capitalismo: as Ciências Econômicas ou Economia. Por outro lado, a Economia Política mantinha o seu status de ciência social, estudando as consequências das medidas econômicas na sociedade. A economia politica mantém estreitos laços com a administração pública e a ciência política.

ANTÔNIO AMÂNCIO DE OLIVEIRA

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

agora que volta a reacender o conflito na Ucrânia e os separatistas da  Criméia, nada melhor do que rever como estava a situação em 2014, quando celebraram um acordo.




Entenda com mapas a crise na Ucrânia 

BBC Brasil 

Ex-república soviética é estratégica por ser rota de gasodutos que abastecem Europa e por ter península com base naval russa

BBC
O Parlamento regional da Crimeia, uma república autônoma da Ucrânia que ocupa uma península no sul do país, aprovou nesta quinta-feira uma moção em que pede à Federação Russa que a região passe a fazer parte do país.


AP
Mulher caminha em meio a barricadas montadas por manifestantes contrários ao líder deposto Viktor Yanukovich na Praça da Independência, em Kiev, Ucrânia

De acordo com os parlamentares, se o pedido for aceito pelas autoridades de Moscou, a separação da Ucrânia será colocada em votação em um referendo em 16 de março.
A Crimeia, cuja maioria da população é russa ou de origem russa, está no centro da tensão entre Moscou e Kiev. Tropas pró-Rússia mantêm o controle sobre a península há vários dias.
O governo provisório da Ucrânia não reconhece o governo da Crimeia, que foi empossado em uma sessão de emergência no Parlamento no mês passado. O primeiro-ministro interino em Kiev, Arseniy Yatsenyuk, disse que seria inconstitucional a Crimeia se juntar à Rússia. O argumento é que o Parlamento da Crimeia não tem poderes para determinar a secessão.
Veja imagens da presença militar russa na Crimeia, Ucrânia:
Comboio de caminhões brancos com ajuda humanitária deixa Alabino, nos arredores de Moscou, Rússia (12/08). Foto: AP
Manifestante ao lado de transeuntes na Praça da Independência em Kiev (9/08). Foto: Reuters
Manifestante segura coquetel molotov enquanto tenta impedir que trabalhadores municipais e voluntários limpem barricadas em Kiev (9/08). Foto: Reuters
Membro de equipe antibomba inspeciona cratera com os restos de um projétil depois de uma noite de combates em Donetsk, Ucrânia (6/08). Foto: AP
Mulher deixa prédio danificado por suposto bombardeio levando seus pertences na área central de Donetsk, Ucrânia (29/07). Foto: Reuters
Rebeldes pró-Rússia em um tanque com a bandeira da Rússia em uma estrada a leste de Donetsk, Ucrânia (21/07). Foto: AP
Primeiro-ministro ucraniano Arseniy Yatsenyuk, à dir., conversa com um oficial durante inspecção ao Exército fora da cidade de Slovyansk, Ucrânia (16/07). Foto: AP
Premiê ucraniano, Arseniy Yatsenyuk (E), cumprimenta soldado ao inspecionar tropas em Slovyansk, leste da Ucrânia (16/07). Foto: AP
Mulher chora perto de prédio que desmoronou após ataque aéreo em Snizhne, a 100 km a leste da cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia (15/07). Foto: AP
Combatente da República Popular de Donetsk se despede de sua família, que deixa essa cidade no leste da Ucrânia para refugiar-se na Rússia (14/07). Foto: AP
Combatentes separatistas pró-russos esperam atrás de sacos de areia em posto de controle em Donetsk, Ucrânia (10/07). Foto: Reuters
Militares ucranianos perto das armas apreendidas de separatistas pró-russos perto Slaviansk, Ucrânia (8/07). Foto: Reuters
Militante mascarado pró-Rússia organiza o trânsito em posto de controle após ataque das tropas ucranianas em Slovyansk (24/4). Foto: AP
Atiradores mascarados pró-Rússia guardam entrada de escritório regional ucraniano do Serviço de Segurança em Luhansk com bandeira russa ao fundo (21/4). Foto: AP
Ativista mascarado pró-Rússia guarda barricada em prédio da administração regional capturado em Donetsk. Cartaz diz: 'EUA, tirem as mãos do leste da Ucrânia' (19/4). Foto: AP
Ativista mascarado pró-Rússia olha para o lado de fora de janela em prédio da administração regional de Donetsk, Ucrânia (18/4). Foto: AP
Atirador pró-Rússia abre caminho para veículo de combate com homens armados em seu topo em Slovyansk, Ucrânia (16/4). Foto: AP
Ativista mascarado pró-Rússia guarda barricada em prédio da administração regional em Donetsk, Ucrânia (15/4). Foto: AP
Ativista pró-Rússia é visto durante invasão de delegacia na cidade de Horlivka, leste da Ucrânia (14/4). Foto: AP
Ativistas armados pró-Rússia ocupam a delegacia de polícia no leste da Ucrânia, na cidade de Slaviansk (12/04). Foto: AP
Ativistas pró-Rússia ocupam delegacia de polícia e constroem uma barricada na cidade ucraniana oriental de Slovyansk (12/04). Foto: AP
Homens armados não identificados caminham em área perto de unidade militar ucraniana em Simferopol, Crimeia (18/3). Foto: AP
Soldado armado, provavelmente russo, anda perto de uma base militar ucraniana na aldeia de Perevalnoye (9/3). Foto: Reuters
Um homem armado, que se acredita ser um soldado russo, anda perto da base naval ucraniana na Crimeia, no porto de Yevpatory (8/3). Foto: Reuters
Marinheiro observa navio inativo Ochakov, que foi afundado por tropas russas e bloqueou o tráfego de cinco embarcações ucranianas em Myrnyi, oeste da Crimeia, Ucrânia (6/3). Foto: AP
Criança brinca perto de soldado russo (D) enquanto soldados ucranianos observam do outro lado do portão de base em Perevalne, Crimeia (4/3). Foto: AP
Soldado pró-Rússia bloqueia base naval na vila de Novoozerne, Crimeia, na Ucrânia (3/3). Foto: AP
Grupo de homens armados sem emblemas em uniformes cortam luz do Quartel-General das forças navais ucranianas em Sevastopol, Crimeia, Ucrânia (2/3). Foto: AP
Comboio russo se move de Sevastopol para Sinferopol na Crimeia, Ucrânia (2/3). Foto: AP
Homem com uniforme sem identificação monta guarda enquanto tropas tomam controle de escritórios da Guarda Costeira em Balaklava, em Sevastopol (Crimeia), na Ucrânia (1/3). Foto: AP
Soldados em uniformes sem identificação montam guarda em Balaklava, nos arredores de Sevastopol, na ucraniana Península da Crimeia (1/3)
. Foto: AP
Emblema em veículo e placas de outros carros indicam que tropas são do Exército russo (1/3). Foto: AP
Homens armados não identificados e vestidos com uniformes de camuflagem bloqueiam a entrada do prédio do Parlamento da Crimeia em Simferopol, Ucrânia (1/3). Foto: AP
Homens armados não identificados bloqueiam entrada de Parlamento da Crimeia em Simferopol, Ucrânia (1/3). Foto: AP
Homem armado não identificado com uniforme de camuflagem bloqueia estrada que leva a aeroporto militar em Sevastopol, na Crimeia. Foto: AP
Soldados em uniformes sem identificação montam guarda durante tomada de controle de escritórios da Guarda Costeira em Balaklava, Crimeia, na Ucrânia (1/3). Foto: AP
Soldados em uniformes sem identificação montam guarda durante tomada de controle de escritórios da Guarda Costeira em Balaklava, Crimeia, na Ucrânia (1/3). Foto: AP
Soldados em uniformes sem identificação montam guarda nos arredores de Sevastopol, na ucraniana Crimeia. Foto: AP
Homem com uniforme sem identificação patrula aeroporto de Simferopol, na Ucrânia (28/2). Foto: AP
Comboio de caminhões brancos com ajuda humanitária deixa Alabino, nos arredores de Moscou, Rússia (12/08). Foto: AP
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Por sua vez, o vice-primeiro-ministro da Crimeia, Rustam Temirgaliev, disse que as autoridades no poder em Kiev não são legítimas e descartou a alegação de inconstitucionalidade.
No leste da Ucrânia, onde há uma significativa população russa, o líder dos ativistas pró-Rússia da cidade de Donetsk, Pavel Gubarev, foi detido por forças de segurança ucranianas no momento em que dava uma entrevista à BBC. Donetsk tem sido palco de confrontos entre forças pró e contrárias à Rússia nos últimos dias.
Os desdobramentos na Ucrânia aconteceram no mesmo dia em que representantes da União Europeia (UE) e ucranianos estão reunidos em Bruxelas para uma reunião de emergência em que discutem a situação na ex-república soviética.
A crise começou em novembro de 2013, quando o governo do então presidente ucraniano Viktor Yanukovych anunciou que havia abandonado um acordo que estreitaria as relações do país com a UE. Posteriormente o governo procurou uma aproximação maior com a Rússia.
Manifestantes contrários ao governo, que lutavam pelo fortalecimento das ligações da Ucrânia com a UE, exigiram a renúncia de Yanukovych e eleições antecipadas. Por meio de uma série de mapas, a BBC explica a seguir os principais pontos da crise na Ucrânia.
Importância estratégica


BBC
Crimeia é península estratégica da Ucrânia

A maioria da região da Crimeia habitada por moradores falantes de russo tem grande importância política e estratégica para a Rússia e para a Ucrânia.
A esquadra russa no Mar Negro tem sua base histórica na cidade de Sevastopol. Depois que a Ucrânia se tornou independente, um contrato foi elaborado para que a frota continuasse a operar de lá.
Em 2010, esse comtrato foi extendido para 2024 em troca de suprimentos mais baratos de gás russo para a Ucrânia.
Papel central de Kiev


BBC
Imagem aérea mostra capital da Ucrânia, Kiev

Houve diversos protestos pelo país, mas o coração do movimento se estabeleceu na praça da Independência em Kiev e lá permaneceu por três meses. Apesar de pacífico na maior parte do tempo, ataques de violência deixaram centenas de feridos e mais de 80 mortos.
Ucrânia dividida
Contudo, as divisões na Ucrânia remontam a episódios muito anteriores à crise atual. O país tem estado dividido entre leste e oeste desde o colapso da União Soviética, em 1991 – e a separação se reflete também na cultura e na língua.
O russo é falado abertamente em partes do leste e do sul. Em algumas áreas, incluindo a Península da Crimeia, ele é o idioma mais usado. Em regiões ocidentais – próximas à Europa – o ucraniano é a língua principal e muitas pessoas se identificam com a Europa central.
Essa divisão normalmente se reflete nas eleições do país. As áreas com grandes proporções de falantes de russo são aquelas nas quais Yanukovych foi mais votado em 2010.
UE e Rússia


BBC
Ucrânia é rota para abastecimento da Europa

A Ucrânia tem laços econômicos com a União Europeia e com a Rússia. Os gasodutos russos para a Europa passam pelo país – fato que ficou bastante claro em 2006, quando Moscou cortou brevemente o fornecimento de gás, soando um alarme na Europa ocidental.
As ações recentes para chegar a um acordo com a UE aumentaram a tensão com a Rússia, que as entendem como um passo em direção à integração à UE. A Rússia preferiria interromper essa integração com os europeus para aumentar a influência de Moscou sobre a Ucrânia por meio de uma união aduaneira.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/bbc/2014-03-06/entenda-com-mapas-a-crise-na-ucrania.html